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Vítimas do desenvolvimento tecnológico

Chegou-me em mãos hoje um artigo a respeito dos casos de suicídio na fábrica de Longhua, dirigida atualmente da sociedade taiwanesa Foxconn.

O texto apresenta uma relação feita por alguns jornais desses suicídios com a etapa final de produção do grande lançamento da Apple em 2010: o IPAD.

Visto com bons olhos pelos profissionais de TI, a “mesa portátil” da multinacional norte americana tem na fábrica de Longhua seu grande pólo produtor.

O interessante é que este produto, evidenciado como sinônimo de DESENVOLVIMENTO, não vem apresentado levando em consideração seu processo de produção, típico de grandes potências mercadológicas que usam de grandes complexos industriais para desenvolvê-lo de forma subumana.

Interessei-me então pelo assunto e encontrei outro texto (http://www.gizmodo.com.br/conteudo/relatos-de-um-infiltrado-no-inferno-fabrica-da-foxconn) que conta a experiência de um repórter de um grande jornal chinês para entender as verdadeiras causas desse crescente número de suicídios.

Contudo, o que falta em tudo o que li sobre o assunto é uma importante relação desses suicídios com a cultura oriental da eficácia. Da busca incansável pela perfeição e o êxito. É conhecido de todos que esse perfeccionismo é exigido já com crianças e que vem acentuado na entrada ao Mercado de trabalho.

No site do programa da ONU que se ocupa da prevenção ao suicídio (http://www.who.int/mental_health/prevention/suicide/suicideprevent/en/) é possível perceber que estão na Ásia os maiores índices de suicídio. Em contrapartida tanto na África, como nas Américas Central e do Sul, onde as condições de trabalho são péssimas, esses índices não são tão altos.

É importante olhar universalmente para esses casos, como o do IPAD, procurando entender também os aspectos culturais e sem fazer ataques diretos a uma empresa ou produto específico.

O que precisa ser combatido é justamente o sentido de fazer com que a necessidade de produtos de consumo valha mais que o ser humano.

Não sei se dentro do Capitalismo, onde a cultura do sucesso é difundida além de qualquer valor, isso é possível.

De qualquer forma, seguem alguns links com as notícias:

http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI4452090-EI15608,00-Fabricante+chines+de+eletronicos+enfrenta+o+suicidio.html

http://info.abril.com.br/noticias/mercado/fabricante-de-iphone-quer-conter-suicidios-25052010-47.shl

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/05/empresa-de-taiwan-toma-providencias-para-frear-onda-de-suicidios.html

Uma semana para mudar o mundo – Revista Cidade Nova – outubro 2006

PDF DA MATÉRIA: CLIQUE AQUI

Por Valter Hugo Muniz

Do dia 16 ao dia 22 deste mês se realizará a Semana Mundo Unido. Jovens de todo o mundo estão programando diversas iniciativas com o objetivo de mostrar que a paz, a solidariedade, a fraternidade podem ser construídos e cultivados a partir de nossas cidades

Explode a guerra no Lí­bano. A morte de civis, a intolerância e os atos terroristas parecem di-recionar o país a rumos catastróficos. Os números oficiais di­zem que os ataques já mataram qua­se duzentas crianças até o início de setembro e elas já contabilizam um terço dos feridos no conflito.

Enquanto o mundo dirige suas atenções para o Oriente Médio, na África as mulheres ainda lutam por uma vida melhor, quase sempre utó­pica, pois a falta de credibilidade nos governantes é evidente. Em uma pesquisa feita pela BBC, televisão inglesa, percebe-se que a situação da mulher africana é mascarada. Elas ainda sofrem muito com a violência, sobretudo a doméstica.

Na Europa, o descontentamento de jovens que habitam nas perife­rias das cidades francesas tem gera­do fortes conflitos com a sociedade. E poderíamos continuar a relação de fatos que demonstram a situação atual do mundo segundo a leitura da mídia.

Contudo, não é preciso ir muito longe para se dar conta da violência, da intolerância e da guerra que pa­recem infindáveis em todo o planeta. Os ataques de grupos criminosos em São Paulo, os conflitos nas favelas do Rio de Janeiro, sequestros, vandalis­mo e manifestações de intolerância de todo tipo, são problemas que têm feito cada vez mais parte do cotidia-no de todos.

Em meio a toda esta balbúrdia é possível acreditar em um mundo melhor? É utópico demais pensar na paz?

Um desafio aos jovens

Em 1995, Chiara Lubich, funda­dora do Movimento dos Focolares, falando para milhares de jovens de todo o mundo que se reuniam em Roma, convidou-os a não se deixa­rem intimidar pelos sinais de ódio e de violência que marcam o nosso tempo e lançou uma proposta ori­ginal: a realização de uma “Semana Mundo Unido”. Com essa proposta, Chiara confiava aos jovens a difusão de uma cultura de paz e de fraterni­dade baseada em relacionamentos de convivência pacífica e de enriqueci­mento recíproco entre os povos e as culturas, no respeito à dignidade de cada ser humano e à identidade de cada povo ou comunidade.

“Uma proposta para todos nós, para os jovens do mundo inteiro, para as instituições nacionais e internacio­nais, públicas e privadas, para todos; uma proposta, ou melhor, um com­promisso: um encontro marcado com a Semana Mundo Unido. O objetivo? Evidenciar e valorizar as iniciativas que promovem a unidade, em todos os níveis”, explicou Chiara.

A proposta de Chiara teve a ade­são imediata de jovens de todo o mundo pertencentes ao Movimen­to Jovens por um Mundo Unido (MJMU, expressão do Movimento dos Focolares) que engloba jovens de diversas raças e nacionalidades, pertencentes às principais Igrejas, mas também de outras religiões e culturas que não professam um cre­do religioso. E já em 1996 despon­taram iniciativas em todo o mundo — cinefóruns, manifestações públicas pela paz, divulgação na mídia, inicia­tivas sociais — que tinham o objetivo de chamar a atenção da opinião pú­blica para os ideais de paz e de fra­ternidade.

Um momento fundamental da SMU – no seu início ou na sua conclusão – é a conexão telefó­nica que coloca em comunicação simultânea os jovens do MJMU de diversos países para uma troca de experiências sobre as iniciativas empreendidas por eles ou para uma comunicação direta com jovens de países em guerra ou que sofreram alguma catástrofe natural. Também Chiara Lubich participa da conexão com uma mensagem que, em geral, leva os jovens a olharem o mundo e os acontecimentos sob o prisma da fraternidade e da unidade entre os homens.

Trabalhando pelo mundo unido

A primeira edição da Semana Mundo Unido já contou com a participação de 80 cidades nos cinco continentes. Do Peru à Coreia do Sul, da Finlândia à África do Sul, os jovens se mobilizaram em iniciativas originais e muito concretas.

Na SMU de 1998, representan­tes do Movimento Jovens por um Mundo Unido dos Estados Unidos levaram ao secretário-geral da ONU um documento elaborado com a ajuda dos jovens do Iraque em favor da unidade entre os povos.

Em 2002, os jovens do Oriente Médio desenvolveram diversas ini­ciativas para renovar na população a esperança e a fé no mundo uni­do e na fraternidade universal. No Líbano, por exemplo, eles anuncia­ram a proposta do mundo unido nas praças, com concertos e outras manifestações artísticas. Além disso, eles recolheram uma grande quanti­dade de alimentos em frente aos seis maiores supermercados de Beirute, que depois foram distribuídos para 100 famílias carentes.

No ano passado, quando a SMU completou seus 10 anos, as atividades se alastraram por todo o mundo. Na Tanzânia, país da Áfri­ca subsaariana, 42 Jovens por um Mundo Unido construíram duas cabanas com barro e palha, para dois refugiados idosos que não ti­nham um lugar para ficar. Foram também às duas escolas de ensino médio do campo de refugiados para partilhar as experiências feitas pelos Jovens por um Mundo Uni­do de seu país.

A Semana Mundo Unido des­te ano se realizará do dia 16 ao dia 22 de Outubro e terá como lema: “Mundo Unido: comece pela sua cidade”. Diversas ações estão sendo programadas em muitos países, pro­curando agora, mais do que tudo, mostrar que a paz, a solidariedade, a fraternidade, todos os valores que parecem estar perdidos, devem ser construídos e cultivados nos nossos ambientes, em família, na escola, no trabalho, com os amigos, a partir de nossas cidades.

Agenda Mundo Unido

Uma pequena agenda com pensa­mentos para serem concretizados a cada dia durante a SMU foi uma das ideias que os jovens tiveram para dis­seminar a proposta de fraternidade as­sumida por eles.

Seguem abaixo os textos da Agenda para serem refletidos e vividos a cada dia da Semana Mundo Unido.

SEGUNDA-FEIRA

Uma cidade… SOLIDÁRIA “A diferença entre o que fazemos e o que somos capazes de fazer seria sufi­ciente para resolver a maioria dos pro­blemas do mundo.” (Mahatma Gandhi)

Relato de uma cidade

“Sou artista plástica e sempre me incomodou a diferença social que existe na minha cidade. Decidi me aproximar de uma comunidade carente onde as pessoas moravam em casas de tábuas e papelão. Depois de 25 anos de trabalho ali, junto com os moradores, foi possível substituir e reformar 84 casas em regi­me de mutirão. Hoje também já existem muitos outros trabalhos em prol dessa comunidade.” (A.R. – São Paulo)

TERÇA-FEIRA

Uma cidade… FRATERNA

“Épreciso amar a todos, simpáticos e antipáticos, pobres e ricos, da nossa pá­tria ou de outra, amigos ou inimigos.” (Chiara Lubich)

Relato de uma cidade

“Sou libanesa e trabalho na recep­ção de um hospital em Beirute. Um dia chegou um palestino com um parente doente em estado grave. Sua origem palestina seria suficiente para que eu me recusasse a atendê-lo, porque venho de um vilarejo que foi totalmente quei­mado por eles. Procurei superar o ódio e o rancor que tinha dentro de mim e ajudá-lo. Críamos uma amizade que foi muito além do período de convalescen­ça de seu parente e envolveu também nossas famílias”. (H.N. – Líbano)

QUARTA-FEIRA

Uma cidade… DE PAZ “O amor é a única força capaz de transformar um inimigo em amigo.”

(Martin Luther King)

Relato de uma cidade

“Dois meninos estavam brigando na escola. Eu os separei e sugeri que fizes­sem as pazes, mas eles não quiseram. Mais tarde, um deles estava no pátio e foi procurar o outro. Chamei-o para dar uma volta, fazendo com que nos encon­trássemos ‘por acaso’. Eles se deram as mãos e voltaram a ser amigos.”

(R., sete anos – Venezuela)

QUINTA-FEIRA

Uma cidade… QUE ACOLHE “Podemos nos contentar com o bem de um só indivíduo, mas é muito me­lhor e mais divino o bem da inteira co­munidade. ” (Aristóteles)

Relato de uma cidade

“Na esquina, perto de casa, tem um cruzamento movimentado que não tinha sinalização adequada. Por isso aconteciam muitos acidentes. Como cidadã, deveria fazer alguma coisa e resolvi buscar ajuda dos órgãos compe­tentes. Depois de muita insistência foi colocada nessa esquina uma rotatória e os acidentes diminuíram bastante.”

(C.P. – Ribeirão Preto, SP)

SEXTA-FEIRA

Uma cidade… DE ESPERANÇA “Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo se for para ajudá-lo a levantar-se.” (Gabriel Garcia Marques)

Relato de uma cidade

“Sempre fiquei inquieto ao ver jo­vens entregues às drogas pelas ruas de minha cidade. Então, tive uma ideia: ajudá-los a ter uma esperança e desen­volver alguma atividade que os ajudasse a deixar o vício. Comecei a ensiná-los a fazer pulseirínhas. Hoje sou um dos res­ponsáveis pela Fazenda da Esperança, um lugar de recuperação de dependentes químicos que tem como base de tratamento o exercido de sair de si, amando quem está ao redor.”

(N. – Guaratinguetá, SP)

SÁBADO

Uma cidade… TRANSFORMADORA “…Olhe bem, veja: o mais im­portante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas -mas que elas vão sempre mudando.” (João Guimarães Rosa)

Relato de uma cidade

“Há seis anos mudei de cidade e quando cheguei ao terminal rodoviá­rio percebi que não havia uma escada rolante que ajudasse os passageiros idosos e deficientes. Exercendo meu direito de cidadão em favor do bem comum, fiz várias solicitações à admi­nistração do terminal, pedindo provi­dências. Depois de mais de um ano, foi instalada uma escada rolante que, por muitos meses, ficou sem funcio­nar. Voltei a solicitar providências e a escada logo começou a operar e contí­nua funcionando até hoje.”

(E. – Rio de Janeiro)

DOMINGO

Uma cidade… JUSTA

“(…) a liberdade e a responsabi­lidade caminham juntas. A verdadeira liberdade demonstra-se na responsa­bilidade, num modo de agir que assu­me sobre si a co-responsabilidade pelo mundo, por si mesmo e pelos outros.” , (Bento XVI)

Relato de uma cidade

“Um dia perdi meu celular, e meus amigos, sabendo que eu tinha seguro, tentaram me convencer afazer um bole­tim de ocorrendo informando que tinha sido roubado, de modo a conseguir um novo aparelho gratuitamente. Minha consciência me mandava ser coerente e não fiz o boletim. Alguns dias depois uma senhora me telefonou dizendo que havia encontrado meu celular.”

(A.M. – São Paulo)

900 POST: Crime e pecado: Quem julga o que?

Um dos grandes avanços da legislação de um Estado é a Constituição¹. Esse conjunto de regras que, aplicadas, regem o comportamento dos cidadãos de um país tem diretrizes claras, mas, na pratica nem sempre é respeitado, o que não exclui um cidadão do seu estado primordial de membro de uma comunidade. A legislação prevê uma “retirada” desse individuo para reabilitá-lo ao convívio naquela sociedade, caso haja desrespeito as regras previstas.

Para os cristãos, o “livro de regras” que rege o próprio comportamento é chamado Evangelho. Ali estão mandamentos, relatos, parábolas, bem-aventuranças que explicitam as diretrizes para que um indivíduo seja reconhecido como “discípulo de cristo”. Contudo, diferente das leis estatais, a não “obediência” as regras do Evangelho não prevêem um afastamento comunitário. O erro cometido pode ser perdoado por meio de procedimentos específicos: arrependimento e confissão.

Na lei “do Estado” o escopo primordial é a ordem, que é submetida à obediência das leis, enquanto na lei “cristã” o objetivo é o homem e a sua felicidade, sendo consciente a sua limitação intrínseca de espelhar perfeitamente o regimento estabelecido no Evangelho. Por isso, enquanto na primeira situação o erro é suscetível ao julgamento, no segundo caso o julgamento não faz parte do seu regimento interno.

Essa premissa me faz ver claramente o que pode ser gerido pelo Estado e o que é posição religiosa, diferenças que a mídia raramente faz questão de entender e respeitar.

Venho acompanhando o caso escandaloso, vergonhoso, humilhante dos padres pedófilos, especificamente o caso de Arapiraca.

Pessoalmente me senti ferido, humilhado, por ser cristão e principalmente porque procuro viver da melhor forma possível às “regras” que essa “denominação” exige aos seus seguidores.

É estarrecedor perceber que um líder comunitário religioso se submete conscientemente a praticar não só um crime contra a sociedade, mas um desrespeito a toda a comunidade cristã que busca salvaguardar valores que a sociedade vai intensamente desprezando sem se dar conta das graves conseqüências que isso traz para a mesma. Mas, o que mais me ofendeu foi a cobertura sensacionalista e baixa feita pelo SBT no programa Conexão Repórter onde ficou clara a intenção do especial: destruir a imagem da Igreja e não simplesmente apontar e polemizar  um caso grave de crime contra a sociedade.

O aspecto moral – religioso que muitos insistem em usar como argumentação para atacar a Igreja não pode ser tratado de maneira tão superficial. Pois “crucificam”-se os culpados, mas não se reflete a causa, as motivações, o porquê.

De que adianta um órgão social, como a imprensa, que tem o dever de apresentar um “fato social” como esse grave episódio, se ele não nos impulsiona a buscar soluções e questionamentos que possam resolver ou ajudar na resolução do problema??

NADA!!! Isso é desserviço.

Crimes como pedofilia precisam ser investigados e os autores PUNIDOS! Não interessa se é padre, advogado, jornalista, professor. Essas regras estão sob tutela do Estado. Agora, usar de um fato social para levantar questionamentos que dizem respeito à Igreja, isso não é admissível. Não diz respeito a concepções e conclusões estritamente racionais.

A religiosidade não se baseia em regras como a de uma constituição. Na relação com a fé, existem palavras como misericórdia, perdão, arrependimento, que separam claramente pecador e pecado. O erro não é questionável, é um fato, mas o pecador tem sempre como ser perdoado. Afinal de contas, quem nunca errou? Quem nunca ofendeu? Quem está isento da necessidade de perdão e da misericórdia, primeiro das pessoas e, para quem acredita, de DEUS?

“Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire a pedra contra ela. (João 8:7-11). Esse desafio foi feito por Jesus no caso da mulher adúltera. Era hábito naquele tempo apedrejar a mulher que fosse pega em adultério – o que naquela época era um crime MORAL grave, e que hoje é já tratado como “algo normal”. Ele chamou a todos para uma reflexão, queria que eles refletissem antes de condenar os outros. Esse é um comportamento normal do ser humano, ver o cisco no olho dos outros – sem ver o pedaço de pau no seu olho.

Isso para separar o pecado do crime. O erro moral pode ser julgado pela lei? Quem é que julga? Melhor, quem é capacitado o suficiente para julgá-lo? Agora, crimes como homicídio e mesmo a pedofilia são problemas sociais e por isso devem ter observação e punição nessa esfera.

Mas aqui ficam alguns questionamentos:

  • Será que socialmente não estamos criando cada vez mais condições para que casos como esses se ampliem?
  • Não seria demagogia demais uma mídia que “erotiza” crianças e usa da sexualidade como principal motor de audiência, faça a defesa da busca de uma verdade brutal, de que talvez ela seja a principal causa?
  • É moralmente mais chocante se dar conta de um padre, com mais de oitenta anos, mais de cinqüenta de celibato, estar envolvido em um escândalo como esse. Mas será que as pessoas se dão conta de que a grande maioria dos casos de pedofilia acontece em famílias, geralmente por pais, ou pessoas ligadas à família?

O mais importante aqui é não olhar casos específicos para atacar uma comunidade, como a cristã, que busca seguir as “regras” e tem tantos exemplos bons, de trabalho humanitário, de ajuda, mais que tudo… de busca!

Quando transferimos a problemática para uma família, talvez fica mais fácil analisar. Ás vezes sob um mesmo teto todos são trabalhadores, procuram se amar, se querem bem, mas um dos membros da família, por liberdade e escolha resolve optar por “outros caminhos”. Não quer trabalhar, se envolve com drogas, o que gera dor, tristeza, vergonha, sobretudo perante “os outros”. Mas, mesmo diante de tudo isso, qual é a atitude que a família geralmente tem em relação a essa pessoa? De descaso, expulsão? Não. Existindo amor, todos procuram ajudar até que o problema seja resolvido. É assim que a comunidade cristã procura assumir seus problemas. Há sofrimento, há vergonha, mas, acima de tudo, deve haver amor e coragem para enfrentar um problema grave e real.

Acho interessante como a sociedade laica lutou em prol de um Estado que se dissociasse da religião, mas que agora, insistentemente, querem influenciar “o outro lado”, em uma esfera que não lhe diz respeito.

Isso não é justificativa para o crime dos padres. É só mostrar claramente a diferença entre crime e pecado. Ajuda a criar consciência diante das manipulações midiáticas que misturam o perdão religioso e a punição prevista por meio de procedimentos legais, na nossa Constituição.

Texto de apoio:

Carlos Alberto di Franco: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100405/not_imp533751,0.php

Dom Odilo Scherer: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100410/not_imp536428,0.php

Para elas

inovacao_para_elas

Pego um ramalhete de flores… pra quem entrego?

(…)Hummm!

Lembro de sorrisos, risadas, de papo inteligente sobre assunto qualquer.

Vou entregar a uma mulher.

Mulher é sinônimo de belas flores

Flores que me levam a reviver amores

Amores que passaram e um que ficou

Jogue a primeira pedra,

se uma maravilhosa mulher

você ainda não amou.

Mulher é uma infinita luta

Capaz de renunciar a si mesmo, de oferecer-me uma fruta

Doce como é seu olhar, o beijo

Só uma mulher é capaz de amar desse jeito

E, de novo, com o ramalhete na mão escolho a presenteada

Mesmo triste porque está longe a mulher desejada

Assim transformo as flores em palavras desta simples poesia

Agradecendo as mulheres que me fazem festejar esse maravilhoso dia.

(poesia em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres)

Devemos começar a contar as nossas roupas

Já estou cansado das catástrofes naturais.

Não que isso tenha algum tipo de conseqüência na diminuição delas e muito menos ressonância nas discussões e coberturas midiáticas que se repetem em estilo, abordagem e questionamentos. (perdão para a generalização, mas esse é o sentimento)

Depois de Angra, do Haiti… o que falaremos de diferente do Chile?

Quantos graus na escala richter foi o terremoto? 6, 7?

Quantos mortos 500, 1.000, 50.000?

Quantos brasileiros estão na contagem de vítimas? Quantos se salvaram?

De novo a catástrofe, de novo a dor, as mortes, mas infelizmente ainda falta a tal resposta a minha pergunta: o que eu tenho a ver com isso?

Revendo uma animação muito interessante (http://www.storyofstuff.org/international/ ) novamente pensei no quanto nos distanciamos das realidades.

De forma sintética, essa animação mostra como “hábitos verdes”, como a reciclagem, não resolvem mais o problema do nosso planeta.

Ok! Seria ótimo que todos separassem o lixo, reciclassem tudo, mas os maiores poluidores são as grandes empresas que continuam produzindo freneticamente para acompanhar o ritmo de consumo das pessoas.

E continuamos a falar das conseqüências e não da origem dos problemas!

Talvez letrados, especialistas, consigam despertar para questões mais amplas e até considerem ingênuo esse meu questionamento, mas a juventude (meus amigos) não consegue entender que devemos começar a contar as roupas que temos no armário.

Pode até ser que eu seja louco, mas será que é tão claro para mim e tão obscuro para muita gente que todas essas catástrofes são uma reação da natureza contra os nossos abusos PESSOAIS?

As respostas estão sempre distantes! Políticas públicas, boa vontade política, acordos econômicos. Argumentos assim mostram um alto grau de consciência. Só que o que eu gostaria mesmo era abrir o armário desses “ases da eloqüência”.

Conservamos hábitos insustentáveis e o mais interessante é que as decisões políticas acompanham todos eles.

(Em São Paulo fazem-se obras para ampliar grandes vias como a Marginal em vez de um investimento massivo em transporte público e até mesmo o rodízio, em vez de diminuir a quantidade de carros, incentivou as pessoas a terem dois carros para não perderem a possibilidade de se locomover com conforto)

Duas casas, dois carros, muitas camisetas, três tênis (afinal de contas eles precisam combinar com as roupas) e sapatos? Quantos pares?

Depois do pseudo-comunismo está na moda o pseudo-ambientalismo. Tudo perfeito no discurso, mas a falta de coerência prática gera conseqüências que fazem mal aos olhos, a alma.

Dessa forma, decidi abrir meu armário. Não só o local onde estão minhas roupas, coisas, mas onde está a consciência de que as mudanças nascem de dentro pra fora. Ou será que a gente só vai se sensibilizar quando forem os nossos parentes, amigos, que estarão entre os números da contagem de mortos de algum desastre?

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