protestos

Talvez seja impressão minha mas, durante o mês de julho, as manifestações contra o governo foram feitas, majoritariamente, pelos profissionais da saúde. Nestas passeatas, nada de revolucionários, muita reivindicação justa, nada de violência, mas, mesmo assim, o modelo de protesto não gerou mudanças expressivas nas decisões do governo.

Agosto. Voltam às aulas nas universidades do país, recomeçam os protestos de caráter “juvenil”, volta a violência nas manifestações. Calma lá! Não estou dizendo que os jovens são, essencialmente, violentos. Não poderia afirmar tal coisa. Na verdade, acho que a juventude é, muitas vezes, inconsequente e idealista (o que não é algo fundamentalmente ruim).

As mudanças, contudo, como havia dito em outros posts, não são feitas na base da força, do grito, do pau e da pedra. Infelizmente, os protestos, violentos ou não, só tiveram resultados pontuais, nenhum sucesso estrutural, o que mostra que a metodologia talvez seja equivocada.

Ouvindo uma discussão interessante na rádio, ontem, percebi, novamente, que é preciso encontrar novos modelos de participação política e, mais que isto, de revalorização do voto como elemento “supremo” de verificação do trabalho feito pelos representantes eleitos.

Como dizia um dos comentaristas na rádio “a maior pesquisa que se pode fazer para saber se o cidadão está contente com os governantes é a ELEIÇÃO”.  É fundamental que essa indignação se transforme em desejo positivo de encontrar melhores representantes.

Historicamente temos votado mal. Elegido políticos desonestos, preguiçosos e aproveitadores, isso quando não votamos em palhaços ou ex Big Brothers. Mas é, justamente, o VOTO que nos permite reconfigurar e, talvez, melhorar as câmeras e o Congresso.

Além de “ir pra rua” é necessário ter uma consciência construtiva, promovendo debates e avaliações que culminem em um voto consciente, pensado, transformador. Nenhum dos dois, sozinho, é eficaz, mas juntos, manifestações públicas e voto consciente, podem sim exigir um projeto político que transforme a vida de todos no Brasil.