Consumismo natalino

Consumismo natalino

Enquanto o Natal vem chegando, notícias que nos impulsionam a um consumo desenfreado começam a haver destaque em todos os espaços midiáticos. Empregos, lojas, promoções são elementos da aura do que se estabelece no período mais rentável do ano. Aonde queremos chegar ? Com o consumismo natalino, será que alguém realmente pensa no aniversariante do dia ?

O mundo atual, como disse um grande pensador do século XX, tem se tornado cada vez mais órfão de pai, pois as famílias destruídas perdem ou mesmo nunca tiveram a presença dele, desorientando os filhos.

Mesmo as descobertas científicas, o direito de explorar as potencialidades humanas, a ciência, vem colocando o indivíduo a mercê dessas descobertas. Assim o que se vê são as inúmeras cobaias das multinacionais farmacêuticas no continente africano. Esses avanços tecnológicos são tão sedutores e velozes, que majoritariamente a ética não consegue acompanhar, colocando toda a civilização diante de riscos praticamente irreversíveis. (está aí a necessidade estadunidense de manter sua emissão de gases para sustentar o próprio desenvolvimento industrial, que impulsiona ainda mais o consumo)

Por isso, diz a filósofa Maria Zambrano, esta é “uma das noites mais escuras que jamais vimos”. Porém, desta forma, evidencia-se como primeiro passo para uma reversão da situação, a necessidade de idéias fortes, de ideais que abram caminho para dar uma resposta convicta aos inúmeros e angustiantes questionamentos que possuímos.

Esses questionamentos não são “ventos de doutrina” como o Marxismo, o Liberalismo, ou mesmo a libertinagem, o individualismo radical e também o vago misticismo e etc. O relativismo que nos impulsiona a aceitar esses tais ventos, faz parecer que temos a necessidade de abraçar ilusões que tirem de nós a responsabilidade do protagonismo na mudança efetiva do mundo.

A partir dessa perspectiva é possível salvar os valores, continuar acreditando que um mundo melhor depende somente da nossa coragem e sobretudo da perseverança (e esperança) em acreditar que, uma mínima ação que seja, procurando preservar os nossos valores, é já uma ação concreta na construção de uma nova sociedade. Em vez de promover o consumismo no Natal, evidenciemos a importância da família para a nossa sociedade em crise.

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1 Comment

  1. Daniel

    Fala, Vart!!!

    Muito bons esses dois últimos posts. Pra mim, fica a pergunta: até que ponto estamos fazendo tudo o que poderíamos/deveríamos fazer? Nossa vida, nossos afazeres e obrigações nos colocam num ciclo que não nos deixa muito tempo para dar atenção às necessidades dos outros. Realizar cada uma dessas obrigações pensando sempre no outro, pelo outro, já é um grande passo. Mas e aquelas necessidades que não se colocam no nosso caminho “naturalmente”? Aquelas ao encontro das quais deveríamos ir para atendê-las? Às vezes, tenho a impressão de que nosso circuito trabalho-faculdade-reuniões não costuma nos colocar diante das necessidades extremas nem nos permite fazer nada por elas. Esses pensamentos têm me perturbado ultimamente. É como se eu não estivesse realmente cumprindo a minha missão como Cristão.
    1!
    abraços!

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