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29 dias no país do Tsunami – Parte 22: O terremoto

Não sei realmente o que escrever porque qualquer palavra me parece insuficiente.

Que dia! Que presente da Vida!

Hoje acordamos assustados em meio a dois terremotos. Uma sensação incrível.

“Um barulho como um motor!
Abro os olhos! E o teto do barracão de madeira onde dormíamos parecia uma folha de papel dançando de um lado para o outro.
Demorei uns 5 segundos até entender que a gritaria e o som de gente correndo era um alerta para sair daquele lugar o mais rápido possível.
Nunca corri de uma dependência tão rápido. Só quando estava a céu aberto é que fiquei tranqüilo, sentimento que se completou com o fim do terremoto.”

terremotoDepois do susto após vivenciamos, pela primeira vez, um terremoto, fomos ensinar para as crianças na escola… inglês e até uma canção em português (Aaaaatirei o pau no gato to!). Tudo muito especial e a tarde fomos “suar a camisa”, trabalhando muito com os operários locais para derrubar uma construção semi destruída pelos terremotos.

(é importante lembrar que em Nias, pequena ilha próxima da grande Sumatra, houveram terremotos fortes que derrubaram quase todas as casas)

Senti uma felicidade arrebatadora enquanto estava com eles. Trabalhamos muito e depois fomos jogar vôlei com a molecada da vila. Jantamos e como hoje era o “dia do terço” fomos rezar junto com a comunidade. Fiquei impressionado pela maneira como as crianças conduziam aquele momento sem interferência dos mais velhos. Elas cantaram algumas canções, nós também cantamos para elas. Foi um momento maravilhoso de família.

Nunca mais me esquecerei desse dia!

29 dias no país do Tsunami – Parte 19: Um mergulho inesquecível

 

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Você nadaria aqui? Eu nadei!

As 17h… FUTEBOL! Estava morto para jogar mas com o incentivo dos meus companheiros de viagem fiquei pelo menos um pouco com as crianças.

Depois fomos para a praia e essa experiência ficará marcada para sempre nas minhas recordações.

Imagine um dia de trabalho duro… sob um sol de 40 graus, depois de viajar umas 10 horas.

Suado, cansado, ao saber que iríamos para o mar, fiquei feliz demais, afinal de contas, nem sabia se naquele lugar haveria água limpa para tomar banho…

Junto com os trabalhadores que estiveram conosco todos os dias fomos caminhando até a tal “praia”, mas há alguns quilômetros de distância, comecei a sentir um cheiro terrível de esgoto. Quanto mais nos aproximávamos, mais o cheiro aumentava.

Chegando naquele que era, antes do Tsunami, um porto para desembarcar pesqueiros, fiquei abismado e disse comigo mesmo “Não vou nadar nesse lugar nem a pau”.

Quando terminei essa frase dentro de mim… meus colegas italiano e ingleses já haviam tirado o tênis e se jogado no mar. Segundos de desespero tomaram conta de mim. Todos gritavam me chamando… me olhavam… “não poderia fazer essa “desfeita” com o convite”.

Aqueles minutos tirando o tênis, as meias, foram os mais longos da minha vida… queria chorar, correr, mas não, ali podia só mergulhar, naquelas águas turvas, certamente cheia de impurezas perigosas, porque não com corpos no fundo? Mas, mais que isso, nadar com aquelas pessoas era mergulhar na realidade dura que meus irmãos indonésios estavam vivendo.

Tampei a boca e, ao pisar na areia, me enojei com o lodo que passava entre os meus dedos e decidi: vou nadar até não dar mais pé… e foi o que fiz…

Depois foi tranqüilo… passamos 30 ou 40 minutos nadando, brincando com aquele pessoal, as crianças. Estar com eles é sempre formidável. Acredito que esse nosso tentar ser um deles foi bem entendido.

Voltando para casa fomos nos perguntando se teríamos um lugar onde poderíamos tomar banho… e claro… até aqui Deus foi bem generoso. Depois do banho com água limpa, fomos jantar.

29 dias no país do Tsunami- Parte 15

Depois de esperar um pouco, entramos no navio que nos levaria a Nias. Não poderíamos esperar um lugar tão bom.

O navio, no inicio parecia estranha, superlotada, perigosa, mas quando entramos no nosso quarto, quase não acreditávamos: duas camas (com colchão) maravilhosas. O “miltiplo” (mil vezes recompensável) depois de uma viagem de carro tão cansativa.
Chegando em Nias...
Chegando em Nias…

Fomos imediatamente descansar e ali ficamos até hoje cedo, quando finalmente chegamos em Nias.

Uma visão fantástica…. a praia… tudo. Parecia que estávamos chegando em um pequeno paraíso.
Vista matinal do alojamento das irmãs franciscanas
Vista do alojamento das irmãs franciscanas
Fomos para os nossos alojamentos. Uma bela casa de irmãs franciscanas que acolhem todos os voluntários que vêm à ilha. O quarto é maravilhoso e a visão inesquecível.

Tomamos banho (aos moldes indonésios) e depois fomos conhecer a cidade.

Impressionante.

Não acreditava naquilo que meus olhos viam. Uma cidade toda destruída pelos terremotos. Casas, escolas, tudo “no chão” o parcialmente arrasado.

Primeiro contato com a destruição

Primeiro contato com a destruição

Foi o meu primeiro contato com a destruição daquele país e me veio uma grande tristeza pensar quais perspectivas teriam os sobreviventes num lugar extremamente pobre como aquele e me dou conta do quanto terei que trabalhar aqui.

Voltando para os alojamentos fico pensando no que vi, enquanto espero o almoço.

29 dias no país do Tsunami – Parte 9: Bendita Tiger

TIGER - Cerveja de Singapura

TIGER – Cerveja de Singapura

É incrível o quanto, em situações difíceis, temos a capacidade de construir soluções rápidas e criativas. Percebi isso naquele bem (mal) dito jantar.

Depois de um dia comendo Chinese Food meu estomago já estava completamente revoltado comigo. Comida apimentada, moluscos estranhos e muita, muita gordura, sem sequer ter feito 30 minutos de caminhada ou outro tipo de atividade física.

Mas, o deságio gerado no almoço com o nosso acompanhante me fez entender que ali teria que me sacrificar de alguma maneira, precisa comer aquela última vez.

Resolvi conversar com Ago para pedir uma Luz e entender o que fazer, mas ele me deixou claro que era eu é que tinha que me resolver, conversando com o nativo ou comendo.

Durante o caminho não sabia o que fazer… o desespero foi tomando conta de mim e chegou ao ápice assim que sentamos e dei uma olhada no cardápio. Rã, gafanhoto e outras especiarias estavam no Menu, além dos outros pratos já degustados durante o dia.

Levantei para ver como preparavam e percebi que havia cometido mais um grande erro. Nossa comida estava toda VIVA em aquários, se escolhia e logo depois vinha o prato com a comida.

Porém, enquanto escolhia a minha bebida, já de estomago embrulhado, percebi uma bebida com o nome Tiger e perguntei se era cerveja.

Beleza!! (pensei). Tinha encontrado uma saída. Pedi logo duas… depois mais duas… bebi, bebi e fui vendo tudo girar, quando perdi a noção de onde estava escolhi a comida…

E comi…. como nunca antes.. de tudo… rã, gafanhoto, moluscos, peixes… sem pensar.

A noite, quando cheguei em casa estava feliz… todos um pouco impressionados pelo tanto que comi.

Grande TIGER!!! Fui salvo pela embriaguez. (Se minha mãe souber disso eu to frito..hehhe)

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