Barbara Vischer-Schmidt tem 82 anos, vive em Genebra e é membro da Igreja Reformada Suíça. Ela abriu mão de hábitos consumistas estimulados pela publicidade e se esforça para cuidar atentamente do planeta. Tendo-se informado sobre os crescentes problemas climáticos decorrentes da utilização desenfreada dos recursos naturais, Bárbara decidiu trabalhar pela conscientização das pessoas sobre a questão ambiental.

O que a senhora faz pelas causas ambientais?

Eu vejo o meu empenho a partir de três níveis. Antes de tudo procuro orar pelas vítimas das enchentes, terremotos e outras catástrofes naturais em todo o mundo. Vejo que grande parte da mídia apresenta essas tragédias de maneira superficial, porém, na Internet é possível encontrar indicações detalhadas, o que me ajuda a ter uma visão mais real do que aconteceu. Um segundo ponto é que procuro, na minha vida cotidiana, consumir o menos possível, principalmente energia. Tento comprar só o necessário, não desperdiçar comida, conservando- a bem e também consertar e manter minhas roupas. Aos domingos, como cristã, dedico-me principalmente a Deus. Não faço compras e procuro descansar, caminhar, mudando os hábitos dos outros dias da semana. Um último aspecto é o meu apoio concreto aos grupos que

trabalham em prol da conscientização climática, ajudando especialmente na área legislativa, pois sou doutora em Direito. Também apoio financeiramente projetos, na minha região, que incentivam a diminuição do uso de carros, a compra de produtos produzidos localmente etc.

Quais os resultados do seu trabalho?

Eu pertenço a uma categoria de cidadãos que se realiza engajando- se para o bem comum. Uma grande experiência que fiz foi envolver-me num movimento cidadão para impedir a construção de uma rodovia que destruiria uma das maravilhosas montanhas que temos na Suíça. Colaborei com a associação “Iniciativa dos Alpes”. Se a rodovia tivesse sido construída, os caminhões que nela trafegariam iriam trazer poluição, barulho e desconforto. Seria muito menos nocivo se o transporte fosse feito por ferrovia.

O que significa para a senhora lutar pelas causas ambientais?

Para mim é antes de tudo poder estar próxima a Cristo por meio das pessoas que sofrem. Vivendo pela conservação do meio ambiente eu posso testemunhar e promover a conservação do planeta, da Criação. Se a Terra continuar sendo destruída de maneira massiva, irá gerar um aumento ainda maior da miséria.

Por Valter Hugo Muniz – Revista Cidade Nova – Janeiro de 2012