Day: 31 October 2013

Fratemídia sai da rede para partilhar experiências e projetos

Fratemídia
No dia 19 de outubro, sete “frat&comunicadores” se reuniram na Livraria Cultura do Shopping Villa Lobos, em São Paulo, para retomar a série de encontros presenciais, uma exigência que tem crescido entre os membros do grupo Fratemídia.

Participaram do evento: Aline Muniz (Rádio e TV), Mariana Assis (TI), Mariele Prévidi (Jornalismo), Tatiana Yoshizumi (Tradução), Carla Cotignoli (Jornalismo), Vagner Cordeschi (Relações Públicas) e Valter Hugo Muniz (Jornalismo).

A partilha enriquecedora de experiências, elemento fundamental dos encontros realizados pelo grupo, “abriu os trabalhos” dos participantes. Destaque importante para a apresentação feita pela Aline Muniz do projeto “Os inconformados”, iniciado pelos frat&comunicadores de Rádio e TV, e que, por meio de breves vídeos, assumiu o desafio de promover a ideia de fraternidade aonde ela ainda é ausente.

Além de “Os incorfomados”, o jornalista Valter Hugo Muniz apresentou o novo projeto do seu site/blog colaborativo escrevologoexisto.com, que agora conta com novos colaboradores, de diversas áreas, mas que juntos têm em comum o desejo de propor a centralidade e relacionalidade do ser humano, por meio de reflexões propostas a partir de múltiplas perspectivas.

A também jornalista Mariele Prévidi contou experiências de promoção do jornalismo colaborativo, feitas por meio da sua assessoria de imprensa, Attuale Comunicação, especializada em assuntos ligados à agropecuária.

Em um segundo momento do encontro, foi feita uma profunda reflexão a respeito dos desafios que o Fratemídia vive atualmente.

  • Carla Cotignoli, remetendo-se à atual presidente do Movimento dos Focolares, que está na origem do grupo, ressaltou a importância de antes de pensar o que se tem para dar, é fundamental buscar descobrir o que o mundo anseia, as demandas do presente.
  • Vagner Cordeschi acenou a respeito da dificuldade de “vender” a fraternidade para o mercado da comunicação. Segundo ele, “Ser um verdadeiro comunicador é transformar, criar espaços atuais, usando os meios de comunicação”.
  • A tradutora Tatiana Yoshizumi acrescentou a importância de que todos os membros do grupo precisam sentir que são parte deste grande e audacioso projeto.

Interessantissima a explanação conclusiva da analista de sistemas, Mariana Assis, que partilhou suas descobertas a respeito do papel dos membros da área da tecnologia no grupo. Para ela, a essência da tecnologia é ser uma ferramenta a serviço das necessidades do ser humano. No Fratemidia este serviço, aparentemente tecnicista, pode ser feito de maneira diferente, procurando humanizar as metodologias de produção e combater o individualismo dos operadores.

Na conclusão do encontro dois aspectos principais, concretos, ficaram em evidência: A importância de SEMPRE comunicar as atividades e projetos feitos, mesmo que de forma “setorizada”, por áreas, ou individual, pelos membros do grupo e a necessidade de elaborar um manifesto em que todas as dimensões profissionais do grupo se encontrem essencialmente.

Mais informações sobre o grupo CLIQUE AQUI ou entre em http://netonebr.wordpress.com/

Algumas consequências da sociedade do espetáculo

sociedade do espetáculo

Não existe, espero, um estudante de jornalismo do mundo que nunca ouviu o termo Sociedade do Espetáculo (para ler o livro clique aqui), que intitulou o livro do escritor francês Guy Debord em 1967. Com um pessimismo envolvente, emerso no contexto da Guerra Fria, o escritor critica tanto o espetáculo de mercado “ocidental capitalista” (o espetacular difuso) quanto o espetáculo de estado do bloco socialista (o espetacular concentrado).

A importância desta obra é inquestionável, sobretudo pelo seu valor histórico. Além disso, é importante mencionar que os textos de Debord serviram de base teórica para as manifestações do Maio de 68 na França. Mas, considerando o contexto atual em que a sociedade e a crítica da comunicação de massa se encontram, arrisco a dizer que a sua grande obra exprime um anarquismo retrógrado que vai “na contramão” do estimulo em prol de uma reflexão “construtivista”.

Bom. Pensando em uma leitura que “aceita” a “vitória” do modelo econômico capitalista e aplicando este modelo ao universo da comunicação, como afirma Wolton, “é compreensível que a informação e a comunicação tenham se tornado mercadorias”. Contudo, o que precisa ser pensado, urgentemente e de maneira profunda, é “até que ponto o ideal, o normativo (da comunicação como partilha entre diferentes) é respeitado e a partir de quando, inversamente, é instrumentalizado ou mesmo pervertido”.

Seguindo o raciocínio, é fundamental pensar na difusão das diferentes ideologias pela comunicação e, frequentemente, sustentadas por aqueles que as “fazem”: jornalistas, publicitários, as personalidades midiáticas. Para que a comunicação (de massa) preserve a sua essência como “troca entre alteridades” ela, comenta Wolton, “deve atingir todos os públicos e tornar-lhes compreensíveis aos grandes desafios da sociedade e do mundo”, superando a espetacularização e a escolha editorial que expresse unicamente seus interesses ideológicos.

Isso não quer dizer que ela não pode ser simples, para ganhar clareza para um grande número de receptores! Certamente não se pode correr o risco de entediar o espectador, mas do simples ao simplista existem propósitos distintos. Deve-se, porém, exercer um grande zelo para não criar caricaturas em que a forma suplanta o conteúdo.  “Ganha (audiência) quem é mais rápido na invenção de frases curtas e das formulas”, como podemos observar diariamente na televisão. É questionável, porém, se esse modelo tem promovido “encontros”, consciência, desenvolvimento.

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