mais de todos

No dia 15 de Janeiro de 2006 a chilena de 57 anos, Verônica Michelle Bachelet foi eleita por sufrágio universal, conquistando 46% de votos dos eleitores do seu país. Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, mas ainda no final de 2005, a liberiana conhecida em seu país como “dama de ferro”, Ellen Johnson Sirleaf, de 68 anos, tornou-se a primeira presidenta no continente Africano. Dois acontecimentos que parecem evidenciar que os direito são cada vez mais mais de todos.

O primeiro item do Artigo XXI da Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que “Todo ser humano tem o direito de fazer parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos”. Porém, há praticamente duas décadas, ainda era difícil encontrar aceitação popular de mulheres exercendo o poder máximo de uma nação.

Esse evidente avanço social foi uma grande conquista para atual presidente chilena Bachelet, que em seu discurso de vitória, evidenciou o fato de que há dez ou quinze anos seria quase impensável acreditar que uma mulher pudesse ser presidente. Michelle Bachelet é filha de uma antropóloga e um general da força aérea que morreu na prisão no tempo do general Pinochet, sendo também naquele tempo prisioneira com a sua mãe. Hoje ela é pediatra e epidemiologista e com estudos de Estratégia militar, alem de ser divorciada com três filhos. Socialista, agnóstica, poliglota domina espanhol, inglês, alemão, português e francês.

O “Todo ser humano tem o direito de fazer parte no governo” também foi celebrado pela “dama de ferro”, eleita por 59,4% dos votos. A presidente liberiana tem quatro filhos e seis netos, possui vários cursos, destacando-se um doutorado de economia pela universidade de Harvard. Ellen Johnson esteve sempre envolvida na política e no seu discurso após ser eleita declarou que “isso significa que as mulheres africanas atingiram finalmente o mais alto nível da ordem política e que a porta está doravante aberta a elas”. Acrescentando o fato que “Existem muitas outras mulheres que esperam diante desta porta e várias outras que vão alcançar esta porta depois de mim dentro de um, dois ou cinco anos”.

Conscientes dos muitos fracassos nos mais diversos âmbitos, citados nos artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em conjunto com o fato de a sociedade estar vivendo o período de advento da comemoração dos seus 60 anos, podemos enfim constatar que a participação da mulher na direção dos rumos das mais diversas nações, em todos os continentes, parece uma retomada de fôlego em meio às realidades que sufocam a sociedade pós Segunda Guerra.

As diferenças sociais e econômicas se acentuaram, mas graças ao esforço individual e a luta de muitos personagens, como essas duas grandes mulheres, pode-se continuar acreditando que cada indivíduo é agente da sociedade e não simples objeto.