Tag: Comunicar

O que fica de mim, é você

Admito que nunca tive dificuldade de exprimir meus sentimentos em palavras. Claro que é preciso considerar os anos de treinamento diário e o fato de que, quando mais jovem, eram mais amenas as distrações e os instrumentos tecnológicos que encapsulam o manifestar dos sentimentos genuínos.

Escrever sempre foi transformar. Informar. Dar forma. Trazer parte de algo ou alguém, de dentro, e revelá-los para quem (me) lê. Mas somente a parte que o momento ilumina e ajuda a enxergar, não “o todo”, pois não é possível.

Comunicando, revivo as relações que construí.

O relacionamento construído comigo mesmo. O quanto (e o quando) me aceito limitado, preguiçoso ou incapaz de crescer. O reconhecer as conquistas sofridas e o me dar conta da minha unicidade.

Mas sobretudo o que construí com os meus iguais. O suportar dos limites alheios, da ignorância e da indiferença. O prazer de partilhar a vida com alguém, de gozar o “amar e ser amado”.

Nenhuma conclusão nova. Para que cultivar esse tipo de pretensão?

Este é só um lembrete em pixels de que o que fica em mim, é você.

Comunicar, me doar, provocar | Sobre o início do escrevoLogoexisto

Comunicar“Comunicar é doar a si mesmo, é compartilhar aquilo que se é e o que se sabe, em prol do bem comum, da humanidade. Comunicar, me doar, provocar”.
(Do diário pessoal do autor)

Quando alguém procura pensar naquilo que almeja ser e principalmente quando isso não vem de forma natural, mas é exigido pelo tempo quase sempre inoportuno, muitas dúvidas, medos e angústias podem surgir.

No meu caso foi diferente, desde sempre fui um apaixonado por relacionamentos. Estar com as pessoas, ter muitos amigos, conversar, até por carta ou telefone, sempre foi algo que fiz. Relacionar-me incutiu aos poucos em mim a idéia da importância de comunicar bem, de ser claro, profundo, para poder compartilhar melhor aquilo que vivo e experimento.

Durante o Ensino Médio, essa certeza foi se concretizando pela aptidão natural pelas ciências humanas e assim o jornalismo começou a se desenhar na minha vida. Comecei a ler muito, me apaixonar não somente pelas histórias, mas sobretudo por como os autores conseguiam materializar em palavras, pensamentos, fatos e consequentemente criar um universo paralelo, cada vez mais fantástico e maravilhoso.

Para quê comunicar?

Tudo bem, era incrível, mas para que? Sempre tive grandes aspirações, ideais… Não conseguia ver um mundo tão desigual e não poder fazer nada. Queria de alguma forma fazer a minha parte, desenrolar o meu papel no Grande Jogo.

Percebendo os meus dons, acreditei que poderia usar a facilidade para me comunicar e assim, de alguma forma, realizar esses anseios pré – definidos.

Luís Fernando Veríssimo, Rubem Alves foram alguns dos nomes que me encantaram e fizeram com que eu tivesse a certeza de que escrever sobre o mundo é uma ação concreta, é um já e não agora para a melhoria da sociedade. Porém, foi Antônio Abujamra, o provocador, que mais me encantou. O seu questionar, comunicar o diferente, preocupar-se com o indivíduo, sem motes preconceituosos como o conceito de massa, me impulsionou a refletir, a procurar soluções, a olhar para mim mesmo e ver o que poderia fazer de forma concreta. Quis fazer igual.

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