Eu tenho a ingênua impressão de que a bagagem adquirida ao lidar com desafios anteriores vai sempre tornar potenciais adversidades futuras mais fáceis de serem superadas. Porém, nesse momentos de segurança, quase prepotente, vem a vida e ensina que cada momento é único, mesmo que pareça pura e simples repetição.

Calma. Vou me explicar.

Dizem que é comum os filhos nascerem antes da data prevista na segunda gravidez. Mas lá estávamos nós, dois dias após a data estimada, esperando impacientes pela nossa Yara, que parecia não ter pressa para deixar o ventre materno.

Apesar da ansiedade crescente, eu e a minha esposa acordamos felizes naquele 11 de setembro de 2019, tentando viver a espera com uma tranquilidade realista.

Uma longa caminhada vespertina até que finalmente as contrações regulares começaram. “Será que tudo seria rápido e intenso como da outra vez?” nos perguntávamos, cientes de que aquela poderia ser uma longa noite.

Novamente tínhamos o privilégio de não estarmos sozinhos em um momento tão intenso para qualquer jovem casal. Minha mãe veio mais uma vez do Brasil para nos acompanhar nos dois primeiros meses de vida da Yara. Outro detalhe importante era que, desta vez, tínhamos a presença da nossa primogênita e muitas perguntas sobre como a Tainá iria lidar com a chegada da irmã.

Um turbilhão de pensamentos somados a alegria sem igual do tão esperado encontro com aquela vida que ajudamos a gerar. Acho que lá pelas 21h as contrações ficaram mais intensas. Um sinal claro de que abraçaríamos a Yara antes do próximo nascer do sol.