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Basta de sermos só o país do futebol

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Passada a alegria de ver o Brasil ganhando mais um campeonato de futebol, acordei e fui trabalhar. Nenhum sinal aparente de festa nas ruas da minha São Paulo, ninguém falando só do jogo de ontem no trabalho, nada de exageros de patriotismo e uma única certeza: felizmente, não somos mais só o País do futebol.

No último século, fomos vistos internacionalmente assim: País do futebol (como também do carnaval = mulatas seminuas dançando, das praias, da desigualdade social, da violência).  Esse “status” é, na minha opinião, mais sinal depreciativo, que admiração e respeito pelo Brasil.

Mas, de maneira inesperada (como foi a ascensão do time de futebol brasileiro na Copa das Confederações) despontamos, corajosamente, sedentos de mudanças sociais, cansados de aceitar comodamente os desmandos e descasos da classe política do Brasil e fomos, como um povo, para a rua.

Esse sinal visível de tomada de consciência é a oportunidade que sonhávamos para exigir um país mais justo, menos corrupto e transformar nossos valores, nossa hospitalidade, alegria, em um patrimônio social, um legado para as próximas gerações.

A vitória no futebol não é NADA comparável as vitórias sociais que os protestos em todo o país vem produzindo, nos corações e mentes das pessoas, mesmo que ainda as mudanças concretas sejam pequenas – individual e coletivamente -, mas é inevitável: #ogiganteacordou.

Com a mesma paixão que milhares de torcedores cantavam o hino do Brasil antes de cada jogo de futebol, outros milhares foram às ruas, pacificamente, exigir uma VITÓRIA SOCIAL, quem sabe, com a mesma dedicação, respeito e seriedade que Scolari exigiu de seus jogadores na Copa das Confederações. (Infelizmente a Dilma parece não entender a pedagogia por trás do esporte).

Agora é hora de se preparar para o grande evento político de 2014: As eleições! Mas para isso, temos que treinar muito a nossa cidadania, cobrando a classe política, promovendo a consciência social e a formação, para sermos o país que todos esperamos… Campeão em educação, saúde, justiça social, respeito, honestidade….

Quando o futebol nos cega

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Hoje o país parou para falar do jogador Neymar. Novo Pelé, Neymar’s Day… é assim que a Espanha intitulou seus jornais esportivos.

Contudo, o “triste” em meio à festa que deve, contudo, ser sempre acenado, é a fabricação “artificial” de ídolos – maiores no nome que no futebol – que sustenta o “pão e circo” e  acalma os ânimos em momentos de crise socioeconômica.

Esse fanatismo futebolístico, movido especialmente pela mídia mundial,  coloca Brasil e Espanha, as duas nações que envolvem a transferência do jogador Neymar à Europa, em situações parecidas.

Enquanto a Espanha vive uma crise socioeconômica sem precedentes, as suas duas maiores equipes de futebol do país, Barcelona e Real Madrid, gastam, ano após ano, milhões de euros em transações futebolísticas. Um desprezo ético que a mídia local parece ignorar.

Desta parte do Atlântico, a situação não está nada melhor. Crescimento econômico irrisório, aumento preocupante da violência e, enquanto isso, estamos esperando as Copas, a Olimpíada e festejando a ida do, já milionário, Neymar à Europa. Momentos como esse último sugerem uma verdadeira reflexão ética de um modelo (atual) de futebol que, acima de tudo, desvaloriza os benefícios que o esporte traz para a huma(comu)nidade.

Modelo alemão

A Alemanha, grande vencedora do principal campeonato Europeu,  parece ter um modelo a ser seguido. Privilegiando a formação de novos jogadores e na sua profissionalização, o país, que também tem sofrido com a crise econômica mundial, adota uma austeridade econômica que reflete nos seus clubes de futebol, obrigando-os a provar que têm saúde financeira para competir nas ligas profissionais.

As muitas regras da federação alemã de futebol, além de impedir os times de contrair dívidas, diminuindo os riscos de falência, transforma o esporte em um “produto lucrativo ético”, além de um importante capital para a formação humana dos jovens do país.

70.000 pessoas aguardam Neymar no Camp Nou, estádio do Barcelona. Milhões em todo mundo – principalmente no Brasil – acompanham a transmissão midiática do acontecimento. O “Pão e circo” nos move, nos ajuda a esquecer os problemas cotidianos, as dificuldades da vida, mas ele não deveria JAMAIS “cegar” nossas consciências.

Provocação 14 – Futebol é coisa de mulher

Editorial:

Essa edição do Provoc@ç@o nada mais é que uma homenagem singela as jogadoras de futebol feminino, por tudo aquilo que elas mostraram em 2007. Pela garra, força, perseverança e coragem…
Não vou dizer muito, mas vê-las jogar, me deixou a forte impressão de que realmente é possível jogar um futebol bonito e alegre, sem as exacerbações publicitárias, mas com um mínimo de incentivo.
Fica aqui também a minha homenagem às mulheres brasileiras, especialmente àquelas que posso disfrutar da companhia.

Grande Abraço

V@lter Hugo Muniz

PS: Texto sobre a vitória feminina nos Jogos Panamericanos (http://vartzlife.wordpress.com/2007/07/26/rainhas-do-futebol/ )

provocacao-14
Para download: http://www.4shared.com/file/94912175/347505c1/Provocao_14.html

Futebol que une o País da Guerra

iraqi-kids-playing-soccer.jpgNos próximos dias, bolas de futebol irão chegar à Zona Internacional, região controlada pelas forças de coalizão em Bagdá, capital do Iraque. Não se sabe ao certo até quando o país contará com a presença do exército americano, mas alguns soldados afirmam ver ‘milagres’ operados pela bola.

“Um dia, conta Justin Porto, tenente-coronel reformado que está há seis meses no Iraque trabalhando na área de tecnologia de informação, estava driblando até que passei a bola para um menino. Na hora, a atitude dele mudou. O rosto mudou. Passou a me ver como amigo”, disse ele. O acaso fez surgir uma campanha para arrecadar bolas para os iraquianos. E, assim, melhorar a convivência.

“Até agora, já conseguimos 14 bolas no período de uma semana. Nas próximas semanas, espero centenas”, falou Porto. “Meu irmão é diretor de uma escola em Nova Jersey e organizou uma campanha para que os alunos doassem bolas. Elas ainda vão chegar.”

Desde 2004, alguns grupos isolados do Exército norte-americano arrecadam bolas de futebol nos EUA para enviar a crianças iraquianas. Entre os projetos mais conhecidos adotados com sucesso estão ‘Operation Soccer Ball’ (Operação Bola de Futebol) e ‘Operation KickStart’ (Operação Chute Inicial).

O tenente-coronel reformado diz ter apoio oficial. “O Exército me autorizou a enviar e-mails a amigos e família para pedir bolas. E também me ajudou no transporte das bolas.”

“O iraquiano adora o futebol. É comum ver aqui meninos com camisas de times europeus ou mesmo de jogadores brasileiros”, afirmou Porto. O americano relatou a transformação provocada pelos dribles e gols desde que passou a distribuir bolas de futebol.

“Quando cheguei ao Iraque, eles [os iraquianos] não confiavam muito na gente. Mas fomos ganhando os corações dos iraquianos aos poucos. Eles demoram a perceber que você é uma pessoa boa. Até a hora que eles o vêem como um deles, como um ser humano como eles, o vêem fazendo as mesmas coisas que eles.”

A mudança, disse, refletiu-se até no dia-a-dia. “Todo dia, faço ronda de uma hora pelas ruas. Hoje, já me cumprimentam, acenam para mim, sorriem quando eu passo. É minha recompensa.”

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