Agora,  passados os quatro dias do Seminário Internacional “Prove di dialogo”, lembro-me bem do discurso inicial de Maria Rosa Logozzo que dizia que o Workshop seria uma tentativa , diante das dificuldades, diversidades (e adversidades), de dialogar, sem saber aonde essas “tentativas” nos levariam.

Algumas impressões, criticas, resumem a minha experiência como um dos 130 profissionais que pôde vivenciar essa experiência de troca, de partilha de conhecimentos, desafios e da utopia de viver em prol de uma comunicação que “ajude os homens a viverem juntos”.

Painéis interessantes, mas de ritmo exaustivo. A boa intenção de fazer com que todos pudessem doar um pouco de si foi atingida, mas por meio de uma metodologia que talvez possa ser revisada.

Na minha opinião, mesmo diante de temas extremamente interessantes, aspectos profundo do SER comunicador, parece que as trocas mais intensas acontecem nos diálogos informais, nos momentos de convivência. Por isso faria algo mais simples, menos gente no palco falando e mais tempo para trocas interpessoais.

Outra coisa que senti falta foi a produção de algo juntos. Segundo a Wikipédia a diferença entre workshop e palestra é que no primeiro “a platéia não é apenas mera espectadora. Em determinados momentos (ou em todos eles, dependendo da organização do trabalho e do estilo de aprendizado proposto), o auditório é convocado a participar, normalmente vivenciando experiências que remetem ao tema em discussão. Nesse sentido, o workshop tem caráter mais prático e sua realização requer, do palestrante (também chamado “facilitador”) uma profunda abertura ao diálogo, ao envolvimento, ao confronto. Normalmente, durante um workshop, estimulam-se trabalhos de recortes, de construções em subgrupos, de organizações de painéis, de plenárias com recursos multimídia.”

Gostei dessa definição porque é justamente isso que faltou ao encontro. Produzir juntos, debater. Conclusão que me fez entender também diferenças culturais entre o fazer “comunicação” na Europa e na América do Sul. A nossa natureza de caráter pragmático parece entrar em contradição com o modo reflexivo de conceber a comunicação no Velho Continente. Mas não, o congresso mostrou o quanto é necessário esse intercâmbio cultural que enriquece e universaliza o Ser Comunicador.

Como conclusão, uma grande alegria e a certeza de que existem muitos profissionais que ainda acreditam na fraternidade nos meios de comunicação e vivenciam-na cotidianamente em seus trabalhos.

A presidente do Movimento dos Focolares, Maria Voce, ao doar sua experiência, tocou no último aspecto que não pode ser esquecido no pós “Prove di Dialogo”: A juventude.

Sim, é necessário pensar (e se preocupar) com o futuro da comunicação, mas sem esquecer que ela depende, principalmente, dos futuros comunicadores.

Faltaram mais oportunidades de troca de experiências nesse sentido. De apresentação de problemáticas jovens nesse mundo recém “mergulhado”. Mas fica o desejo de que esse diálogo possa acontecer de agora em diante.

Tentamos dialogar, sem dúvida! E, para mim, conseguimos! Mas a comunicação não é nunca exaurida! Ela precisava começar e foi o que fizemos!