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Tiago, Natalia e Karina conversavam entusiasmados sobre as “penitencias” que fariam durante a quaresma que se aproximava. Karina, a mais radical, tinha se proposto a dedicar seus 40 dias de preparação para a Páscoa do Senhor levantando todos os dias uma hora mais cedo, para levar café da manhã para o Sr.Freitas, o morador de rua que ficava sempre em frente a sua casa.

Natalia tinha decidido não comer chocolate porque, além de se manter “em forma” poderia pegar o dinheiro e oferecer à Igreja no final dos 40 dias. Tiago queria aventura, não queria fazer algo, mas preferia que essa fosse uma oportunidade de viver uma nova experiência. Por isso, decidiu dormir no chão os dias da quaresma, a fim de oferecer todo aquele sacrifício para as pessoas que no mundo não tinham uma cama aconchegante para dormir.

Durante a conversa dos três jovens, apareceu uma senhora sorridente que começou a perguntar sobre o que eles falavam. Karina tomou a frente e disse que estavam discutindo como eles viveriam o período de penitência e meditação, que a Quaresma propunha à eles, como cristãos. Entusiasmada, Karina falou da importância para ela daquele período de conversão, contou o que cada um se propusera a fazer para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que pretendem viver como filhos de Deus.

Muito interessada, a senhora virou-se para ouvir de Natália que as penitências eram uma forma de oferecerem naqueles 40 dias, todas as dores da humanidade, o sacrifício pessoal de cada um, à morte de Jesus Cristo. Tiago acrescentou dizendo que a meditação era um modo de voltar-se para si, procurando desligar-se do mundo exterior e rever as próprias escolhas e questionar-se qual tem sido o centro da própria vida.

Depois de tudo aquilo que os jovens disseram, impressionada com tanta sabedoria, a senhora perguntou se eles sabiam o porquê do período ser de 40 dias. Os três se olharam e não sabiam o que dizer. Então a senhora sorriu e explicou que a duração da Quaresma está baseada no simbolismo do número quarenta na Bíblia que significa provação. Nesta, fala-se dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou o exílio dos judeus no Egito.

Quando terminou, no momento em que os três se entreolharam impressionados, a senhora desapareceu, deixando uma Rosa no lugar onde estava. Tiago, Natalia e Karina entenderam que, aquele olhar materno e o sorriso, só poderiam ser da mãe do Salvador.