Month: October 2008

Crônica samba

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Acordo de manhã e ouço a batida do samba,
Não sei se é Zeca, Cartola, Noel ou se é Jorge Aragão,
Só sei que é nessa batida do samba, que ando ligeiro,
Com todo gingado, seguindo mansinho,
rumo à estação.

Chegando lá,
vejo malandro correndo,
Gente sorrindo
e menino pequeno pedindo.
Tento me consolar
com essa triste situação,
Mas o samba, por mais que eu não queira,
continua alegrando
meu coração.

Pego o metrô lotado,
E mesmo ao lado
do pessoal de humor “meio virado”
Continuo lembrando do berro gostoso da cuíca
Na próxima estação o povo desce
E sou eu um dos poucos passageiros que fica.

O no “devagar devagarinho” do Martinho da Vila
Vou dando passos lentos,
sabendo que lá no Poupatempo vai ter fila
E vou caminhando, com tanta leveza,
que pareço estar na roda de samba
Só paro de sambar
quando vejo uns bandidos num carro,
atirando em cima da caçamba.

Tento me esconder e lá vem tiro,
“salvem-se quem puder”.
E nessa vida maluca,
quem gosta de samba,
tem que aprender a correr,
sem perder o gingado no pé

A confusão passa, eu volto pra casa
e por mais que o povo se revolte,
continua tudo igual.
Por isso vou vivendo
e aprendendo a dançar,
no gingado do samba,
que faz o dia mais especial.

Crônica feliz

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Acordei lembrando que deveria escrever uma crônica feliz pro programa de rádio. Mas descendo os degraus das escadas do condomínio, encontro o filho de uma doméstica chorando por não querer ir novamente pra escola.

“Mas filho, pare logo de manha, você precisa estudar pra não ser um nada como a sua mãe!”
“To cansado de apanhar dos moleques da minha sala e a professora, não ensina mais nada de novo, porque os bagunceiros não deixam”.

Sim, foi só uma troca rápida de frases, mas senti uma singela tristeza, sabendo que das crianças é que se desenha o futuro da sociedade.

Caminhando e desviando das inúmeras fezes dos cães da burguesia, sinto vergonha em ver um senhorzinho limpado a sua bengala daqueles dejetos animais que imundam as calçadas do meu bairro. Porém, ainda tinha na cabeça a idéia de fazer a tal “crônica feliz”.

Pego o ônibus para ir ao trabalho, lotado, apertado, sinto-me desumanizado.
As pessoas irritadas, cansadas, sofrem, sufocadas no “busão” que segue rumo ao centro.
“Do que você ta rindo? Perdeu alguma coisa?”, é o insulto que ouço do jovem que está em pé na minha frente.

A indignação só acaba quando chega a compaixão.
Um acidente de moto, deixou estirado e ensangüentado o motoqueiro e seu filho, sem capacete, que, pela mochila nas costas e pelo horário, se dirigia para a escolinha.

Feliz! Feliz! Eu pensava! Numa auto – violência, estupro mental, para tentar descobrir coisas boas nesse mar de indiferença.

O tempo e o trânsito parados me fazem cair em um “quase desespero”, pois agora arriscava perder o emprego. Os minutos iam passando e eu pensava somente no ponto. Não poderia chegar atrasado novamente.

Desço do ônibus correndo, empurrando quem está a minha frente, passo o sinal vermelho, quase perco a vida, mas não consigo chegar a tempo.

Ao entrar sou avisado que a chefe me espera em sua sala e quando entro a notícia: “Pode ir embora e não precisa voltar mais, hoje você terá uma tarde livre, uma tarde feliz”.

Voltei caminhando… “e as pessoas não entendem o porquê de não conseguir escrever uma crônica feliz”.

Com Tina para sempre

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Venho por meio dessa,
Pedir minhas sinceras desculpas ao meu grande amor
Tina perdoe-me, pois não queria
Far-te sofrer, sentir tanta dor.

Tina, eu sei que a culpa foi minha
Talvez deveria ter sido um pouco mais prudente
Mas nem sempre sou ou pareço ser inteligente
Difícil é mesmo andar na linha

Porém, que bom que você voltou Tina!
Também, não sei o que faria sem a meu “Sorriso de Menina”.
E agora que você está bem, tem que me prometer.
Que estará comigo pra sempre, até morrer.

E assim permanecerei com a perene alegria e o sorriso no rosto
Ao seu lado a vida sempre terá esse delicioso gosto.
Porque com você sinto frescor da liberdade.
Com você sou realmente feliz de verdade.

Quem está errado?

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Estou esperando o metrô há quase 15 minutos… Bom, lá vem ele. Entro e em alguns segundos sou transportado para um mundo que ainda não consigo identificar.

Imagine essa situação: Você está atravessando a rua enquanto o sinal para os pedestres ainda está vermelho, quando de repente vira um carro em alta velocidade, sem dar seta. Quem está errado? Essa pergunta realmente intrigante estava em um grande letreiro, que servia de senha para poder entrar em algum lugar, ainda identificável.

Não sei… Quem tem prioridade, o pedestre ou o automóvel? Coloquei essa pergunta no Google, usando meu celular e encontrei um fórum de discussões:

“Sempre o pedestre, mesmo que a lei diga ao contrario.” “Será sempre o que estiver em menor desvantagem, na sua pergunta sempre o pedestre.” “Como nos EUA, o pedestre sempre tem preferência…. Questão de educação, coisa que nosso país não tem…”

O Artigo 70, do Código de Trânsito Brasileiro, diz que o pedestre tem preferência na travessia sobre faixas de segurança, quando não houver sinalização de semáforos: “Os pedestres que estiverem atravessando as vias sobre as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica, onde deverão ser respeitadas as disposições deste Código”.

“Claro, nem sempre a gente age de maneira correta”, pensei. “E o mais fácil é justificar o nosso erro enfatizando o erro do outro e assim as coisas não mudam…”

Aqueles segundos de questionamento foram interrompidos por um tremor terrível. Era um terremoto? Não… era o vibra call do meu celular me chamando para mais uma segunda – feira de trabalho.

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