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O que fica de mim, é você

Admito que nunca tive dificuldade de exprimir meus sentimentos em palavras. Claro que é preciso considerar os anos de treinamento diário e o fato de que, quando mais jovem, eram mais amenas as distrações e os instrumentos tecnológicos que encapsulam o manifestar dos sentimentos genuínos.

Escrever sempre foi transformar. Informar. Dar forma. Trazer parte de algo ou alguém, de dentro, e revelá-los para quem (me) lê. Mas somente a parte que o momento ilumina e ajuda a enxergar, não “o todo”, pois não é possível.

Comunicando, revivo as relações que construí.

O relacionamento construído comigo mesmo. O quanto (e o quando) me aceito limitado, preguiçoso ou incapaz de crescer. O reconhecer as conquistas sofridas e o me dar conta da minha unicidade.

Mas sobretudo o que construí com os meus iguais. O suportar dos limites alheios, da ignorância e da indiferença. O prazer de partilhar a vida com alguém, de gozar o “amar e ser amado”.

Nenhuma conclusão nova. Para que cultivar esse tipo de pretensão?

Este é só um lembrete em pixels de que o que fica em mim, é você.

Copa fora do Brasil: os sentimentos que o futebol promove

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Pensar que a Copa do Mundo está acabando é, para mim, motivo de tristeza, mas também de alívio.

Desde pequeno ouvi, diversas vezes, minha mãe contar a sua decepção pessoal com a fantástica seleção brasileira de 1986 que, após dar show na primeira fase, acabou eliminada nos pênaltis pela França, nas quartas de finais da Copa. Isso cultivou em mim um perene receio de que, em se tratando de futebol, as coisas não serão jamais como eu gostaria, como foi na última partida do Brasil nesta Copa de 2014.

Não acredito que preciso dizer o quanto o Brasil tem jogado mal na Copa. Aquela seleção que encantou a todos no ano passado, que jogava com confiança, ainda não apareceu, nem de longe, este ano. Enfim, até aí normal! Coisa de futebol! Isso se não estivesse vivendo uma Copa fora do Brasil.

Brasil x Chile: sofrimento, alívio e temor

Os 120 minutos, mais os pênaltis, disputados contra o Chile nas oitavas de finais foram, sem sombra de dúvidas, os mais sofridos por causa de futebol da minha vida. Desse lado do Atlântico, além da minha esposa, que porém é Suíça, não tenho ninguém que entenda meus sentimentos, principalmente a paixão que o Brasileiro tem pelo futebol.

Tenho me esforçado para explicar aos meus amigos daqui como o esporte, principalmente o futebol, parece espelhar a vida da maioria dos brasileiros. A luta diária, é feita com os “dribles” necessários para vencer em um contexto escasso e é, principalmente, impulsionada pela esperança de dias melhores.

O jogo contra o Chile foi uma excelente paródia com final feliz. A vida do brasileiro, nem sempre, termina da mesma forma.

Suíça x Argentina: sofrimento, tristeza e orgulho

Os sentimentos de sofrimento e alívio em relação ao Brasil não se repetiram com a seleção Suíça. Jogando contra um adversário muito mais difícil que o Chile, a Confederação sucumbiu a única “faísca” de futebol de Messi, durante os 120 minutos do confronto.

Eu e minha esposa estávamos crentes de que a Suíça ia tomar um chocolate. Três ou quatro a zero. Porém, o que se viu durante o jogo, foi uma seleção europeia aguerrida, anulando o craque argentino e levando muito perigo ao gol do fraco goleiro sul-americano.

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Porém, quem tem Messi e Di Maria não precisa de muito para ver a apreensão rapidamente transformada em alívio. E foi assim: três minutos antes dos pênaltis a Argentina conseguiu marcar e passar para as quartas de finais.

Aqui na Suíça a tristeza foi grande. Ninguém esperava uma seleção tão valente diante da grande Argentina. Durante a partida, o temor virou esperança e chegou a ser quase certeza que os jogadores suíços poderiam entrar para a história. Inúmeras chances perdidas, um sistema defensivo quase perfeito, até que o gol argentino jogou um balde de água fria nas esperanças helvéticas.

Eu fiquei triste. Minha esposa ficou muito triste. Dava para ter passado. Mas não foi dessa vez.

Ficou, contudo, o orgulho pela campanha positiva, pela revelação de bons (e jovens) jogadores, que dão a esperança de um grande futuro para a pequena Suíça.

Para o Brasil a Copa ainda não acabou e, mesmo que tenha que festejar sozinho, prefiro que ela só acabe dia 12.

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