Month: January 2013

Mais um na multidão

Linha Azul do Metrô pára após pane em trem na Estação Paraíso

Esmagado, entre os meus iguais,

Só mais um na multidão

Lugar, onde as ideologias repousam

Inefável solidão.

No viso triste de vida sofrida, suplica-se tudo.

Sofre-se a espera de dias melhores

e no silêncio “encabulante”,

o vazio sem respostas.

Lá fora,

de um lado uma matilha de gente

Latindo o desespero da própria desumanização

do outro, uma multidão de cachorros

Escovados em pet shops,

comendo caviar de ração.

E eu, sufocado pela metrópole,

Continuo andando, sem achar respostas.

Licença, posso passar? Não.

Sou só mais um na multidão.

Vida de casado: depois de um mês ainda vale a pena

Vida de casado

Parece que as coisas mais importantes da nossa vida a gente só entende com o passar do tempo. Foi assim no relacionamento com os meus pais e tem sido assim na minha vida de casado.

Hoje, eu e a Flavia festejamos nosso primeiro mês da nossa vida de casado. Quis Deus (ou o destino, para aqueles que não creem Nele) que nós estivéssemos fisicamente distantes nessa primeira comemoração. Enquanto eu estou em São Paulo trabalhando, Flavia está participando de um projeto de prevenção às drogas, na Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá.

Esse acontecimento, aparentemente bananal, simboliza bem o significado do casamento para nós. Um amor que se alimenta não só do desejo recíproco de estarmos sempre juntos, mas que é pronto a sacrificar um pouco desses momentos maravilhosos, por amar também os mais necessitados, à humanidade.

Isso não é filantropia, voluntariado. Esses somos nós. E hoje, mais do que nunca, percebo também a importância disso.

O primeiro mês como marido foi, sem dúvidas, o mais bonito da minha vida, cheio de descobertas e de uma crescente consciência da importância de ouvir, acreditar, mesmo que, em certo momento, as renúncias não façam muito sentido.

Hoje, nesta vida de casado, a felicidade é imensa. Especialmente porque, agora, entendemos o significado de cada momento de espera, que fez crescer o amor de maneira intensa, na simplicidade.  Foi esse esperar que nos tornou capazes de dilatar o coração para os outros e nos ajudou a entender que, a nossa família, da mesma forma que nos faz felizes, é fonte de felicidade para aqueles que encontramos.

2012: Ano velho, vida velha!

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Não sei se muitas pessoas acharam que 2013 não chegaria. Eu, por outro lado, tinha a certeza de que, em 2012, o meu mundo sofreria uma transformação definitiva.

Depois de passar mais um ano novo “abaixo de zero” na Suíça, a viagem para Budapeste, em fevereiro, foi um presente fantástico. Ali, na gélida nação que acolhe meu irmão Cristian, eu pude me reencontrar comigo mesmo e perceber a importância de dilatar o coração, para acolher melhor quem está ao meu lado.

Os outros meses do primeiro semestre foram sofridos, às vezes de sofrimento bom – como no processo de elaboração da minha tese de “láurea magistrale” -, às vezes de sofrimento ruim – no tentar me superar para viver em harmonia com o outro, completamente diferente de mim, causa muitas vezes de dor, mesmo se, na maioria das vezes, sem intenção. A dificuldade de viver com pessoas de diferentes culturas, propósitos, valores, foi sentida de maneira “violenta”, “dura”, mas também foi um grande exercício de paciência e tolerância.

 A partir de julho, os polos (até mesmo os geográficos) começaram a se inverter na minha vida. O sucesso na apresentação da tese, a presença dos meus pais nesse momento tão especial e, principalmente,  o noivado foram momentos únicos do ano que passou.

Com Flavia, desde sempre, procuramos construir um relacionamento simples, verdadeiro, e baseado em um amor concreto. Mas, essa escolha, antes de tudo pessoal e recíproca, também sempre foi comunitária. Por isso, viver um passo tão importante com eleusinha, tenorinho e os familiares e amigos europeus foi marcante para nós.

O segundo semestre de 2012 foi mais sereno. O retorno ao Brasil, o trabalho novo, inúmeras providencias, reencontrar pessoas amadas… tudo em uma tranquilidade que só foi ofuscada em alguns momentos da (intensa) preparação do nosso casamento.

Sem dúvidas o 22 de dezembro foi o momento mais especial, profundo, alegre e pleno do ano que passou. Tudo caminhou para o SIM mais importante das nossas vidas. Realizar o sonho de começar uma nova família e saber que essa aventura será vivida junto com a Flávia me dá uma alegria enorme.

A gratidão a Deus por ter me trazido até aqui é imensa. Amor divino encarnado e manifestado no amor que recebi da família, dos amigos e, sobretudo, no relacionamento cotidiano com a Flávia.

Que venha 2013!

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