Month: December 2010

Encontros e reencontros de Natal

«Será que as pessoas se dão conta do que é concretamente deixar tudo? Conseguem entender o que é passar o Natal fora do próprio país, longe da família? Sinceramente, acredito que as pessoas muitas vezes enxergam as situações com um romantismo cego e inconscientes de que realmente tudo tem um custo…»

Aquele comentário resumia bem o que Paulo sentia nos últimos dias que antecediam o Natal. Há alguns meses na Europa, o jovem havia deixado o seu país para começar uma nova vida no Velho Continente e, especialmente no período do Advento, sentia falta de suas raízes.

Paulo lembrava-se perfeitamente da alegria vivida na semana que antecedia o Natal. O ritmo no trabalho diminuía, há mais de um mês gozava das merecidas férias de estudo e não pensava em outra coisa senão preparar-se bem para aquele momento tão particular do ano.

Natal para Paulo sempre foi a festa da família, da sua em particular. A vida na grande metrópole tantas vezes não permitia que ele estivesse sempre com suas irmãs, seus pais, mas naquela ocasião era diferente: estavam sempre juntos, cantando, rindo e comendo muito.

No dia 24 acordava com o bater de panelas e o perfume do pernil que já assava no forno. No café da manhã um pedaço de «chocotone» aquecido no microondas e uma Sminorf Ice, seguida de uma bronca da mãe que dizia que aquilo não era hora de beber esse tipo de coisa.

Durante todo o dia não comia muito para «fazer espaço» para tão esperada ceia. Ajudava a preparar doces, comprar as bebidas, mas acima de tudo procurava estar junto de suas irmãs, seus pais. Uma grande festa.

Já no entardecer começava a «arrumação». Todos bonitos, nada de luxo, pois raramente podiam usar vestidos novos, mas isso não impedia de que cada um da família pudesse apresentar-se BEM para a grande festa de chegada do Menino.

Lá pelas 20h toda a família caminhava juntos até a igreja. Sem dúvidas o motivo central daquele dia, daquela semana, talvez de todo o ano. Festejar juntos Aquele que deu forças, proveu todas as necessidades, deu saúde, alegria, a cada um é algo que queima o coração de Paulo, sempre que procura contar como é passar o Natal com a sua família. E por isso era evidente o estupor de Clara ao ouvir aquela narração tão «apaixonada».

Clara também festejava sempre o Natal a sua família. Mas em vez das quentes terras Sul-americanas, Natal para ela significava: neve, frio e a mesma sensação de acolhida que só a vida em família permite.

Pensava que talvez, em seu continente, muitas pessoas estariam vivendo aquela festa sozinhas, conseqüência do bem-estar financeiro que muitas vezes corrompe o verdadeiro sentido do Natal. Mas em sua casa não. Que alegria era ver aquela imensa árvore de Natal, comer tantas coisas boas, ir à missa juntos e sentir aquele forte calor e alegria que a vida na sua família permitia!

Natal era sempre uma oportunidade de reencontro, ainda mais agora que ela estuda longe, vê esporadicamente seus familiares, mas esse, em particular, tinha um sabor especial. Durante todo o ano sua família viveu um duro momento de incompreensão, dor, dificuldades. Todos tiveram que suportar aquele momento vazio de sentido, cada um com as próprias forças e também com a falta delas, mas era forte a sensação de que tudo foi purificação.

Aquela festa, em particular, era um momento de agradecimento por tudo aquilo que toda a família conseguiu superar, por todo o crescimento espiritual e humano e pelo aprofundamento do nos relacionamentos que permite que também o amor fosse mais sincero, mas verdadeiro entre todos.

As duas histórias, de Paulo e Clara, se encontravam no Natal. Diferentes no desenrolar dos acontecimentos, mas parecidíssimas em essência.

Tudo isso porque, antes de tudo, aquilo que os fazia plenamente feliz era que em nenhum momento do ano haviam esquecido o festejado da noite. Não era uma festa em si, mas o ápice de uma “gestação” vivida com alegria e as dores, cada dia. Talvez por isso aquela festa tinha tanto sentido e não era uma simples troca de presentes ou uma ceia repleta de comida gostosa.

Natal, especialmente aquele ano era Encontro e Reencontro. Encontrar-se cada um consigo mesmo, com os outros e com o Deus-Menino que é quem permite que o Natal seja a possibilidade de viver as coisas simples com uma disposição renovada.

Essere straniero in una Italia razzista

Ho cominciato a lavorare quando avevo 17 anni. Le condizioni economiche della mia famiglia non mi hanno mai permesso di sfruttare nulla oltre il basico: cibo e una casa.  Divertimento e anche lo studio dovevo trovare un modo di finanziarmeli io.

Non mi sento male perciò, anzi, questo mi ha fatto maturare di modo degno, onesto e con tanto rispetto altrui.

In 26 anni ho sempre valutato queste difficoltà, sfide, come una ricchezza umana che mi permetteva di essere un cittadino impegnato a fare quello che mi tocca personalmente e assumendo i doveri davanti alla società da cui appartengo.

Ma oggi, mentre uscivo della COOP di FIGLINE VALD’ARNO, nella Toscana italiana, per la prima volta mi sentivo umiliato proprio in quello che ho sempre cercato di custodire: la mia dignità.

Siccome sono responsabile per le spese nella casa in cui vivo, sono andato a quel mercato per fare un sondaggio nei prezzi delle merce. Durante circa 40min ho percorso il mercato prendendo appunti dei prezzi con la speranza di trovare qualcosa economica che ci aiutasse a risparmiare un po’ di soldi, argomento che interessa molto la nostra comunità di studenti.

Camminando tra i corridoi del COOP ho trovato finalmente il Curry che mi avevano chiesto di comprare tanto tempo fa. L’ho preso e alcuni minuti dopo mi hanno chiamato dicendo che la macchina per tornare a casa mi stava aspettando nel parcheggio.

Arrivo alla cassa, pago con 50 euro e una monetina di 10 centesimi per aiutare nel resto (Il Curry costava 2,10). La signora ha preso i miei soldi e subito ha messo in una macchina per garantire che non era finta – procedura normale, di sicurezza, pensai.

Ma, dopo che ho preso il mio resto mi è venuto in incontro un uomo chiedendo se potevo accompagnarlo e facendo vedere la tessera del mercato. L’ho chiesto spaventato se era successo qualcosa e non ho ricevuto una risposta.

Mi ha chiesto di aprire il zaino per sapere se c’era qualcosa, davanti alle persone del mercato. Vedendo che il zaino era strapieno (avevo appena tornato di un lungo e stancante viaggio della Svizzera) mi ha chiesto di seguirlo.

“Posso almeno dire a quelli che mi stanno aspettando fuori che mi state chiamando?” – ho chiesto. “Loro possono aspettare” mi ha risposto il signore, molto maleducato, senza neanche guardarmi in faccia.

Abbiamo salito una scala e dentro una stanzetta piccola mi chiese di aprire “per bene” il zaino. Lo dico che ci sono le mie cose personale, del viaggio e lui non se ne frega.

Così lo apro, con tantissima vergogna e un sentimento terribile di invasione e lui vedi una scatola di “Rafaello” che avevo ricevuto di regalo della mia ragazza e mi chiesi: Dove hai comprato questo?

La voglia è stata di rispondere: Ma cosa ti importa? Chi pensi che sei per parlare così con me? Ma la stanchezza mi ha salvato l’educazione ed ho spiegato che ero appena arrivato della Svizzera e avevo ricevuto come regalo della mia ragazza.

Un secondo uomo ha preso la scatola senza chiedermi il permesso ed ha visto dietro che il numero di serie confermava quello che avevo detto.

UFF!! Quel momento di umiliazione era arrivato alla fine… senza sapere cosa dire mi dicono che volevano vedere se avevo preso qualcosa perché sono entrato con uno zaino troppo grande e che avrei dovuto lasciarlo in una specie di guardaroba.

“Va bene, va bene”, rispondo chiudendo il mio zaino e uscendo della stanzetta con rabbia di, per la prima volta in vita mia, essere vittima di RAZZISMO!

Si! In quel momento terribile mi sembrava sciogliersi la risposta alla mia domanda, rivolta a quasi tutti gli italiani che conosco, sul perché hanno scelto un tipo come Berlusconi per essere il loro rappresentante politico… In quel momento mi sono accorto di quel seme fascista, razzista, che sembra sfiorire da ogni cittadino di questo paese, che può non avere un atteggiamento esplicito in questo aspetto ma che rimane sempre più zitto davanti a questa ingiustizia verso gli stranieri, o quello che la stampa italiana chiama GLI EXTRACOMUNITARI.

Un film è passato nella mia testa… con tutti gli italiani, europei, scapati della guerra e accolti nel mio paese e io, invece, umiliato.

Tutti quei pensieri si calavano dentro, ero troppo stanco per ribellarmi, per dire qualcosa, esigere il rispetto e la dignità che ho costruito lungo la mia vita.

Ma ora scrivo perché mi sono reso conto di che non si può restare zitto davanti all’ingiustizia. Questo brutto incubo mi è servito come insegnamento per una prossima volta.

Articoli interessanti:

Caccia al Marocchino. Razzismo fuori tempo massimo: http://www.agoravox.it/Caccia-al-Marocchino-Razzismo.html

Discussione nel yahoo fra gli italiani: http://it.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080321161223AAAadyT

Sito sul razzismo in italia: http://razzismoitalia.blogspot.com/ – MOLTO INTERESSANTE

Dor que não é sofrimento

Acabei de assistir o filme lançado este ano sobre o filósofo «católico» Agostino de Hipona, mais conhecido como Santo Agostinho.

Desde que cheguei ao Instituto Sophia, além de Sócrates, Aristóteles e Chiara Lubich, Agostino se transformou em um mestre que constantemente me ajuda a encontrar intelectualmente o sentido para tantas coisas que permaneciam no âmbito das experiências empíricas.

A sua clareza e profundidade em comunicar seu caminho de discernimento metafísico da realidade me impulsionou a pensar na possibilidade de começar explicar minhas poesias.

Não sou artista, filósofo, poeta, mas um jornalista sedento pela Verdade. Não aquela pseudo-verdade que transforma os valores morais em conceitos relativistas, nem mesmo as falácias hermenêuticas em relação a doutrina cristã, mas uma verdade que transforma, liberta e, acima de tudo, dá ALEGRIA!

Alegria, porém, que vive em relacionamento contínuo com a “dor que não é sofrimento”, que é dimensão nossa, realidade intrínseca, caminho para a Felicidade.  “Não é sofrimento” pois sofrer é  a conseqüência do não encontrar sentido à dor, é não contemplar o caminho do Bem Maior é submeter-se à escolhas baseadas no medo, é contentar-se com uma falsa vida.

Foram esses os questionamentos, sustentados pela grande admiração por Agostino e uma conversa edificante com meu irmão Cristian Sebok, que “maiêuticamente” brotou essa poesia que vos ofereço abaixo:

 

« Dor que não é sofrimento»

 

Dor que não é sofrimento

Que é vontade divina, compreensível lamento

Abraço-te sorrindo, lagrimas escorrendo

T’amo bela dor que não é sofrimento

Venha rápido pra que eu ilumine e cresça

E percorra O Caminho com fim que Ele conheça

Arde-me a alma quando me escapa o sentido-momento

T’amo afetuosa dor que não é sofrimento

Porque sofrer é escolha conseqüente

Entender a relação que envolve coração, alma e mente

Renegar tudo que não é felicidade de estado

T’amo dor, esteja sempre ao meu lado.

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