CONHECIMENTO E INFORMAÇÃO

A comunicação, na sua origem, promove o encontro com o outro, a partilha que, se aproveitada, revela as diferenças que nos fazem seres autênticos. Descobrirmo-nos “iguais em direito”, mas diferentes na essência é fundamental também para a preservação das referências. Já em uma sociedade aberta, em que a comunicação de massa serve de ponto de encontro amplificado entre as “alteridades”, surge a necessidade de repensar a coabitação cultural, no que diz respeito, especialmente, ao reconhecimento e a importância das diferentes referências.

Partindo disso, Dominique Wolton propõe a distinção de três tipos “globais” de discurso ou visões de mundo. Como ele mesmo afirma, “o progresso da democracia é permitir a cada um, através da informação, o acesso a certa compreensão dos múltiplos pontos de vista sobre o mundo, desde que se tenha bem em mente tudo o que continua distinguindo as três grandes relações com o mundo que a informação, o conhecimento e a ação constituem”.

Saber que informar não é conhecer e conhecer não é agir é “admitir a existência de três grandes discursos e relações com o mundo que estruturam a sociedade; é reconhecer o papel complementar e indispensável dos três, pois cada um deles representa uma visão particular do mundo”, afirma massmidiólogo francês.  Dominique Wolton afirma que “o conflito de legitimidade é reconhecer a legitimidade e a irredutibilidade dos três discursos (informação, conhecimento e ação) na sociedade democrática. É também pedir que cada um desempenhe o seu papel e não o dos outros”.

Simplificando, com temor de não reduzir a complexidade do pensamento de Wolton, a diversidade de referências, quando pensada na perspectiva social e buscando a coabitação cultural, pode ser relacionada a três diferentes visões de mundo, baseadas na informação, no conhecimento e na ação. A relação entre essas três realidades promove a verdadeira comunicação, pois não simplesmente informa, ou gera conhecimento e ação, mas permite, ao mesmo tempo em que afirma a originalidade dessas três dimensões, que, relacionando-se, essa “tridimensionalidade” leve a coabitação.

“Coabitar é, em primeiro lugar, refletir sobre as condições simbólicas, portanto culturais, que permitem simultaneamente trocas e um mínimo de distancia”.