Category: Co-agir com o mundo Page 22 of 38

Nós estamos contribuindo para o trabalho escravo?

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=somtlp8dBBs&w=640&h=390]

O Programa “A Liga” da Bandeirantes exibiu dia 16 de agosto um programa sobre trabalho escravo, realidade dura em um país que se diz “em desenvolvimento”.

Reservei o segundo bloco porque ele fala diretamente da empresa de vestidos espanhola ZARA, que foi recentemente acusada no Brasil de ser uma das grandes empresas que, infelizmente, lucram com a exploração da mão de obra (principalmente nordestina e boliviana).

Claro que seria demagogia dizer que é só ela, pois principalmente no ramos dos eletrônicos, na China, a Intel, Apple, entre outras, também faturam seus milhões pagando 300 reais/mês para jovens entre 16 e 26 anos que trabalham cerca de 10 horas/dia.

Talvez R$1,50 centavos à hora seja um salário digno para as pessoas que continuam consumindo o produto dessas empresas, mas o vídeo do “A Liga” me fez, pela primeira vez, pensar que é necessário começar a “boicotar” algumas dessas empresas para que busquem um regime de trabalho mais digno, respeitoso.

No momento em que uma empresa é explicitamente acusada, como a Zara, nós consumidores devemos fazer a nossa parte e não comprar mais dela, até que essa tome uma providência em relação ao abuso feito.

Continuo a insistir que a nossa crise hoje é, sobretudo, de valores. Precisamos mudar o nosso modo de consumir, senão nem a sociedade e nem a natureza vai suportar.

Leia aqui um artigo sobre o assunto do  blog Coletivo Verde, que divulga idéias, ações e produtos que contribuem para um mundo melhor.

Londres: Vandalismo ou insurreição popular?

londreslondres

londres_disturbios3

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=6Fgdpww5DpI?rel=0&w=480&h=390]

Assistindo a esse vídeo impressionante transmitido pelo Jornal da Cultura passei algumas horas pensando no que está acontecendo nesse continente que me acolhe como estudante.

Acredito que a jornalista da BBC não imaginava que o cidadão, negro, habitante da periferia de Londres, mas que poderia ser de qualquer outra cidade da Europa Ocidental, com tamanha sabedoria, exprimiria tão bem a sua revolta diante da situação precária em que vive e o suposto descaso do governo inglês.

O que é fato comprovado pela ONU é que a Inglaterra tem um dos índices mais preocupantes de desenvolvimento e esse não é um simples caso isolado, mas  mais um sinal de alerta social como consequência da crise econômica.

Uma interpretação possível foi feita por Cristiano Viteck no seu blog. Clique aqui para ver

Descobrindo a cidade de São Paulo

sao paulo flag

[vimeo http://www.vimeo.com/22716636 w=400&h=300]

São Paulo é uma cidade multicultural. Isso todo mundo sabe.

Mas as origens dessa riqueza poucas vezes foram relatadas em maneira tão realista como no documentário “Somos São Paulo”, dirigido por Kika Nicole e Lucas Bambozzi.

Parte do projeto “no profit” “6 bilhões de outros” o documentário é feito exclusivamente de histórias, testemunhos de imigrantes ou seus filhos, que contam o porquê e como se instalaram naquela que seria hoje a terceira maior cidade do mundo.

Emoção que se sente nas palavras e nos olhares sofridos, de habitantes de uma cidade de “ânonimos”, de gente trabalhadora, que luta cotidianamente pra sobreviver.

Mesmo sendo um pouco longo, vale a pena assistí-lo, sobretudo quem nasceu ou vive em São Paulo. Assim é possível perceber que a beleza da cidade náo é feita de exuberante natureza, belos edifícios, mas na riqueza de histórias, na vida de cada pessoa.

Fast Swiss Origins

S

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=nUH0r6VHUS4?rel=0&w=560&h=349]

Qualcuno potrebbe veramente pensare che la storia della Confederazione Elvetica si riassume a queste leggende. Certamente questi clichê non raccontano nulla di ciò che è sucesso dal 1 agosto 1291 –  con la firma del Patto Confederale fra i cantoni di UriSvitto e Untervaldo  al 1848 – quando viene proclamata la costituzione svizzera, creando lo Stato svizzero. La ricchissima storia di questo piccolo paese nel cuore dell’Europa occidentale ci si può trovare visitando il sito www.swissworld.org/it/storia/, ma sopratutto visitando il paese e contemplando gli innumerevoli castelli che raccontano la storia di questo popolo.

Ocidente 2.0

“No nosso mundo ocidental”. “Nós, ocidentais”. “O ocidente”.

Há algum tempo sinto o estômago embrulhar quando vejo já “substantivado” esse adjetivo que cada vez mais identifico como preciosismo* intelectual.

Deixando de lado a classificação com relação as origens substancialmente culturais, observo pessoalmente que a Europa e os Estados Unidos debatem as questões mundiais auto denominando-se “ocidentais”, com um aparente desprezo pelos outros percursos sócio-culturais.

O aspecto demagógico e paradoxal dessa postura “superior” se desenha  quando, analisando esse “ocidente”, si constata que a sua racionalidade científica, que quantificou as relações do homem com o mundo, foi tão “absolutizada” ao ponto de extinguir-se, de não ser capaz de colocar respostas que emancipam qualitativamente, no sentido profundo do ser “pessoa”, a vida do homem contemporâneo.

Mas o que considero o mau maior dos auto-determinados “ocidentais” é a crença de que as respostas para o mundo, no âmbito sócio – econômico – político, não teriam outra gênese, outro berço seguro que proporcionasse o desenvolvimento do bem estar social.

Bem estar ok… talvez americanos e europeus são aqueles que economicamente desfrutam do bem estar que o capitalismo produz. Não é uma constatação marxista, é um dado objetivo. Segundo as Nações Unidas quase 90% da riqueza do mundo está sob o controle de moradores da América do Norte, Europa e dos países de renda elevada na região Ásia-Pacífico, como o Japão e a Austrália. Mas se o argumento trata de “bem comum” tanto a economia, quanto a política desses países têm aplicações “subdesenvolvidas”. Toda a riqueza concentrada, o bem estar desses países, não levam ao bem social almejado. O mapa das taxas de suicídio da Organização Mundial de Saúde mostra que esse é mais praticado justamente nos locais onde está a riqueza mundial.

A objetividade desses dados me faz justamente refletir sobre essa postura “ocidental” [para continuar jogando com o termine] de querer dar todas as respostas às questões mundiais. Esse paternalismo colonizador ainda hoje é presente nas reflexões e na relação com as “colônias de pensamento”.

Criticar a democracia latino-americana, a falta de escrúpulos (e a demência – opinião minha) de Hugo Chavez não parece ter os mesmos “pesos e medidas” no confronto com o approach ocidental da política de Berlusconi. Incapaz é a mentalidade latino-americana, extra comunitária. Capaz é o percurso ocidental, originário, que culmina no grande e invejável político italiano Silvio Berlusconi.

Pensar política, economia… pensar a sociedade hoje exige sim respeito as origens e aos avanços que vieram do Ocidente 1.0, e também do oriente e das culturas tribais africanas e indígenas que estão na raiz da sociedade latino-americana. Mas disso, a acreditar que é exclusivamente a sociedade dita “ocidental” a poder dar todos os caminhos para o desenvolvimento do bem comum do planeta é minimizar a problemática.

Tenho pensado muito nisso e mesmo sem terminar essa reflexão já fui chamado de marxista. Mas não sou. Acredito que uma premissa necessária seja o respeito e principalmente a “escuta” das compreensões e impostações particulares que o mundo “fora do ocidente” faz do pensamento político – econômico – social contemporâneo e também ao seu amadurecimento com problemáticas específicas, que muitas vezes nos distanciam da realidade “ocidental”. (O pensamento democrático latino-americano, por exemplo, há uma experiência histórica quase irrisória em relação àquela secular européia).

Vejo que grande parte dos intelectuais e pensadores que se confrontam sobre esse tema nem sempre esperam que seus interlocutores terminem a frase de indagação e já aparecem com respostas prontas, analiticamente perfeitas, mas pouco construtivas. (não vejo muita iniciativa de produção de reflexões. Meus colegas de profissão estão mais acostumados a criticar – o que é relativamente mais fácil).

Mas voltando ao tema… Não penso que seja desprezível estudar Feudalismo, Revolução Industrial, Francesa ou Hobbes, Locke. Claro que é importante. Mas sinto um pouco de falta de compreensão de como a influência ocidental ajudou a construir a nossa sociedade, brasileira, latino-americana: o nosso ocidente.

Decidi escrevi tudo isso porque, no final das contas, me sinto responsável na busca de caminhos que levem a nossa sociedade – local e globalmente a, não exclusivamente ao bem estar econômico, político, mas ao bem comum, ao princípio filosófico da Felicidade.

*s.m. Requinte no falar ou no escrever.

Page 22 of 38

Powered by WordPress & Theme by Anders Norén