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Consciência do preconceito com o negro

Faltam alguns minutos para o tal Dia da Consciência Negra acabar, mas não sei se ficou claro que, como o nome diz, é o dia da CONSCIÊNCIA e não o dia dos negros…

Essa diferença, aparentemente banal, diz muito do motivo e da BOA razão da data, que não se limita ao fato de termos mais um feriado nesse país.

A burguesia brasileira, essencialmente branca (pouco cabocla, mameluca ou mulata) é visivelmente ignorante a respeito de muito daquilo que está a mais de dois palmos dos seus olhos e por isso é necessário anualmente clamar uma renovada consciência.

Neste dia, como acontece na polêmica das cotas universitárias, o discurso não se limita simplesmente ao fato racial, pois todos sabemos que outras raças, como a dos imigrantes, por exemplo, também foram e ainda são exploradas e prejudicadas (bolivianos, peruanos..). Também as mulheres não têm os mesmo direitos que os homens e, aqui em São Paulo, os nordestinos são constantemente humilhados.

Não… o dia 20 de novembro não “festeja” o simples fato de alguém ser negro (ou não), mas o significado e as consequências históricas no Brasil de uma grande exploração de seres humanos. O dia das mulheres remete à luta das mulheres, mas relembra principalmente as 130 tecelãs que morreram carbonizadas em uma fábrica em Nova Iorque, por exigirem melhores condições de trabalho.

A dignidade da mulher, como a do negro, foi (e ainda é) historicamente negada e o preconceito ainda é vivíssimo na sociedade. Basta ver quantos negros se formam nas melhores universidades do país, basta contar quantos negros e mulheres são presidentes de grandes empresas ou ocupam importantes cargos políticos.

Conscientizar as pessoas ajuda a romper essas barreiras do preconceito. Hoje a dignidade da mulher parece mais reconhecida na sociedade, mas a dos negros ainda tem um longo caminho na nossa sociedade.

O preconceito no Brasil é travestido de um sarcasmo e de brincadeirinhas inconscientes, mas ele existe! Mas para enxerga-lo é fundamental que as pessoas tenham, antes de mais nada, consciência.

Guerra silenciada

Voltar para São Paulo é me deparar com uma realidade difícil de adjetivar, uma guerra silenciada.

Adjetivar a violência urbana então… nem me fale!

Acompanhando cotidianamente a cobertura da mídia de massa nas últimas semanas fica evidente a deplorável exclusão (proposital?) dos pressupostos necessários para que uma notícia seja de “comunicação social” e não simplesmente um produto comercial.

A grande imprensa tem insistido em informar a população sem explicar, sem nem mesmo situar o leitor, telespectador. Enquanto isso a violência sistemática continua. Uma guerra entre criminosos da periferia e a policia militar faz todo dia vítimas e nós ainda estamos discutindo o final de Avenida Brasil.

O problema não é curtir uma novelinha pra relaxar, em meio ao cotidiano também violento do trabalhador paulistano. O que amedronta é a falta de força de um povo sofrido, aparentemente incapaz de exigir uma informação clara, verdadeira, transformadora.

Entender a questão da criminalidade exige muito mais que bons livros, boas análises… é preciso conhecer histórias, pessoas, para se dar conta da complexidade em um contexto onde a violência de ambos os lados do conflito parece ser a única evidência clara de que é necessária uma ação pacificadora urgente.

Porém a PAZ exige a consciência do outro e nesta cidade que transforma pessoas em números, divide Centro e Periferia, é difícil o cidadão comum se lembrar de discutir sobre o assunto, buscar soluções, reflexões… A informação deveria impulsionar tudo isso, mas infelizmente não faz, porque pouco se interessa no ser humano, porque nestas condições eles vendem pouco.

Sobre filmes e publicações polêmicas

Da mesma forma que a cultura ocidental desrespeita a suas gerações precedentes, trata como lixo os idosos, os inválidos, também age com enorme descaso com os símbolos e valores religiosos, que paradoxalmente estão nas bases dessa cultura.

Não é por acaso que o mundo árabe e a cultura oriental age com uma resistência violenta contra o Ocidente. O mundo oriental ainda preserva suas raízes e tem  para com elas um enorme respeito, difícil de entender para quem não se exercita constantemente a ir de encontro com o “diferente”, mas continua produzindo e reproduzindo, de maneira ignorante, preconceitos.

Nutro uma crescente vergonha pela classe de jornalistas (ou uma parte dela) que menospreza as questões religiosas, os valores éticos, e coloca a LIBERDADE como princípio regulador de qualquer escolha editorial.

Liberdade sem respeito do outro é declaração de guerra, instrumento de divisão. A Revolução Francesa é um exemplo tão simbólico, mas constantemente banalizado, “superficializado”.

Jornalistas, cineastas, artistas não estão em um patamar superior da sociedade. Eles têm responsabilidades como todo ser humano nesta terra e suas ações têm consequências (positivas ou negativas) sérias.

Talvez a pior consequência da ofensa causada pelo descaso pelas tradições e valores religiosos, principalmente em relação ao Islamismo, é justamente permitir que líderes políticos do Oriente (tantas vezes sustentados pelos governos do Ocidente), por fazerem mau uso dos princípios e valores orientais, mas que têm sido constantemente questionados pelo próprio povo, abafem o desenvolvimento da consciência local, reacendendo o ódio ao Ocidente.

(Reflexão a respeito da polemica causada pelo filme Innocence of Muslims, que satiriza o profeta Maomé e a capa da revista Placar de outubro, que faz uso desrespeitoso da crucificação de Cristo*)

 

Entenda um pouco do porquê Innocence of Muslims é considerado ofensivo (terra.com.br): http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6156055-EI17615,00-Entenda+por+que+o+filme+sobre+Maome+e+considerado+ofensivo.html

* A editorial do jornal porém afirma que não fez referência a Jesus Cristo e sim a crucificação como modo de punir da Antiguidade.

Preparando-me dentro e fora

Hoje começa uma nova fase da minha vida.

Depois do último biênio vivido no Velho Continente e aproximando-se o passo mais importante da minha vida, decidi fazer um checkup para saber como está a saúde física.

Foram 28 anos de uma vida (ao meu ver) bem equilibrada em que procurei estudar muito, fato que permitiu está no segundo degrau da vida acadêmica.

Comecei a trabalhar cedo, aos 17 anos, e logo percebi que o trabalho é só UMA parte e não o tudo das nossas vidas.

Procurei ser sempre um praticante assíduo dos mais variados esportes e apaixonei-me por futebol, ciclismo e corrida.

Maneirei na quantidade de bebida alcóolica ingerida, nunca fumei e comecei gradativamente a estar atento aos bons hábitos alimentícios.

Por isso não me surpreendi com os elogios do médico ao ver os resultados dos meus exames, mesmo tentando estar aberto a possíveis surpresas.

A gente faz a nossa parte procurando sempre uma harmonia com o corpo, mas tantas vezes as dificuldades interiores podem produzir danos à saúde.

Os últimos três anos da minha juventude foram bem cansativos, muitas as dificuldades pessoais, mas tudo na mesma proporção à imensa felicidade de ter chegado até aqui.

Percebi também o quanto é importante buscar um equilíbrio psicológico e espiritual para que possamos nos sentir profundamente BEM.

Enfim, com a saúde 100% me sinto realmente pronto para viver intensamente essa nova fase que se inicia.

Que venha o 22 de dezembro!

 

 

 

Louco por Elas. Confusões e diversão da vida em “família”

Tenho uma preferência explícita para séries de tv que retratam o cotidiano da vida em família ou no ambiente de trabalho, pois parece que assistindo a vida de outras famílias, temos sempre a possibilidade de repensar à nossa.

Isso se dá, provavelmente, pela falta de relação comunitária entre as famílias de uma mesma cidade. Vivendo em uma megalópole como São Paulo, percebo que tantas vezes encontro com pessoas que vivem no mesmo ambiente que eu e minha família há anos, mas a relação continua sempre superficial.

Louco por elas, da Globo, não explora esse aspecto, mas parece deixar que o telespectador entre na casa dessa “família” maluca e se divirta com as alegrias e confusões frutos das diferenças, seja elas de gênero, idade, projetos de vida.

A série aparentemente acabou sem um final determinado… mas gostei de assistir por também ter uma edição que lembra bastante outra série que gosto muito: Modern Family.

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