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Amanhã, 12 de março, no período da tarde, terá início um dos momentos mais importantes da Igreja Católica dos últimos 50 anos.

Enquanto a mídia internacional, baseada quase exclusivamente na opinião dos vaticanistas (jornalistas que cobrem os acontecimentos relacionados ao Vaticano), continua a especular nomes para o possível Papa, os 115 cardeais eleitores e elegíveis têm a missão de nomear um líder capaz de “se deixar” conduzir pelo Espírito que orienta a mais antiga instituição do planeta. O desafio é enorme porque essa inspiração faz uso de homens, pecadores, incapazes e, muitas vezes, ambiciosos e vaidosos.

Este momento histórico em que se encontra a Igreja Católica pode sim ser considerado dramático. As alas de cardeais conservadores e a dos progressistas precisam estar unidos para que o tal Espírito manifestado, seja, contudo, acolhido.

No século XX, o Concílio Vaticano II revolucionou o catolicismo, atualizando-o, ao menos na teoria. Este novo milênio exige que as mudanças propostas em 1965 sejam assumidas por toda comunidade eclesiástica, sobretudo o alto clero, para que a mensagem do Evangelho continue atual, revolucionária.

As especulações em torno do nome do Cardeal de São Paulo, Odilo Scherer, como próximo “sucessor de Pedro”, não parecem ter muito sentido. Três nomes, ao meu ver, são “fortes: o do cardeal austríaco Christof Schönborn, o do italiano Gianfranco Ravasi – ambos com 70 anos – e o do canadense, Marc Ovellet, dez anos mais jovem.

Mas, o que a comunidade leiga internacional – e os jornalistas – ainda precisa entender é que cabe ao Espírito Santo escolher o novo Papa. É também Ele a força capaz de dar vigor, inteligência, carisma, ao homem certamente limitado que será eleito.

A partir de amanhã o mundo olha com apreensão para o Vaticano e os católicos rezam para que o Conclave seja um momento de Deus, para que o Espírito Santo e os cardeais “trabalhem” juntos e o resultado dê os frutos esperados.