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Disseram-me que do Leme ao Pontal seriam quilômetros sem fim
E sinceramente eu não acreditei que era tão longe assim.
Disseram-me que a subida do Corcovado de bicicleta, para ver o Cristo, era íngreme, cansativa. E depois dela não me lembro se pedalei tanto em minha curta vida.

Disseram-me que Ipanema e o Leblon eram praias lindas, como a catedral e os Arcos da Lapa,
Mas me dei conta de tudo isso, somente depois de vislumbrar bem do alto, o que antes só tinha visto no mapa.

A Orla da Bahia de Guanabara, o Aterro do Flamengo e a Enseada do Botafogo me impressionaram, como quando observei que são os prédios que escondem o morro.
E no Leme, Copacabana, Arpoador, conheci praias extremamente visitadas o que me causou certo frisson.

Porém, o paraíso estava depois de São Conrado, da Barra e se chama Recreio,
Pois ali vi que meu conceito de praia era antes um completo devaneio.
E mesmo agora, nessa tentativa de descrição – poema, sem sequer uma simples melodia,
Vejo que o Rio é feito de canção, de “alguma coisa” que “acontece no meu coração”.

Jacarepaguá é mesmo longe pra caramba!
Do Leme ao Pontal não tem nada igual.
Daqui pro Méier vão tantos ônibus lotados quantos os que partem para Irajá.
O xodó do povo é o Rio.
Decidi que se alguém quer matar-me de amor, que me mate no Estácio.
E depois de mergulhar na alma Carioca,
E mesmo não conhecendo a Mangueira e subindo no Pão de Açúcar.
Sinto iminente a dor de quem chorou na volta.

Viva o Rio!