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Assistência social fraterna no Uruguai

Valeria Cardozo, 28, é uma jovem uruguaia que acredita no protagonismo pessoal como instrumento para a construção de um mundo mais igualitário. Sem se contentar simplesmente em cultivar esse ideal positivo dentro de si, ela tenta colocá-lo em pratica diariamente no seu trabalho como assistente social, destinado essencialmente aos excluídos da cidade onde vive.

Na contramão de uma prática assistencialista, Valeria considera o seu trabalho um constante “caminhar juntos”, em que é realmente possível realizar pequenos e grandes projetos, procurando ver as pessoas ajudadas como irmãos. Esse olhar fraterno leva todos os envolvidos no projeto, a resultados concretos de melhoria da qualidade de vida e de maior consciência cidadã.

O que você faz em vista de um mundo mais unido?

Como assistente social, desenvolvo diversos projetos sociais no meu país. O principal deles, promovido pelo governo local em parceria com algumas ONGs, situa-se no bairro Borro, um dos mais pobres de Montevidéu. Lá nos ocupamos de crianças, adolescentes e de suas famílias, que vivem em situação de extrema vulnerabilidade social. É um projeto amplo que tem como objetivo principal promover a participação cidadã, criando espaços coletivos que permitam resolver as necessidades dos habitantes por meio do diálogo e de ações comunitárias.

Quais são os resultados?

São vários, alguns mais visíveis do que outros. Por exemplo, a melhoria de áreas públicas ou a criação de espaços recreativos. Outros são mais estratégicos, como pensar um tipo de rede que permita maior intercâmbio entre a comunidade e suas organizações sociais. Parece-me, porém, que o maior resultado está no envolvimento dos próprios moradores no projeto, propondo ideias e sentindo-se protagonistas de um bairro melhor.

O que esse trabalho significa para você?

Para mim, trabalhar em projetos sociais significa procurar integrar minha profissão ao desejo interior de um mundo mais fraterno, onde todos os direitos cidadãos sejam plenamente usufruídos.

Artigo publicado na Revista Cidade Nova 

29 dias no país do Tsunami – Parte40: Eu, 8 anos depois do Tsunami na Indonésia

Há quase oito anos eu estive na Indonésia 6 meses depois do trágico terremoto de 2004 e me dou conta de quanto ainda me arrepia lembrar de tudo aquilo que pude viver nas terras de um povo que ainda tentava cicatrizar as feridas que um desastre natural causa.

Tantas perguntas sem respostas, tantos porquês aclamados entre lágrimas de pais que perderam seus filhos, filhos que perderam toda a família, no sismo seguido de tsunami do oceano Indico. Antes daquele 26 de dezembro, provavelmente tantas famílias celebraram juntas seu último natal antes de serem engolidas pelas imensas ondas.

Contudo… a pergunta que me fiz ali, oito anos atrás, ainda ecoa internamente:

O que sobrou dentro de cada ser humano do planeta que foi informado dessa grande tragédia?

Mais de 230.000 vidas foram consumidas, mas o quanto refletimos como comunidade internacional sobre os nossos atos, sobre a nossa responsabilidade individual no impulsionar reações violentas da natureza?

Voltando para casa, depois dessa experiência inesquecível, permaneci em um silêncio interior de quase 2 meses.

Sentia uma grande dificuldade de me comunicar dentro de um ambiente consumista, individualista, de uma pobreza humana desesperadora. Queria voltar para a Indonésia.

Porém, encontrando um jovem franciscano da Toca de Assis, pude entender que os “meus pobres”, aqueles que eu deveria cuidar, dar de comer, lavar, não tinham necessidades materiais, mas espirituais. Essa pobreza, disse-me o jovem «toqueiro» “eu nunca poderei tentar curar”.

Aquelas palavras me trouxeram definitivamente ao jornalismo e ao desejo de tocar a humanidade das pessoas por meio da informação, para que os números exprimam a vida que se esconde por detrás deles…

Encontrar o sofrimento daquelas pessoas e a paradoxal dignidade, a vontade de viver, mesmo diante das adversidades, me serve ainda hoje como impulso a não me limitar as vicissitudes de uma vida medíocre, baseada em sonhos materiais. Já naquele momento, ser «fraterno» era antes de tudo procurar fazer da minha existência, dos meus talentos, serviço aos mais necessitados, de pão e de Deus.

29 dias no país do Tsunami – Parte 39 – De volta à Singapura

No nosso último dia antes de voltar para Europa acordamos ao meio dia e eu estava morto de cansado.

Enquanto esperava o almoço, comecei a organizar as fotos feitas quando estivemos na Indonésia.

Almoçamos e depois o meu amigo malaio Max com dois outros jovens vieram nos encontrar para irmos juntos passear no centro de Singapura, porque Eugenio queria comprar um cabo para a sua câmera digital.

Pegamos um ônibus e o metro do país, ambos incrivelmente modernos e limpos.

Ficamos aproximadamente três horas passeando e depois voltamos para o Focolare.

Mais tarde fomos à missa e em seguida comer a nossa última janta asiática que uma amiga dos focolarinos nos ofereceu.

Não foi fácil despedir-me de Ako, os jovens do Movimento, Francis e Biliang, que nos acolheram e acompanharam com tanta generosidade durante todo o período que estivemos no sudoeste asiático.

As 23h pegamos o avião em direção a Frankfurt… e se concluiu os nossos 28 dias no país do Tsunami.

Testemunho cristão pelas causas ambientais

Barbara Vischer-Schmidt tem 82 anos, vive em Genebra e é membro da Igreja Reformada Suíça. Ela abriu mão de hábitos consumistas estimulados pela publicidade e se esforça para cuidar atentamente do planeta. Tendo-se informado sobre os crescentes problemas climáticos decorrentes da utilização desenfreada dos recursos naturais, Bárbara decidiu trabalhar pela conscientização das pessoas sobre a questão ambiental.

O que a senhora faz pelas causas ambientais?

Eu vejo o meu empenho a partir de três níveis. Antes de tudo procuro orar pelas vítimas das enchentes, terremotos e outras catástrofes naturais em todo o mundo. Vejo que grande parte da mídia apresenta essas tragédias de maneira superficial, porém, na Internet é possível encontrar indicações detalhadas, o que me ajuda a ter uma visão mais real do que aconteceu. Um segundo ponto é que procuro, na minha vida cotidiana, consumir o menos possível, principalmente energia. Tento comprar só o necessário, não desperdiçar comida, conservando- a bem e também consertar e manter minhas roupas. Aos domingos, como cristã, dedico-me principalmente a Deus. Não faço compras e procuro descansar, caminhar, mudando os hábitos dos outros dias da semana. Um último aspecto é o meu apoio concreto aos grupos que

trabalham em prol da conscientização climática, ajudando especialmente na área legislativa, pois sou doutora em Direito. Também apoio financeiramente projetos, na minha região, que incentivam a diminuição do uso de carros, a compra de produtos produzidos localmente etc.

Quais os resultados do seu trabalho?

Eu pertenço a uma categoria de cidadãos que se realiza engajando- se para o bem comum. Uma grande experiência que fiz foi envolver-me num movimento cidadão para impedir a construção de uma rodovia que destruiria uma das maravilhosas montanhas que temos na Suíça. Colaborei com a associação “Iniciativa dos Alpes”. Se a rodovia tivesse sido construída, os caminhões que nela trafegariam iriam trazer poluição, barulho e desconforto. Seria muito menos nocivo se o transporte fosse feito por ferrovia.

O que significa para a senhora lutar pelas causas ambientais?

Para mim é antes de tudo poder estar próxima a Cristo por meio das pessoas que sofrem. Vivendo pela conservação do meio ambiente eu posso testemunhar e promover a conservação do planeta, da Criação. Se a Terra continuar sendo destruída de maneira massiva, irá gerar um aumento ainda maior da miséria.

Por Valter Hugo Muniz – Revista Cidade Nova – Janeiro de 2012

29 dias no país do Tsunami – Parte 38

Com os jovens dos Focolares em Singapura

Deixamos o país do Tsunami às 10 horas da manha. Realmente não foi fácil ir embora daquele que tinha se tornado o Nosso País (provavelmente foi o único local, além do Brasil que sofri por ter de deixar).

Foi realmente uma experiência inesquecível. O povo indonésio é maravilhoso, sorridente, mesmo em condições precárias de vida.

Os relacionamentos construídos com os e as jovens do Movimento dos Focolares, as focolarinas. Cada momento ficará dentro de mim para sempre.

No aeroporto de Singapura os nossos amigos Biliang e Francis já nos esperavam para levar-nos ao focolare. Chegando lá comemos algo e eu, com Agostino e Ako, assisti “Cidade de Deus”.

Logo depois chegaram Max e David com a sua namorada – dois jovens do Movimento dos Focolares que eu havia conhecido em Montet, na Suíça. Fiquei muito feliz de revê-los.

À noite a comunidade local nos preparou uma festa e aproveitamos para contar algo da nossa experiência além de agradecer à todos.

Conversei um pouco com David e a sua namorada, seus pais, conheci uma focolarinas alemã e as 23h, quando a festa tinha praticamente acabado, decidimos sair para tomar uma cerveja juntos no centro. Depois de duas horas voltamos e fomos dormir. Felizes.

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