Ginetta Cagliari: Uma vida pelo Ideal da Unidade – Sandra Ferreira Ribeiro

Ginetta não é só a minha mãe espiritual, é também biológica.

Sim!

Com certeza, se essa mulher fantástica não deixasse a singela Trento, no norte da Itália, para se aventurar nas terras tropicais do Brasil, eu nunca estaria aqui escrevendo sobre nada, nem ninguém.

Foi por meio de Chiara Lubich e o Ideal da Unidade, concretizado pela presença viva do Movimento dos Focolares como instituição de caráter religioso, que meus pais puderam se encontrar.

Um retiro espiritual para toda a comunidade, a tal MARIApolis, levou meus pais a se conhecerem, se apaixonarem e se casarem.

Quem lê essa biografia sobre Ginetta, sinceramente, vai encontrar muita insanidade no que diz respeito aos escrúpulos humanos. Ela não raciocinava, se lançava, amava e por isso, conquistou tanta gente.

Encontrei-me com esse livro em mãos justamente em um momento particular de escolha radical entre ser FELIZ ou buscar a MÁXIMA FELICIDADE. A singularidade da vida, o radicalismo de Ginetta, me fizeram perceber que não é possível se contentar com o bom, é TUDO ou NADA.

Entendi também que os sonhos mais insanos, mais impossíveis, se são fruto do desejo divino, se concretizam. Isso eu pude experimentar diversas vezes na minha vida, de maneira concreta.

Falar de santidade vai parecer “carolisse”, coisa de beato de igreja, realmente percebo que são rotulações de quem tem medo de se descobrir VAZIO.

A busca de práticas religiosas cotidianas, da vida em comunidade, da oração e contemplação do mundo, contrasta de maneira gritante com o frênesis contemporâneo. Nietzsche diz que Deus está morto, mas o que realmente vai morrendo, sempre mais, é esse desejo interior profundo de buscar A MÁXIMA FELICIDADE, que para o cristão se traduz em um termo forte: SANTIDADE.

Sim, é possivel ser um SANTO MODERNO, que não é aquele estigma do perfeito, do certo, do intocável. A santidade é uma batalha, cotidiana, cheia de erros, acertos, é uma busca constante e insaciável nesta terra.

Ginetta pra mim, que pude conviver “de perto”, é essa possibilidade realizada. É alguém que não parou nos próprios limites, mas buscou o divino, deixando o “impossível” para quem pode se ocupar dele.

Enfim, tudo o que sou, que penso, que faço tem raiz nesse amor…

Será que posso esperar menos? Desejar menos?

Tudo ou Nada…

Ainda bem que não estou sozinho.

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2 Comments

  1. Velho, vou aí no Roda Viva hoje pelo Terra. Vai estar ai?
    Abs!

  2. Meu, me desbloqueia no Tuíter aí, pô! Num consigo deixar recado procê!
    Abs!

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