Month: October 2018

The key day for Brazilian democracy

It has been more than six months that I’m struggling to write down my feelings about the election process in my home country. Since 2014, it seems that powerful voices are trying to divide Brazil, promoting dilemma as the only alternative for voters. But none of the mainstream parties, who played the hero and villain game, have imagined that things would go as crazy as they are right now, finishing by creating the Brazilian version of Trump or Maduro.

Regardless of the result today, unfortunately the Brazilian democracy has already lost too much. Maybe the process is legit because people are still voting to decide who will be the Brazilian leader. However, the division, violence and absence of respectful dialogue between citizens show how far we are from a positive methodology to solve our national issues.

I understand the delusion towards the Labour Party. I am one of those who feel betrayed by their good political marketing combined with the absence of structural solutions for the vulnerable people. However, it would be a great mistake to believe that we can change the course of a nation by force, as Jair Bolsonaro proposes. It would reduce politics to a bunch of superficial solutions instead of recognising that societies are complex and in need of a fair compromise between different interests.

Democracy must be an inclusive project that puts everyone at the same table, towards the utopia of the common good. And the power of voting carries the individual responsibility concerning the society each one of us want to live in, even when the alternatives are limited.

O ser é no caminhar

Faz quase cinco anos que deixei o Brasil para me aventurar, com minha família, em outro continente, outra cultura. Nesses anos como estrangeiro, a mais incrível revelação que a vida me presenteou foi o entendimento de que deixar tudo é, primeiramente, aprender a deixar-se. É estar disposto a negociar a própria existência e a bagagem acumulada pelas experiências anteriores para crescer, dilatando o próprio coração.

Quando esse desafio de “perder-se” faz parte de um percurso gradual de abertura e descobertas, parece que sentimos menos o peso daquilo que se deixa. Não é ausência de sofrimento, porém. Mas com serenidade e discernimento a gente aprende a fazer do tempo um valioso companheiro no processo de ressignificação de quem somos em um ambiente novo.

Alguns dias atrás, conversando com uma amiga sobre a dificuldade dos jovens (europeus) de tomar decisões em um contexto repleto de alternativas, percebi que a ânsia pelas respostas acaba concentrada nas faculdades intelectuais. Durante aquele bate-papo, revisitei espontaneamente a minha história e me dei conta de muito pouco daquilo que forjou minha identidade até aqui foi fundado em sínteses intelectuais. Foram as experiências, os encontros e as relações que me fizeram descobrir o propósito da minha vida, que se traduz naquilo que eu sou. 

“Nossa cultura ocidental se configurou de modo em que muita gente se interessa e se preocupa mais com o ser do que o acontecer”. Essa frase do teólogo espanhol José M Castillo me fez pensar justamente na metodologia que me foi apresentada pela Fé cristã e que me impulsionou a sair de mim e ir ao encontro do outro. Dessa forma, edifiquei minha juventude no partilhar, no encontrar diferentes pessoas, de diversas culturas e com distintos ideais. E no acontecer desses encontros, fui forjando quem eu sou, amadurecendo valores fundamentais. 

Por meio das relações, encontrei a direção, o calçado apropriado para percorrer os longos caminhos, cheios de desafios, decisões, frustrações, alegrias, surpresas que dão sentido à minha vida. 

Powered by WordPress & Theme by Anders Norén