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Copa fora do Brasil: A última semana da Copa das Copas

última semana da Copa

A Copa, infelizmente, entra na sua última semana. Durante quase um mês vivenciamos momentos maravilhosos em que o esporte mais popular do planeta passou a fazer parte do nosso cotidiano, tantos nas conversas do dia-a-dia, como nos dias de jogo do Brasil ou de outras seleções que queríamos acompanhar.

Desta vez, particularmente, eu pude acompanhar quase tudo. Deixei de assistir umas cinco partidas, no máximo, deliciando-me como nunca desta Copa das Copas. Mesmo sofrendo, na maioria das vezes sozinho – como brasileiro -, tive a oportunidade de viver esse momento de maneira diferente, percebendo que a derrota, aqui na Suíça, não é, necessariamente, um drama na vida das pessoas.

Por exemplo, no último final de semana, o tenista suíço Roger Federer – idólo nacional – perdeu a final do torneio de Wimbledon para Novak Djokovic. Mesmo com a derrota, as pessoas e a imprensa não ficaram lamentando demais, dramatizando o ocorrido. Perder é uma realidade comum no esporte (e também na vida).

A última semana da Copa

Hoje, antes da sofrida semifinal contra a temida Alemanha, que a imprensa mundial considera definitivamente favorita, acordei ansioso. Não quero que a seleção perca agora, mesmo sabendo que talvez seja o momento da Copa em que essa possibilidade é mais real.

última semana da CopaPerdemos o Neymar de forma dramática e mesmo que ele não tenha rendido o esperado nos últimos dois jogos, a sua saída tira um pouco da alegria e da ousadia da Seleção. Também o nosso capitão Thiago Silva, por conta da sua atitude infantil – o que não foi acenado por ninguém -, não vai jogar, mas a seleção não é formada somente por 11 jogadores.

A seleção não é um clube de futebol que, por motivos econômicos ou de falta de planejamento, não tem recursos para ter um bom plantel, com reservas à altura dos titulares. Não! A seleção conta com os, supostamente, 23 melhores jogadores de futebol do país e, a nossa, especificamente, tem reservas que seriam titulares em qualquer outra seleção do mundo.

Dito isso, não vamos lamentar os desfalques como justificativa antecipada para uma possível derrota, mas acreditar que, mesmo sem o time ideal, temos outros jogadores bons o suficiente para nos levar à tão sonhada final. E se não tivermos, a grande culpada – na minha opinião – é a comissão técnica, incapaz de montar um time com peças de reposição que assegurem a qualidade esperada.

A grande Colômbia e David Luiz

Dois aspectos, estando deste lado do Atlântico, chamaram a minha atenção na semana passada.

O primeiro dele foi a boa partida que o Brasil fez contra os nossos vizinhos colombianos. A vontade de vencer, fundamental para quem quer ser campeão, pareceu ter voltado aos jogadores brasileiros. Mesmo exagerando nas faltas e sem o brilho que o mundo espera, a seleção foi eficiente, maravilhosa coletivamente. Do outro lado, tínhamos a seleção com o futebol mais bonito da Copa, com mais alegria e ousadia e que contava com aquele que será, talvez, o grande artilheiro da competição.

A segunda situação especial foi o testemunho de fair play do “cabeleira” David Luiz, que consolou o astro colombiano James Rodriguez, após a eliminação de seu País nas quartas de final da Copa do Mundo. Um jogador simples, alegre, bom de bola e, acima de tudo, ético.  “Temos que pensar sempre que (essa atitude) não é só exemplo para o futebol, é para a vida. Porque as crianças querem ter o cabelo como os nossos, as mesmas coisas. Temos que lembrar também que precisamos ser pessoas grandes, ser humanos grandes na vida”.

Sensacional!

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Copa fora do Brasil: Brasil, Suíça e o polêmico caso Suarez

Suarez

Esta Copa fora do Brasil está sendo repleta de emoções e claro, zoação! Meus grandes amigos italianos, espanhóis, ingleses, portugueses e até croatas tiveram de aguentar minhas brincadeiras pela desclassificação das suas seleções.

Foi, sem dúvidas, um grande alivio o Brasil ter superado a primeira fase. Para quem assiste a Copa longe a derrota traz consequências duras, porque se está praticamente só para aguentar a “ressaca do perder”.

Até agora, os times das Américas têm mostrado força e competividade. Dos 16 times que irão disputar as oitavas de finais 8 são americanos, 6 são europeus e 2 são africanos. Uma soberania que impressiona, sobretudo com a queda de grandes seleções europeias.

Resumo da primeira fase

SuarezA vitória contra o fraco Camarões aumentou um pouco a minha esperança de uma vitória conquistada no gramado e sem ajudas externas. Só espero que a teimosia do Felipão não prejudique a nossa seleção. Paulinho, Daniel Alves e até mesmo Fred têm jogado muito abaixo do esperado. No banco de reservas temos excelente jogadores que podem substituí-los.

Para chegarmos até a semifinal, vamos jogar uma “mini Copa América”. Aguarda-nos, jogos aguerridos, de muita catimba, mas, ao menos , eu acredito, nenhum dos adversários terá a intenção de ficar na retranca.

Estou feliz pelo Brasil, mas a minha grande alegria nessa Copa, até o momento, foi a classificação da Suíça para as oitavas de finais. Claro que o grupo era fraco, que finalmente a Suíça tem um time “agressivo”, mas nem o suíço mais otimista acreditava piamente que seu país estaria entre as 16 melhores seleções do mundo. Porém, como o Brasil, a Suíça chegou lá. Com um futebol bom de se ver, com uma perigosa dupla de ataque e com a jovem estrela “made in Kosovo”, de 22 anos, Xherdan Shaqiri.

Enquanto a seleção brasileiral vai encarar o “freguês” Chile, à Suíça terá a missão de parar a Argentina de Messi. Em ambos o caso, derrota e vitória são possíveis, pois o futebol se joga dentro de campo, 11 contra 11.

Caso Suarez e a imprensa europeia

Aqui na Suíça, mas na Europa em geral, houve uma grande “polêmização” da “mordidinha no ombro” do astro Uruguai Suarez. O fato de ser uma atitude que se repetiu, pela terceira vez, fez a mídia europeia exigir, quase decretar, uma punição severa ao jogador sul-americano.

Suarez

A minha opinião, tentando ser o mais imparcial possível, admitindo ser um admirador da seleção Uruguai e de Suarez, é a seguinte:

Acho que existe, culturalmente, uma incapacidade intrínseca dos países “colonizadores” de aceitar suas fraquezas e a própria derrota. Ainda mais da maneira humilhante como foi até agora. Li coisas terríveis na mídia inglesa, tentando culpar o Brasil e os problemas organizacionais da Copa, pela derrota da sua seleção.

Dito isso, eu acredito que houve, sim, exagero em relação à punição estabelecida. Suarez talvez até tenha merecido uma punição dura, simbólica, porque as atitudes antiesportivas devem sim ser combatidas. Mas tudo isso, dentro de campo. Quem é a FIFA para proibir a entrada do cidadão uruguaio nos estádios de futebol? E o direito de ir e vir?

Não! A FIFA não deveria ter nem esse direito e, muito menos, esse poder. O “jogador” Suarez pode sim ser punido, mas não o ser “humano”. Seria a mesma coisa de impedir – por quatro meses – alguém que é demitido por justa causa, de trabalhar em qualquer outra empresa. Isso é um absurdo.

Acho triste ver que aqui na Europa existe uma unanimidade em relação ao que aconteceu. Mas parece que os europeus esquecem que, nas eliminatórias de 2010 a França se classificou com a ajuda da mão de Henry, filmada pelas câmeras de todo o mundo. Após o nominado “Incidente da Mão da Gália”, Henry foi punido? Não! Dois pesos, duas medidas.

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Copa fora do Brasil: Com sofrimento sim, mas sem a ajuda do juiz!

Copa fora

Ontem, acordei ansioso. Mesmo se todo o exterior me dizia que seria só mais um dia normal, no fundo, eu sabia que não era. Parece que, quanto mais tempo passo longe do meu país, mais me dou conta da “mística” em ser brasileiro, principalmente quando se trata de futebol.

Botei minha camisa da seleção “à lá Palmeiras” e, encorajado pela minha esposa, mesmo com vergonha, decidi colocar as bandeiras na sacada do nosso apartamento. Afinal de contas, alguém tem que começar a decorar a cidade!

Copa fora=Depois de arrumar a casa, fui para o curso de francês. Na minha sala: um peruano, dois chineses, uma marroquina, uma polaca, uma boliviana e uma malauiana (para quem não sabe, o Malawi é um país no sudeste africano).

Entre os meus colegas de classe, um fator em comum: nenhum deles vai torcer pela sua seleção durante a Copa do Mundo. Isso me torna, em linhas gerais, o único realmente interessado pelo evento esportivo e me deixa sem ninguém para conversar, zuar e provocar.

Durante as três horas de curso, a ansiedade foi aumentando e, junto com ela, o desejo de estar vivendo este dia especial do outro lado do Atlântico.

Copa fora do Brasil: especialistas em futebol ou em política brasileira?

Voltando para casa, já com a cerveja esfriando no congelador, ligo a televisão para o “esquenta” pré-jogo. Contudo, ao ouvir os comentaristas da televisão suíça (RSI2) discursando sobre a situação atual do Brasil, percebi que talvez era melhor ter deixado a TV desligada.

Aqui na Europa, de maneira particular na Suíça, parece que existem milhares de especialistas em Brasil. Toda a nossa situação sociopolítica, com origens e desenvolvimento complexos (muito além dos atuais protestos contra o governo e a FIFA), tem sido comentada por gente despreparada e, como era de se esperar, acaba reproduzida pela massa.

Alguém precisa avisar os comentaristas das TVs de todo o mundo que a Copa é um evento futebolístico e eles foram contratados para falar de futebol. Não de política! Porque, sobre isso, eles não têm muito a acrescentar.

Minha análise conclusiva sobre o jogo de ontem

Enfim. As horas passaram e finalmente a hora do jogo chegou. Lá fora, alguns bares transmitiram o jogo, mas nada de gritaria, festa, rojões, afinal de contas, não é o Brasil. Eu, por outro lado, já fiquei rouco no primeiro gol da seleção e, depois, festejei com minha esposa e amigos a vitória polêmica contra a Croácia.

Bom. O juiz japonês interferiu diretamente no jogo? Interferiu. O Brasil jogou mal? Jogou. Mas isso não quer dizer que a seleção brasileira não mereceu ganhar. Fizemos todos os gols do jogo (um contra) e, mesmo de forma desorganizada, buscamos a vitória.

A Croácia deve ter dado uns 4 ou 5 chutes a gol e, mesmo com um meio de campo muito habilidoso, não conseguiu ser um perigo real para o Brasil. Não adianta agora ficar culpando o arbitro! O Brasil, por pior que tenha jogado, mereceu a vitória, mas espero que seja a última vez, com a ajuda do juiz. Nós não precisamos disso.

E… e… se o Brasil ganhar o hexa de maneira injusta, eu já disse à minha esposa: nunca mais irei assistir uma Copa do Mundo.

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Copa fora do Brasil: será que o pessoal vai mesmo assistir?

copa

Amanhã começa a Copa do Mundo. Bandeiras enfeitando as ruas, as janelas das casas, a entrada dos edifícios; o asfalto sendo pintado de verde e amarelo; os “bolões” nas empresas, universidades, condomínios que talvez nos deixem um pouco menos pobres no dia 13 de julho. Isso tudo, só se você estiver no Brasil neste exato momento!

Aqui, a 9.400 km de distância do País do Futebol, mais exatamente no País do Tênis ou do Chocolate, não vai ter nada disso! Faltando um dia para a partida de abertura do evento esportivo mais importante do mundo, não se sente por aqui nem um mínimo entusiasmo de “Copa do Mundo”.

Nada de bandeira na janela

Há algumas semanas atrás, fui alegremente comprar minha bandeira tupiniquim (e outra da Suíça, afinal de contas somos uma família binacional) na esperança de pendurá-la na sacada do nosso pequeno apartamento. Decidi esperar alguns dias para ver se haveriam outras na nossa rua, mas nada.

Ninguém! Nenhum habitante da nossa rua, ou melhor, do nosso bairro inteiro, colocou a bandeira do próprio país na janela de casa! Os únicos lugares que têm decoração de Copa do Mundo são os supermercados, que querem aproveitar a ocasião para enfiar “goela abaixo” os produtos diretamente relacionados ao evento.

Dessa forma, tenho de admitir, fiquei com vergonha de colocar minha bandeira na janela.

O pessoal vai mesmo assistir à Copa?

Pelo fato de gostarmos muito de viver bons momentos com nossos amigos (e não querendo uma resposta negativa para a pergunta acima) eu e minha esposa decidimos convidar a “gringaiada” para assistir conosco Brasil x Croácia aqui de casa. Cerveja, chips de feijoada (dá pra acreditar????), guaraná antártica. Tudo pronto para a festa de amanhã (espero!).

Copa

Festa? Bem, sinceramente, não acredito que vai ter muita festa por aqui. Talvez eu até tenha que tomar cuidado para não gritar demais e acordar os vizinhos que, provavelmente, estarão dormindo. (Pois, afinal de contas, depois de amanhã é dia de trabalho!)

Enfim… vamos ver como vai ser assistir mais uma Copa fora do Brasil. Espero que dê mais sorte que na Copa passada. Entretanto, dessa vez, vou contar tudo para quem quiser saber.

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