Category: Juntos rumo à África

Experiências vividas no continente africano

África em meio a tantas Áfricas | Valter Hugo Muniz

África

Já se passaram duas semanas de estadia em Man. Esta pequena cidade do oeste da Costa do Marfim tem nos permitido “saborear” inúmeras experiências, fazendo que, aos poucos, tenhamos novas visões e perspectivas gerais do que é a África e quem são os africanos (particularmente os marfinenses que vivem no interior do país).

A Costa do Marfim dos marfinenses

É fundamental, sempre, ressaltar a intensidade da vida aqui. Os encontros com o “outro”, a percepção social, climática (aqui faz um calor úmido intenso) e as conclusões que vamos construindo têm sim muitos dos nossos esquemas psicológicos. Porém, estando aqui, fisicamente, adquirimos um elemento essencial para uma análise mais completa de uma cultura em que os sentidos, muitas vezes, valem mais que a razão.
Nessas terras, percebi o quanto uma cultura é edificada por um povo, claro, mas que exprime a sua subjetividade no interior de um contexto, de um espaço físico que influência suas (complexas) dinâmicas sociais.

O futuro das Áfricas

Somente estando aqui, fisicamente, é possível descobrir (algumas) nuanças da cultura africana, como o significado real da influência marcante das tradições e, acima de tudo, como as novas gerações vivem o dilema de preservar a própria cultura e incorporar as novas possibilidades e perspectivas do mundo globalizado.
Aqui em Man, cidade desconhecida pela maioria dos cidadãos do mundo, os jovens também sonham uma vida melhor, estão (pouco a pouco) conectados com outras realidades por meio da internet e irão, em tempos diferentes, transformar a sociedade que estão inseridos.
Porém, os desafios que envolvem o desenvolvimento da África, não só material, mas cultural, são muitos e somente os africanos têm a capacidade de entendê-los profundamente para, então, superá-los.

A África irá salvar o mundo

Um dos elementos que justificam a afirmação acima (feita pela minha esposa, que é Suíça) é a expressiva ressonância comunitária na vida dos africanos.
No “Ocidente”, ouso dizer, não existem mais verdadeiras comunidades, mas um coletivo de indivíduos, separados de suas raízes familiares e, principalmente, das origens culturais. Salvam-se, ainda, as culturas distantes dos grandes centros que, heroicamente, procuram preservar suas identidades.

Como minha esposa, também acredito que a África, berço da humanidade, tem um potencial de “salvar” o mundo, propondo um modelo comunitário às sociedades extremamente individualistas.

Esta África que estou conhecendo preserva dinâmicas e valores comunitários que, se promovidos de maneira comum, em todo o continente, têm um potencial de desenvolvimento fenomenal.
Entretanto, para que um brilhante futuro da África seja possível é necessário que os países europeus, particularmente da França, deixem que o povo africano encontre as suas próprias respostas e se desenvolva de maneira independente.

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“Relacionalismo social”: a vida no interior de uma das tantas Áfricas

Relacionalismo social

Já faz uma semana que chegamos em Man. A intensidade da vida e dos relacionamentos faz parecer que estamos aqui há meses.
Nessa cidadezinha há 600 km da capital marfinense Abidjan e (ouso dizer) na África em geral, não servem pensamentos funcionais, conceitos e pragmatismos. Aqui a vida é mediada por um “relacionalismo social” que nada mais é que um estilo de vida estruturado no encontro com o outro.

Relacionalismo social

Uma saudação, um sorriso não são só sinais concretos de educação ou respeito. Aqui, o relacionar-se é condição primordial para ser aceito e assim deixar o grupo dos “eles” e tornar-se do “nós”.
Encontrando, pela primeira vez, as pessoas pela rua é importante cumprimentá-las. “Bem-vindo! Sinta-se em casa!” dizem os nativos com um sorriso.

Perder-se para encontrar

A operação interior mais desafiadora que encontro aqui é, sem dúvidas, “perder” os parâmetros ocidentais de felicidade, de vida, de direitos e deveres, e até mesmo a concepção de ser humano, para mergulhar em um ambiente onde as bases sociais são edificadas a partir de outros postulados.
Fora da África, de maneira geral, vale o indivíduo. Aqui, o Eu é profundamente condicionado ao Nós, com todas as coisas boas e ruins que isso envolve.

Primeiros contatos com uma sociedade relacional

A síntese dessa primeira semana em solo africano é simples: não fale, não julgue, ou tente rotular a cultura africana sem antes ter posto os pés nesse solo sagrado.

Aqui continuamos a ser quem somos, com os nossos esquemas psicológicos, porém, como na África não existe o desejo de positivar a vida com documentos e leis, é fundamental uma imersão sensorial. Só assim é possível entender as tradições e aceitar/respeitar maneiras diferentes de se viver em sociedade.

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Juntos rumo à África: um sonho pessoal, familiar e comunitário

Juntos rumo à África

A vida em família nos leva à aventuras que é difícil descrever. São inúmeras as surpresas, descobertas, no encontro com UM outro que passa a estar ao nosso lado sempre, descobrindo o que nos faz felizes, o que nos irrita, o que nos acalma, o que nos consola. Casei-me sabendo que, além das muitas aventuras que o casamento naturalmente possibilita, viveria outras, mais “radicais”. Agora vamos Juntos rumo à África.

Realizando um sonho em família

Meus colegas de jornalismo, parentes e amigos sabem que entrei na faculdade de jornalismo porque sempre tive o sonho de levar à África, os meus talentos no mundo da comunicação.

Infelizmente, as notícias e histórias que sabemos sobre o imenso continente africano são produzidas por meia dúzia de agências de comunicação europeias e americanas. Ambas têm interesses econômicos que sufocam a Verdade. Por isso, gostaria de, um dia, fundar uma escola de comunicação em algum país africano, para que os jovens do continente tenham cada vez mais a possibilidade de dizerem ao mundo quem eles são e como realmente vivem.

Ok! Esse ERA um sonho pessoal. Mas agora é um sonho de família.

A minha esposa, Flavia, também sempre sonhou em trabalhar em solo africano e isso sempre nos uniu, já quando éramos “só amigos”. Contudo, não imaginávamos que um dia estaríamos voando juntos rumo à África, para realizar sonhos pessoais em um contexto novo, familiar.

Juntos rumo à África: o projeto

Juntos rumo à ÁfricaAmanhã, antes de viajar para a África, vamos de mudança para Europa, continente onde iremos recomeçar a nossa vida. Tudo o que temos está em oito malas de viagem (quatro já estão lá), mas o mais importante não são coisas.

Conversando no final de semana com uma amiga, dizia que não era difícil partir, pois tínhamos pouco. Porém, ela me fez perceber que na verdade temos muito! Amigos, familiares, trabalhos… não é muito em quantidade, mas é tudo o que temos. Por isso estamos deixando MUITO.

Na sexta-feira, viajamos para viver uma grande aventura na Costa do Marfim. Estamos muito felizes, claro, pois não iremos sozinhos. Muitas pessoas que tiveram conhecimento da nossa viagem à África disseram estar admiradas com a nossa coragem. Até gostariam de fazer o mesmo, mas falta o impulso interior necessário para poder deixar tudo: seguranças, projetos, trabalhos e famílias, para viver por um período na África.

Pensando em encontrar uma maneira de tantas pessoas queridas e mesmo aquelas curiosas em relação ao contexto africano, participarem conosco desta grande aventura na África, surgiu a ideia de escrevermos juntos um LIVRO.

O Financiamento Coletivo nos pareceu o formato IDEAL de apoio, porque as contribuições nos ajudariam a cobrir uma parte dos custos da viagem, de maneira profissional, e também permitiria oferecer, como “recompensa”, o fruto concreto dessa experiência.

Partilhar: uma grande “sacada” da vida

Na verdade o projeto é uma desculpa para viver o nosso sonho de maneira comunitária.

Claro que é um sonho pessoal, familiar, mas nada teria sentido sem a nossa comunidade de amigos, familiares… sem as pessoas que, desde o início, nos acompanharam e nos acompanham nessa caminhada rumo à felicidade.

O livro é o fruto concreto. É também um compromisso que estabelecemos entre nós (eu e minha esposa) de viver tudo de modo pleno, para que seja, depois, partilhado de modo puro e verdadeiro.

Nossos colaboradores não irão receber somente uma presente, mas uma “recompensa” por acreditarem que, as experiências mais fantásticas da nossa vida só têm valor quando vividas em comunhão com quem está ao nosso redor.

Vamos juntos rumo à África, porque partilhar é mesmo a grande sacada da vida.

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