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Amor

Três anos de um amor sublime

Erick Fromm, em seu fantástico livro A arte de amar, ressalta que, por seu caráter altruísta, o amor de mãe é considerado a forma mais alta de amor e o vínculo afetivo mais sagrado.

E quem sou eu para questionar o amor de mãe? Nem ouso me comparar! Porém, desde o dia 22 de maio de 2017 tenho me esforçado para elevar o meu amor paterno ao patamar de doação e empenho que vejo e admiro em tantas mães, sobretudo a que convivo diariamente.

A paternidade me fez deslumbrar um amor novo, avassalador. Daqueles que dói o coração com a distância e que aquece a alma na convivência. A vida tem sido esse festival de emoções desde a chegada da Tainá, nossa primogênita, que hoje completa seu terceiro ano de vida.

Tainá é um tsunami de energia, alegria e sapequice. Habilidosa bilíngue, exímia desenhista e sensível como só uma criança é capaz de ser. Tainá me faz experimentar um amor sublime. Que ama por eu estar aqui, ser seu pai. A única moeda de troca é o meu tempo, quantitativo e qualitativo.

Hoje a festejo com a gratidão de filho de Deus e o orgulho de ser seu pai. Faz três anos que a Tainá tem sido a estrela que ilumina nossas manhãs, nos ajudando a ser pessoas melhores, aceitando nossos inúmeros limites. É uma caminhada incrível que temos o privilégio de poder percorrer juntos.

Obama e o caminho para uma unidade mais perfeita

Desde a primeira vez que assisti Barack Obama discursar fiquei apaixonado pela maneira como o ainda candidato a presidente dos Estados Unidos partilhava suas ideias com seus compatriotas.

Os discursos de Obama apresentados no livro “Nós somos a mudança que buscamos” revelam muito dos seus ideais, valores e a visão de um país a caminho de uma unidade mais perfeita.

O livro mudou a maneira como eu vejo esse que foi um dos mais brilhantes líderes do século XXI . Ele transformou a minha admiração ingênua por Obama em um profundo respeito por tudo aquilo que ele realizou, apesar das incoerências.

… para mudar é preciso mais que dizer o que se pensa – é preciso ouvir também. Em particular, é necessário ouvir aqueles de quem discordamos e estar dispostos a entrar em acordo.

Pronunciamento na CERIMÔNIA de formaTura da universidade de howard, 7 de maio de 2016

O paradoxo da ascensão de Donald Trump logo após um líder como Barack Obama é no mínimo intrigante, e mostra que a democracia é um longo, complexo e tortuoso caminho, cheio de imperfeições e frustrações, mas que, mesmo assim, como diz o próprio Obama, é a melhor alternativa que temos.

Um aniversário repleto de conexão

De todos os aniversários que festejei até hoje, esse foi literalmente o mais conectado. Comemorar confinado mais um ano vivido não era o que eu desejava. Mesmo assim deu para colher algo de positivo daquele 23 de março.

Não consigo recordar outro aniversário em que tenha sido contatado por tanta gente. A atual crise global, por mais dramática e triste que seja, aproximou as pessoas dos mais diferentes contextos. A necessidade da reclusão também ampliou o contato, mesmo que virtual, entre colegas de trabalho, amigos e familiares. 

Ao olharmos com parcimônia, talvez seja possível perceber que a crise do Coronavírus nos permite diminuir o ritmo e, com isso, redimensionar a valor e o tempo que investimos nos nossos relacionamentos. O fim forçado da correria do dia-a-dia parece revelar com maior clareza a importância de exprimirmos empatia e gratidão. 

Enfim, o que se encaminhava para ser potencialmente um dia triste, tornou-se uma das mais memoráveis e profundas celebrações que vivi. O nosso olhar para a vida nunca mais será o mesmo depois do Coronavírus. Espero que a maneira como nos relacionamos também.

O grito

O grito

Há algumas semanas atrás perdi a cabeça e gritei (gritar mesmo!) com a minha filha de dois anos. Acho que posso dizer que fui uma criança, um jovem e sou um adulto muito amado. Claro que sofri algumas vezes com a violência de uma educação disciplinadora, mas isso não justifica a minha atitude com a pequena Tainá, ainda aprendendo a lidar com os próprios sentimentos e frustrações.

Comportar-me daquela maneira mexeu comigo por dentro. Foi mais uma descarada revelação da paternidade sobre mim e os meus limites.

É muito prazeroso e confortável perceber que tudo está sob controle. Ao menos para mim. Talvez por isso a consciência de ter perdido as estribeiras tenha me abalado tanto. O meu grito de descontrole me fez entender o real valor de uma vida equilibrada, ainda mais quando os filhos são pequenos e necessitam de energia extra dos pais para superar os desafios da primeira infância.

Aquele grito ecoou de volta para mim. Revelou-me um pouco mais quem sou e me ajudou a rever algumas das minhas escolhas fundamentais.

Equilíbrio

Cresci acreditando que as relações são essencialmente  complementares. O que nos falta buscamos no outro e assim conquistamos o almejado equilíbrio que é fonte de serenidade e segurança.

Foi a partenidade que me fez perder essa concepção perigosa de procurar a paz interior na relação com o outro. Filhos precisam de pais completos, não perfeitos, mas prontos para acolhê-los sem esperar nada em troca. 

Assim é necessário construir um equilíbrio sem muletas externas, mas no exercício cotidiano de acolhida paciente de si mesmo e de quem vive conosco. E haja energia!!

Estamos na último trimeste da chegada da nossa segunda filha. O barrigão da minha esposa é já uma evidência concreta de que logo a nossa primogênita não terá mais atenção exclusiva.

Essa passagem importante e traumática tem exigido muito de nós. É a perda do equilibrio conquistado no último ano. A grande descoberta para mim foi perceber que para reavê- lo tenho que refazer a minha escolha de amar sem pretender. Acolher respeitando o tempo do outro.

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