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Chego ao estúdio dez minutos antes do horário previsto para a gravação.

É a primeira vez que irei assistir “ao vivo” uma gravação que não seja do Balanço Social, programa da TV Cultura onde trabalho, desde abril deste ano.

Nesses meses de televisão venho descobrindo coi

sas que realmente me realizam como profissional, conhecendo pessoas interessantíssimas e aprendendo coisas novas.

Uma delas é o “Professor”, adjetivo perfeito para um dos grandes ícones do jornalismo brasileiro. Heródoto Barbeiro é o primeiro a chegar ao estúdio. Cumprimenta todos (inclusive eu) e começa a passar o texto de abertura do programa e dos blocos.

O cenário do Roda Viva coloca o entrevistado no meio de uma artilharia de perguntas, mas o convidado de hoje, parece até um driblador, que de maneira desconcertante, se esquiva das perguntas que prefere não responder.

O tempo passa, ninguém chega e o Professor sai para não prejudicar sua voz no gélido ar condicionado. E eu vou junto, como um Paparazzi que quer medir cada passo de admirável homem.

Impressionou-me a seriedade e o profissionalismo deHeródoto, a gravação deveria começar as 17:30h e lá estava ele neste horário. Infelizmente, nem todos se programaram para enfrentar o trânsito e chegar pontualmente.

Só as 18:30h começou a gravação, quando Mano Menezes estava sentado em sua cadeira, no ponto central da “Roda Viva”.

Perguntas inteligentes e respostas maravilhosas. O técnico do Corinthians mostrou uma “cabeça fantástica”, plagiando o comentário de Heródoto, depois de ter trocado algumas poucas palavras com ele na saída da TV.

Mano Menezes abriu as portas dos bastidores do futebol, pouco conhecido pela maioria dos leigos futebolísticos e se mostrou alguém seguro daquilo que pensa, dos seus projetos e da sua concepção a respeito do esporte mais popular do país.

Destacam-se, sem sombra de dúvidas, assuntos sobre o paternalismo do futebol, o uso do Twitter como ferramenta de relacionamento direto com o torcedor e o envolvimento de técnicos no mercado de jogadores. Opiniões claras que valem a pena serem vistas no site do programa.

Terminada a gravação, alguns reportes, câmeras, operadores, correm para uma rápida foto, pergunta, autógrafos, mostrando com curiosidade a relação que se traça nos bastidores.

Eu fui para casa edificado. Não só pela experiência JORNALÍSTICA que o Roda Viva me proporcionou, mas por saborear a beleza de um trabalho bem feito e que me permitiu mergulhar na humanidade de uma das grandes figuras “midiáticas” do momento. Isso para mim é jornalismo, e dos bons.