Month: July 2008 Page 2 of 4

O dia em que a menina que perdeu o assovio se foi

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Estava mergulhado nas tarefas do dia – a – dia quando recebi uma ligação dizendo que a menina que perdeu o assovio tinha ido embora.

Fiquei assustado, mesmo sabendo que àquele sábado era realmente o nosso último encontro.

Fui correndo abraçar a mãe da minha grande amiga, sentia uma dor sufocante e a vontade de só estar ali, ser útil, com sorrisos ou lágrimas. Não tinha muito que fazer.

A dor e a tristeza se confundiam com a imensa alegria das recordações, dos sorrisos, dos abraços, das risadas e conversas até tarde da noite.

Eu sabia que a menina que perdeu o assovio é que tinha decidido ficar com o pessoal da Grande Sala, mas tinha um sopro de esperança de que o Senhor barbudo iria ouvir a minha sugestão. Mas, não foi assim e a menina que perdeu o assobio se foi.

O que ninguém esperava eram as inúmeras homenagens. Todos aqueles que puderam desfrutar da amizade da menina estavam lá, se despedindo e agradecendo Àquele que possibilitou o encontro com a menina.

Desde que a menina que perdeu o assovio se foi, não paro de pensar na brevidade da vida, na maneira com a qual tenho aproveitado cada momento, o quanto tenho amado os que estão à minha volta, consciente de que realmente as despedidas ainda serão muitas.

Olhando uma foto com uma frase muito bonita, preparada pela menina que perdeu o assovio, entendi que devo me preocupar somente com ela. “Viva essa vida com as dores e alegrias cada dia” e só.

O corpo da Paulinha foi velado às 18hs na capela do Colégio Santa Marcelina, onde ela estudava. Durante a missa muitos foram os testemunhos de alegria e admiração pela transformação que a convivência com a Paula gerou no coração de cada um. Depois de 17 anos vividos de forma sublime, com todas as implicações que a Fibrose Sística exigia, Paulinha fez sua última viagem para Frutal, sua cidade natal, para ser sepultada hoje, ao lado de sua avó materna que tanto amava.

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A palavra que transforma – by Paulinha Bichara

O último encontro com a menina que perdeu o assovio

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Fui me despedir da menina que perdeu o assovio. Subindo às escadas que conduziam ao seu quarto, um forte aperto no coração por saber que talvez fosse à última vez, o meu adeus.

Chegando lá, o mesmo rostinho. Senti uma saudade do seu sorriso, da alegria que sempre me acolhia, do abraço apertado… Vê-la ali, frágil, sem sequer poder ouvir a sua voz deu uma tristeza, mas estava ali para falar, agradecer.

Disse muitas coisas à garota que perdeu o assovio. Falei do meu amor imenso por ela, da alegria de poder tê-la conhecido e vivido um tempo razoável ao seu lado e fiquei ali, observando-a, até que me sentei na cadeira que estava ao seu lado e, de repente, adormeci…

Estava em uma grande sala observando aquelas pessoas sorridentes, ouvindo um cara barbudo e cabeludo de pé em um púlpito. Do seu lado esquerdo, havia uma senhora linda, de um olhar penetrante e do lado direito estava a minha querida amiga.

Em frente a eles, algumas pessoas que já tinha visto em alguma ocasião. Alegrei-me ao ver o João Paulo conversando com Chiara, sorrindo, felizes.

Todos estavam ajudando aquele Senhor barbudo a decidir o futuro da garota que perdeu o assovio. Ela não queria voltar, estava bem ali, já havia vivido momentos difíceis na terra e achava que já era hora de voltar para casa. Mas, o apelo popular terreno, colocava – O justamente em dúvida se essa era a medida correta.

Havia também a mãe da minha querida amiga. Ela já havia investido toda a sua vida cuidando da menina que perdeu o assovio. Tinha deixado tudo, se anulado completamente para poder estar sempre disponível aos “previstos imprevistos” que a situação apresentava. Essa estratégia fez com que ela deixasse de se olhar no espelho, como a princesa, e isso transferiu todo o sentido da vida da mãe da minha amiga, para a filha dela.

O que seria melhor? O conselho estava tentando descobrir…
A minha vontade de optar, de ajudar, era vã. Sentia uma dor, cruel, por não poder fazer nada, só assistir, talvez ajudar a clamar pela volta da menina que perdeu o assovio, mas a decisão não era minha.

Caminhando pela longa sala, senti que alguém me tocava.

Acordei assustado e sorri para a enfermeira. Estava lá novamente, sentado na cadeira diante do corpo adormecido da menina que perdeu o sorriso.
Não sabia o que dizer, nem o que pedir, mas antes de sair disse internamente: OBRIGADO.

Em homenagem a Paulinha Bichara, que acabou de partir para o Paraíso. Paulinha tinha 17 anos e morava em Frutal, há dois anos estava em São Paulo, na fila de espera para o transplante de pulmão que possivelmente curaria a sua fibrose sística. Paulinha se foi e com ela muitos corações. Fica a alegria de poder tê-la conhecido e saboreado tanta vida, tanta alegria, tanta coragem.

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A palavra que transforma – by Paulinha Bichara

Suicido-me

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Suicido-me toda vez que dou mais importância para o realizado,
do que para o longo e dolorido processo de aprendizado.

Suicido-me quando acredito mais nas minhas forças e capacidade,
do que na existência de um Deus que me ama de verdade.

Suicido-me quando dou mais valor ao sucesso profissional, ao meu próprio sustento
E esqueço de dar valor aos mais singelos e profundos relacionamentos.

Suicido-me toda vez que tenho medo de atravessar o Muro e dou um passo para trás
E não percebo que são os pequenos degraus superados, que vão me manter sempre em paz.

Suicido-me quando paro nos meus limites, nas minhas incapacidades, na minha incoerência,
E deixo de entender que é a vontade de recomeçar que devo priorizar na minha consciência

Suicido-me se me entrego, se tudo não entrego, e paro.
E deixo de acreditar que a santidade é um maravilhoso martírio do qual aqui me preparo.

Il ragazzo ed il suo amico invisibile – Prima parte

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C’era una volta un ragazzo abbastanza strano da cui nessuno sapeva molto. Quel che dicevano è che aveva un amico invisibile e l’ho avevano trovato alcune volte a chiacchierare con lui.

Il ragazzo che aveva l’amico invisibile non aveva mai pensato troppo su di se, ma l’età che man mano arrivava lo spingeva a pensieri nuovi e la mancanza concreta di risposte sembrava, ogni tanto, che ne lo farebbero diventare ancora più matto.

Ecco, un giorno, in uno di quei pomeriggi in cui il sole vuol litigare con la luna per rimanere nel cielo blu, il ragazzino si è messo a chiacchierare nuovamente col suo amico.

Lui non riusciva a capire perché aveva alle volte dei pensieri così cattivi su di se, sulle persone, il mondo… non sapeva da dove venivano. Quel che Lui dopo ha raccontato, è una storia, che vi metto quaggiù:

C’era una volta un uomo molto generoso. Aveva tanto soldi, forse tutto nel mondo era suo. Ma, in uno dei suoi terreni c’era una piantagione di rose molto belle… Un giorno, correndo sulle terre, un bambino che non sapeva di queste rose, è caduto e si è fatto male nelle spine delle rose… piangeva molto e si è arrabbiato con la situazione… Dopo che è stato curato, è andato dal dono del terreno e li ha chiesto come mai aveva di quelle piante con spine.

L’uomo, molto tranquillo li ha detto che quelle erano i fiori più belle del mondo… ma che, mentre crescevano, non ci si poteva immaginare, perché gli spine nascondevano le rose che arriverebbero dopo il tempo.

Il ragazzino, molto curioso, è tornato dopo alcune mesi ed ha visto quei bellissimi fiori… non aveva mai visto qualcosa uguale ed ha capito l’importanza della pazienza… perché dietro le cose apparentemente cattive, si nascondono veri tesori, ma c’è bisogno d’imparare ad aspettare.

Questa storia è stata uno dei momenti più forti della vita del ragazzo, frutto dal bel rapporto costruito con il suo amico invisibile.

Aveva capito l’importanza di aspettare le stagione affinché possa accadere le grandi trasformazione…

Carpe Diem

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As vezes me dou conta de que gasto muito mais tempo pensando em resolver problemas, que desfrutando das alegrias que a vida (e as experiências) proporciona. Provavelmente isso decorre da mania perfeccionista que construí com um grau relevante de influência do cinema “felizes para sempre”.

Essa visão deturpada do mundo, das coisas, pessoas, relacionamentos, nos cega dos valores e aprendizados que a vida REAL proporciona.

A concepção funcionalista das coisas (porque estar bem, é funcional) é perigosa porque faz com que, muitas vezes, deixemos de viver os momentos bons da vida, procurando entender o porquê de algo “fora do padrão”.

Esta não é uma tentativa presunçosa de conselho, é só uma reflexão pessoal a respeito do como essa terrível transformação que me obriga a desprender da juventude e mergulhar no “mundo adulto”, me impulsiona a perder a vontade infantil de viver, aproveitar.

Isso rende muita reflexão, mas não vamos perder tempo, vale mais a pena viver!

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