Sopro de esperança

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Aquele sopro suave me desligou dos meus iguais e me impulsionou a uma viagem de vôo certeiro, sem volta.

Não sabia onde nem quando cairia, só vislumbrava os campos verdes, o céu azul e as belezas que a flora celeste sempre cuidou de não me privar.

O estimado vento era quem me conduzia sempre. Hora à direita, forte e intenso, hora à esquerda, ligeiro, quase vazio de si. E eu continuava planando, sem saber a hora em que finalmente pousaria.

Naquele celeste voar me deliciava em cada etapa, como acontece nas quedas agudas das montanhas-russas.

A gente nunca tem o controle da velocidade e do caminho a seguir, mas alçamos os braços, certos de que o Engenheiro que planejou o brinquedo estava ciente dos perigos e zeloso da segurança de todos.

Hoje continuo voando, os mergulhos verticais parecessem me levar a um fim certeiro, mas algo sempre acontece e mostra que tudo não passa de um novo recomeço.

Daquele divino sopro primário voa também essa singela “esperança”, sem alarde.

Abre as janelas e deixa a “esperança” entrar na tua casa trazida pelo vento da tarde.

(Conhecida no Nordeste brasileiro como Esperança o nome “biológico” da flor que originou essa poesia é Dente-de-leão. É uma planta medicinal herbácea conhecida no Brasil também pelos nomes populares: taraxaco, amor-de-homem, amargosa, alface-de-cão ou salada-de-toupeira.)

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2 Comments

  1. kate

    Valter, de quem é o poema acima “abre as janelas e deixa a esperança entrar na tua casa trazida pelo vento da tarde”?

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