Category: Homem mundo

29 dias no país do Tsunami – Parte 1: Mergulho na dor que frutifica

Bandeira da indonésia

Bandeira da indonésia

Você sabia que a Indonésia é o país mais mulçumano do mundo?Sabia que também reúne o maior conjunto de ilhas do planeta?

E que lá as mãos são usadas tanto para comer como para limpar o traseiro?

Pois é, eu também não sabia nada disso até passar um ano ao lado de um verdadeiro indonésio nascido na bela ilha de Nias e morador de Medan, capital da grande Sumatra.

Durante aquela experiência vivida em Montet (Broye), pequena cidade do cantão de Friburgo no sudoeste suíço, pude entender um pouco da cultura do arquipélago asiático.

Depois de ficar bravo com as raras vezes em que meu amigo Ponty dava descarga após um “número 2”, saborear as misturas de tempero na preparação de carnes (fico feliz de nunca ter perguntado o que ele colocava na comida) e entender seu sofrimento com o frio do país europeu, me senti de certa forma “batizado” para visitar aquele país tão diverso culturalmente do meu.

Comer com a mão não é nem um pouco nojento ou constrangedor, como qualquer um pode imaginar. Diante de cada prato está um pequeno pote com água para lavar os dedos antes de se servir. Porém, quando soube que as fezes também são limpas com uma das mãos (A ESQUERDA), senti um certo deságio, para mim bem normal.

Com Ponty entendi que os indonésios pertencem a um povo alegre como o meu… sofrido e pobre como o meu… explorado historicamente como o meu. Mas, claro, nunca imaginava que um dia pisaria em seu país. A Indonésia está a 15.414 km de distancia do Brasil, mas culturalmente essa distância física é muito amplificada.

Valter Hugo Muniz… por Clara Caldeira da Silva

Valter Hugo Muniz

“… There was a boy

A very strange, enchanted boy

…A little shy and sad of eye

But very wise was he…”

(Nature Boy – Eden Ahbez)

Nascer jornalista é difícil, mas crescer jornalista é possivel e de fato acontece. Valter Hugo Muniz Tenório Silva tem 23 anos e faz jornalismo na PUC – SP. Ele é uma dessas pessoas que tem o jornalismo quase como uma característica intrínseca. Desde pequeno a tendência se manifestou naturalmente nele quando, na escola, vibrava com as aulas de literatura e história. Os livros sempre foram seus companheiros, talvez pelo fato de sua mãe ser professora polivelente do ensino fundamental. E quem sabe o pai, que trabalha com informática, o tenha influenciado quanto ao caráter interativo e acelerado da profissão.

Dividindo seu dia entre as sete horas que passa em seu trabalho, na editora Análise que se localiza no centro da cidade e as horas restantes que passa na faculdade, Valter não deixa de lado seus projetos pessoais. Parece que ele atingiu seus objetivos de infância unindo a história – já que a editora em que trabalha se dedica à produção de anuários – à escrita – quando finalmente, nos finais de semana, se dedica às atividades da faculdade – mas para ele não é o suficiente. Valter ainda encontra tempo para a produção de seu boletim virtual, o Provocação. Com esta inicitiva ele conquistou liberdade para veicular suas opiniões, podendo fazê-las chegar aos olhos de outras pessoas. Seu blog também é mantido com o objetivo de estimular discussões e debates além de publicar é claro seus poemas e escritos de todas as naturezas.

O fato de Valter Ter optado pelo jornalismo encontra explicações também nas carreiras que seguem seus melhores amigos, todos voltados para as humanas, estudando publicidade, multimeios e relações internacionais. Ele também encontra em sua namorada, que faz relações públicas, correspondência quanto à área de atuação escolhida. Mas em casa a situação é diferente. Apesar de sua mãe ser professora e seu pai trabalhar com informática, as irmãs – sim porque ele tem duas – optaram por coisas bem diferentes. Uma faz moda e a outra é formada em enfermagem e quem sabe Valter, em busca da auto-afirmação como único homem entre os filhos, resolveu escolher algo que o diferenciasse de suas irmãs.

Quando o assunto é musica Valter prefere as internacionais. Ele sente em inglês, italiano, espanhol e escreve em portugues. Um garoto de diversas facetas, sem sombra de dúvida. A cada novo ângulo do qual o olhamos vemos um novo Valter e a cada novo Valter que vemos passamos a olhá-lo de outro ângulo. Sorridente, brincalhão, debochado, Valter é quase um menino, que esconde por detrás da alegria a idade que não aparenta ter. Inquieto, profundo, reflexivo, Valter é quase um poeta, que esconde por detrás da alegria a seriedade daqueles que não conseguem deixar de sofrer. “A very strange, enchanted boy”.

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