Eu sempre quis ter animal de estimação

Pra ele escreveria mil poesias,

Um rap cheio de boas rimas

Terminaria com versos de uma linda canção

Tomei um susto quando topei com um verme nojento

Que a principio achei que era uma lagarta

Porque estava se contorcendo no meio da mata

Resolvi reparar nela e passou o aborrecimento

Parecia estar prevendo que dela nasceria algo bonito

Não era sonho, nem mesmo mito

Era esperança de encontrar a tal felicidade

Que procurei aqui, acolá, em tudo o que é cidade.

Os dias se passaram

E quando vi que havia perdido o meu verme

Encontrei algumas cascas de inseto e o temi inerte

Mas, sorrisos e o brilhar de olhos já traduzia

Minha satisfação em ver tal beleza que no céu reluzia.

O bater de asas nos separou pra sempre das impressões passadas.

O que era sorriso, foi choro, agora são sonoras gargalhadas.

Verme que virou borboleta me ensinou uma baita lição

Dentro dos limites da “Cidade dos Homens”

Existe uma verdade invisível

que vai além da primeira impressão.