iraqi-kids-playing-soccer.jpgNos próximos dias, bolas de futebol irão chegar à Zona Internacional, região controlada pelas forças de coalizão em Bagdá, capital do Iraque. Não se sabe ao certo até quando o país contará com a presença do exército americano, mas alguns soldados afirmam ver ‘milagres’ operados pela bola.

“Um dia, conta Justin Porto, tenente-coronel reformado que está há seis meses no Iraque trabalhando na área de tecnologia de informação, estava driblando até que passei a bola para um menino. Na hora, a atitude dele mudou. O rosto mudou. Passou a me ver como amigo”, disse ele. O acaso fez surgir uma campanha para arrecadar bolas para os iraquianos. E, assim, melhorar a convivência.

“Até agora, já conseguimos 14 bolas no período de uma semana. Nas próximas semanas, espero centenas”, falou Porto. “Meu irmão é diretor de uma escola em Nova Jersey e organizou uma campanha para que os alunos doassem bolas. Elas ainda vão chegar.”

Desde 2004, alguns grupos isolados do Exército norte-americano arrecadam bolas de futebol nos EUA para enviar a crianças iraquianas. Entre os projetos mais conhecidos adotados com sucesso estão ‘Operation Soccer Ball’ (Operação Bola de Futebol) e ‘Operation KickStart’ (Operação Chute Inicial).

O tenente-coronel reformado diz ter apoio oficial. “O Exército me autorizou a enviar e-mails a amigos e família para pedir bolas. E também me ajudou no transporte das bolas.”

“O iraquiano adora o futebol. É comum ver aqui meninos com camisas de times europeus ou mesmo de jogadores brasileiros”, afirmou Porto. O americano relatou a transformação provocada pelos dribles e gols desde que passou a distribuir bolas de futebol.

“Quando cheguei ao Iraque, eles [os iraquianos] não confiavam muito na gente. Mas fomos ganhando os corações dos iraquianos aos poucos. Eles demoram a perceber que você é uma pessoa boa. Até a hora que eles o vêem como um deles, como um ser humano como eles, o vêem fazendo as mesmas coisas que eles.”

A mudança, disse, refletiu-se até no dia-a-dia. “Todo dia, faço ronda de uma hora pelas ruas. Hoje, já me cumprimentam, acenam para mim, sorriem quando eu passo. É minha recompensa.”