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Natal

Natal 2021 – O maior presente

Tainá e Yara eram duas irmãs muito amigas. Elas cresceram no país da neve mas tinham no coração o calor do país do samba.

Tainá gostava muito da natureza. Colhia flores nas primavera, folhas no outono e sabia aproveitar cada céu colorido que um anoitecer pode dar. Yara gostava mais de bonecas. Passava horas brincando com a Lisa e o Daví, mas ficava ainda mais feliz quando a sua irmã Tainá emprestava a Nenê para ela brincar.

No dia de Natal, papai e mami estavam preparando a comida, embrulhando os presentes e a Tainá e a Yara ficaram brincando no quarto. De repente, apareceu um lindo unicórnio mágico e um anjo bem brilhante.

Elas ficaram um pouco assustadas, mas o anjo disse:

_ Não tenham medo! Eu vim aqui para contar que existe um tesouro que só vocês podem descobrir, disse o anjo.

_Tesouro? Nós já fizemos caça ao tesouro esse ano! Foi quando a gente descobriu que o bebê tá na barriga da mamãe! Disse a Tainá para o anjo, sem tirar o olho do unicórnio com a juba de arco-íris. 

_Não é esse tesouro! Explicou o anjo. O que você terão que encontrar é algo ainda mais importante e que todas as pessoas precisam saber.

_Ok! Então o que a gente precisa fazer? Perguntou Tainá.

_Subam no unicórnio e ele vai levar vocês para os três reinos encantados, onde poderão descobrir as pistas para o grande tesouro.

Ao subirem no unicórnio, Tainá e Yara foram levadas para um grande jardim de flores.  Tinham tantas flores, que parecia impossível andar sem pisar nelas. As flores eram bem vermelhas e abaixado, cuidando delas, tinha um menino bem sorridente.

_Ei! Você! Onde nós estamos? Perguntou Tainá.

_Olá, vocês estão no jardim encantado! Respondeu o menino.

_Wow! Que divertido! Estamos à procura de um grande tesouro e o anjo nos disse que podemos encontrar uma pista aqui!.

_Sim! Vão falar com aquela flor amarela, lá no meio do Jardim. Talvez ela pode ajudar vocês. Falou o menino.

O jardim estava escuro. Não dava para ver direito o caminho até que o menino subiu em uma graaaaande escada e fez o sol iluminar o Jardim, para que es pudessem encontrar a flor amarela. 

Chegando lá, Tainá e Yara encontraram a flor amarela chorando. Sozinha. E a Yara perguntou?

_O que aconteceu flor amarela? Porquê você tá chorando?

_Eu estou aqui, sozinha. Sou a única flor amarela nesse grande jardim de flores. Isso me deixa triste, pois gostaria de ter perto de mim outras flores amarelas.

Tainá então lembrou dos girassóis que o papai tinha plantado na primavera. Eram só três no começo, mas depois apareceram vários e a flores juntas eram lindas.

Ela lembrou que elas precisavam sempre de muito sol, água e, com o tempo e muito cuidado conseguiram crescer. Então ela teve uma ideia e falou para Yara:

_Yara! Vamos falar para o menino plantar mais flores amarelas no jardim. Ao poucos elas vão crescer e a flor amarela não vai mais ficar sozinha. 

_Eu acho que essa é uma boa idea, disse a Yara.

Foram então correndo e conversaram com o menino que disse que ia plantar mais flores amarelas. Afinal de contas ninguém deveria se sentir sozinho!

Sorridentes as meninas perceberam que o unicórnio estava abaixado, esperando que as duas subissem. Assim que se sentaram, ele começou a correr até chegarem em um túnel bem escuro.

Elas desceram do unicórnio mágico e ficaram com muito medo. Nenhuma das duas gostava de escuro e não tinham a luzinha delas para iluminar o túnel.

Quando elas já estavam quase começando a chorar apareceu novamente o menino do Jardim, agora com uma lanterna em mãos, para iluminar o túnel.

Tainá e Yara sentiram uma alegria muito grande no coração pela ajuda do menino. Ele estava lá, novamente, bem na hora que elas precisavam de ajuda.

Eles foram caminhando até o final do túnel.

Lá do outro lado, perceberam que tinha um linda igreja. Yara correu na frente e entrou. Tainá foi logo atrás e as duas quando estavam lá dentro, viram que a igreja estava vazia, com excessão de uma menina que estava nos bancos, bem na frente.

Ao chegar perto dela, perceberam que estava chorando. E a Yara perguntou?

_O que aconteceu?

_ Hoje é Natal e, já faz tempo que eu pedi mas o meu papai Noel não vem, explicou a menina.

_Eu queria pelo menos um presente, como as outras crianças, mas eu não vou ganhar nada!

Nessa hora a Yara foi lá e deu um abraço na menina, e a Tainá falou: mas a minha Mami disse que o Natal é a festa para Jesus? É por isso que nós recebemos presentes!

_ Mas então Jesus não gosta de mim? Porque só eu nunca ganho presente! Gritou a menina.

Nesse momento entrou aquele mesmo menino que ajudou as duas irmãs no jardim e no túnel com uma vela na mão e disse:

_ Ei meninas! Venham aqui que eu preciso te mostrar algo.

_ Ta vendo aquele bebê ali no presépio? Perguntou o menino apontando para as figuras no canto da igreja.  Aquele ali sou eu. Eu cheguei nesse mundo como vocês, com sonhos, desejos. Mas eu nasci em um lugar bem frio, junto com os animais. Mesmo assim, saindo da barriga da minha mãe, percebi que a vida é já um grande presente. Depois vi os animais, as flores, a natureza, e também entendi que eles são lindos presentes. E até mesmo o escuro, quando a gente não consegue ver nada, pode ser um presente quando aparece alguém com a lanterna para iluminar o nosso caminho. Explicou o menino.

_ O grande presente do Natal é o tesouro que vocês estão procurando! Falou menino. E que todo mundo precisa saber. O amor é capaz de transformar tudo! E ele nasce no coração de cada um de nós e cresce sempre quando a gente faz companhia para alguém não ficar sozinho (como a flor do jardim encantado), quando a gente cuida e ajuda quem precisa (como eu ajudei vocês no túnel escuro) e principalmente, quando a gente consola quem está triste (como vocês fizeram agora com a menina). O amor é o grande presente do Natal.

Assim que ele terminou de falar a Tainá e a Yara se abraçaram e choraram de felicidade. Porque elas sentiam o amor no coração e lembraram que esse amor não sentiram só hoje, mas todos os dias do ano. Elas já tinham encontrado o grande tesouro.

Nesse momento, o unicórnio mágico abaixou. Elas subiram. E as duas voltaram voando para casa. Chegando lá, perceberam que o papai e a mami ainda estavam preparando a ceia de Natal. Despediram-se do unicórnio que voo pela janela e correram para abraçar os pais. Afinal de contas, todos na família se amavam e esse amor era o maior presente que eles poderiam receber. 

FIM   

Reis à procura do Rei

Reis

Ao amanhecer do primo dia de dezembro, depois de semanas de preparativos, Melquior, rei dos Persas, partiu em direção da estrela-guia levando ouro, sua oferenda destinada ao Rei dos reis. Depois de uma longa jornada, encontrou seu irmão Gaspar, Rei das Índias, que trouxera consigo incenso, oferenda digna de divindade , para presentear o recém nascido. Não muito longe dali, Baltazar viera a se juntar com os outros reis magos, trazendo a mirra.

Após algumas semanas de caminhada chegaram a Belém, na Judeia, local aonde as Escrituras haviam mencionado que nasceria o Rei dos reis. Caminharam pelas ruas da cidadezinha até, finalmente, avistarem um pequeno estábulo, escuro e frio, sob a estrela-guia. Seus corações pareciam querer explodir de ansiedade. Aproximaram-se lentamente, até que foram surpreendidos por uma voz forte e levemente rouca:

_ Hou! Hou! Hou! Feliz Natal! Entrem! Entrem!

Confusos eles não entendiam a presença do autor da saudação. Todos esperavam o choro de um bebê, mas, em vez disso, estavam diante de um velho barbudo, acima do peso, segurando uma garrafa cheia do que parecia ser uma bebida gasosa escura.

Após os minutos iniciais de acanhamento e dúvida os reis, em um consenso gestual, ajoelharam-se e tiraram de suas bolsas o ouro, o incenso e a mirra, oferecendo-os para o velho barbudo, como sinal de respeito e admiração, enquanto ele assistia à cena com olhar de surpresa. Quando os três reis magos concluíram à oferenda solene, o velho disse a eles:

_ Meus filhos, eu não preciso de nada disso! Com o dinheiro da publicidade pela venda dos produtos atrelados à minha imagem, eu posso comprar o mundo inteiro.

Espantados com o que acabaram de ouvir, os reis magos não sabiam o que fazer. As oferendas simbolizavam a ação de graças por Àquele que deveria nascer, mas a presença daquele velho em Seu lugar era um claro sinal de mudança nos desígnios traçados para a humanidade.

Porém, quando os três irmãos conseguiram se acalmar, perceberam um respirar abafado coberto pelas sombras que o velho barbudo produzia. Aproximaram-se e viram que, na penumbra, estava uma jovem e seu marido, segurando uma criança no colo. Seus olhos se encheram de lágrimas, pois eles haviam finalmente encontrado Àquele que estavam procurando.

O Salvador, mesmo escondido, marginalizado, estava lá, nos braços de sua mãe. A alegria da descoberta contagiou os reis magos e o fez entenderem que para encontrar o menino-Deus é preciso, muitas vezes ir além da sombra do Papai Noel e seus presentes.

Seu Natal e o sentido da vida

familia

Seu Natal tinha vivido muitos anos. Tantos que já nem se recordava qual a sua verdadeira idade.

Nascido em uma pequena vila, distante de tudo, bem pobre, Natal quase nunca havia escutado na televisão alguma notícia que falasse do lugar de onde ele vinha.

Filho de família nobre, de tradições milenares, seu Natal, com o passar dos anos, perdeu o prestígio decorrente das suas origens familiares. Aos poucos, até mesmo na sua cidadezinha já não sabiam quem ele era.

Diante dessas e outras tantas situações difíceis da vida, o seu Natal, mesmo assim, sobreviveu. A sua presença no mundo era insistente, perseverante, mas, com o passar do tempo, aos poucos ele começou a mostrar sinais de cansaço. Passava sempre despercebido e, por isso, não conseguia mais se sentir feliz, nem fazer feliz.

Porém, um encontro particular transformou a vida daquele senhor.

Há tempos seu Natal não encontrava o menino pobre que vivia vagueando pela cidade, pedindo esmola e, como ele, lutando para sobreviver.

Em uma noite chuvosa de dezembro os dois se reencontraram e seu Natal chamou o menino para jantar em sua casa.

Foi um momento simples. Conversaram, riram e choraram juntos e aquele momento ajudou o senhor a redescobrir quem ele era. Fez com que seu Natal reencontrasse os motivos para continuar vivendo, lutando, para mostrar que o presente mais valioso que a vida nos dá, sem dúvida, é a possibilidade de construir relacionamentos verdadeiros.

Diálogo sobre a felicidade

Maria é jovem, verdadeiramente jovem porque ainda em busca do significado último da própria vida. Vive suas crises de maneira verdadeira, procurando responder uma pergunta que atinge todo ser humano: O que é felicidade?

Ugo é, mesmo com alguns anos a mais de experiências, também jovem. Supervaloriza as crises porque vê nelas a possibilidade de conhecer melhor a si mesmo, abrir-se aos outros e na percepção dos sinais do universo, do mundo.

Encontrando-se Maria coloca a sua simples, mas misteriosa pergunta ao amigo Ugo e assim nasce um bonito diálogo:

Maria: O que é felicidade

Ugo: Um processo e não um FIM.

Maria: Boa resposta, fim não tem como ser mesmo, pois jamais ficamos satisfeitos, estamos sempre em busca.

Ugo: Por isso mesmo a gente tem que ser feliz buscando (e podendo buscar) a nossa felicidade… Às vezes a gente é FELIZ estando alegre… outras tantas tristes…

Maria: Sim, sim… concordo plenamente. Mas sem receitas prontas, não?

Ugo: Claro. Mas é um PROCESSO… quer dizer O processo.

Maria: Processo que não vai chegar ao fim. Só quando morrermos… hehehehe.

Ugo: PLENAMENTE SIM, dificilmente alcançaremos a felicidade plena nesta vida, mas a gente já pode ser feliz AQUI e AGORA, se aprendemos a ver a felicidade nas pequenas coisas.

Maria: Sim… é complexo…penso em algumas coisas, depois em outras, enfim… difícil desenvolver um raciocínio claro a respeito.

Ugo: Se fosse tão simples para a razão, quanto é pro coração, não veríamos tanta gente infeliz…

Um Natal de encontros (pra encenar)

Música 1Acordei com a trilha sonora natalina “modernizada” por um dos meu cantores preferidos da atualidade “Michael Bublé”.
Finalmente chegamos às vésperas do dia mais importante do ano.
Movo as cortinas e no jardim coberto de neve sinto o calor, provavelmente carente do lado de fora, iluminar meu sorriso. Uma alegria forte me faz vislumbrar o Aniversariante em um dos seus aspectos mais perceptíveis e, talvez hoje, mais ignorados: na auteridade.
Encontrar o Menino Jesus em outros seres humanos, iguais a mim em dignidade parece tão fácil, mas ao mesmo tempo pode ser pouco cristão se se limita a isso.  Esse Deus que se manifesta nos iguais a mim eu nem sempre consigo enxergar nas coisas, na natureza, naqueles “irmãos” desconhecidos, distantes, no Outro que me machuca porque é diferente, nem sempre porquê é mau.
Sim, para mim o recém-nascido é alguém próximo, que gosto e me faz feliz.
(…)
Passados os primeiros lapsos filosóficos comuns antes do Natal decido me levantar, pois sei que minha mãe precisa de ajuda para preparar a ceia, comprar verduras… que alegria, finalmente o Natal.

Música 2

“No silêncio encontro a mim mesmo,
Calo-me e tento isolar as interferências do mundo…
e quanto mais vazio me sinto, mais Luz vislumbro.
Fonte de Sabedoria, purifica meu coração turbado
Dissolve desejos e sonhos vãos
Faz-me rencontrar o silêncio interior.
Com a ajuda de Budha, estimável guia ao Nirvana.
Procuro-te intensamente oh Luz divina.
E sei que pode estar aonde não vejo
te quero para reaver o que havia perdido
Mostra-te Luz do Mundo.
sei que estás no sorriso do modesto Deus-menino.

Música 3

Toca o despertador…
_ Ah não, atrasado de novo pro trabalho?
O jovem levanta e corre pro banho.
Em 10 minutos está pronto, pega uma fruta e sai correndo.
Olhando ao redor ele é surpreendido por um misterioso silêncio. Poucas pessoas na rua o fazem perceber que hoje realmente não é um dia comum.
Decide então entrar em um pequeno mercado para comprar algo pra comer e aproveitar para perguntar a alguém o porquê da cidade hoje estar deserta.Chegando no mercado ele encontra uma jovem escolhendo verduras.
_ Bom dia – diz.
Assustada e com olhar suspeitoso a garota responde com um sorriso “a là” Monalisa.
_ Você sabe que dia é hoje? – emenda o garoto.
Depois de esperar alguns segundos e ainda se sentindo invadida ela sussurra: Véspera de Natal.
_ Uff droga, eu sabia que tinha uma boa explicação para essa cidade morta. Hoje eu não trabalho – resmunga alto o jovem.
_ Ninguém trabalha às vésperas do Natal, ao menos àqueles que têm família. – deixa escapar a garota.
Familia…
Há muitos anos aquele jovem não via os seus pais, que viviam do outro lado do país. Tinha se mudado para a grande cidade em busca de novas oportunidades, um bom trabalho e desde então parecia que ele havia perdido os laços com as suas origens.
_ Bom dia senhor Wapeekang, para você hoje é também dia de festa? – pergunta o sorridente segurança do mercado ao velhinho que acabava de entrar.
_ Certamente meu jovem. Nós comemoramos o Natal, mas a nossa festa não tem um significado religioso, mas é sobretudo um momento de meditação de abertura á Luz: um exercício difícil se nos deixamos influenciar pelas “interferências mundanas” – explica.
Ouvindo à distâncias as palavras sábias do velhinho budista, os dois jovens se olharam e sorriram, fazendo com que aquela distância inicial se dissipasse, e o calor natalino tocasse os seus corações.
Despediram-se e no caminho para casa o jovem, depois de tanto tempo, pensou no significado do Natal para ele. Pessoalmente entendeu que essa Grande Festa parecia um convite à “escuta”, pois o Festejado do dia se manifesta em diversas maneiras no mundo de hoje… do contemplar o universo, o diferente, ao abrir-se ao Divino, e principlamente no redescobrir o significado da Família, que muitas vezes ele havia esquecido estando imerso em uma sociedade individualista, consumista.
O bom é que Natal é tempo de recomeço… reencontro da própria identidade, que se desenvolve, permanecendo profundamente a mesma.

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