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Não quero ter que passar minhas tardes ensolaradas de domingo em shoppings centers climatizados com ar condicionado sufocante.
Não quero perder tudo aquilo que me faz sentir parte do povo.
Não quero perder o batuque do samba.
Não quero deixar de viver em cima da corda bamba.
Quero continuar a desfrutar de uma felicidade,
estando consciente de todos os problemas que existem na minha realidade,
vivendo nessa tão estrondosa cidade.

Não que eu dispense uma vida equilibrada
Ou que ache que nos caminhos da vida essa é a única e certa estrada,
mas quero me sentir parte, viver a vida,
sem mergulhar no comodismo burguês de uma classe média displicente, incoerente.
Que quer fugir dos perigos sustentados pelo protecionismo e o medo,
de se dar conta que o País das Maravilhas é mesmo um conto de fadas.
Que debaixo dos viadutos vivem crianças, famílias.
O marginal é fruto da exploração do capital,
da criança pobre e do bêbado mendigo que a gente nem quer olhar.
Enquanto nós, burgueses, passamos horas nas igrejas a orar,
Esse futuro do país (?) é esquecido por um presente de poucos enriquecidos.

Quero deitar sabendo, que mesmo fazendo pouco, talvez nem o mínimo,
perceba que ainda não esqueci do olhar vago daquele pobre menino.
E assim com os talentos que me foram dados,
posso ajudar a fazer do mundo um lugar passível de ser transformado.