Month: July 2007 Page 1 of 3

Conto do confeiteiro

confeiteiro

Era uma vez um Senhor dono da maior confeitaria do mundo.

Seus bolos eram conhecidos em todas as partes da cidadezinha onde habitava. Todos faziam questão de comprá-los, às vezes sem nem mesmo se preocuparem com uma ocasião específica, o que valia era saboreá-los.

Há tempos, muitos cidadãos procuravam descobrir o segredo do Confeiteiro. Uns acreditavam que era a cobertura de chantili, outros a massa saborosa, mas ninguém entendia o que fazia seus bolos serem tão especiais.

Passaram-se muitos anos e o Confeiteiro adoeceu. Assim Ele precisava que alguém continuasse a produzir seus saborosos bolos. Pensando em que poderia substitui-lo naquela função, lembrou-se de seu neto Cristiano, cria do seu filho carpinteiro, um garoto sensível e de bom coração.

Quando sentiu que estava chegando a sua hora de partir, chamou Cristiano e contou a seguinte história:

Existia um Deus que se fez homem e que nos comparou ao fermento, ou melhor, disse que somos fermento e, por isso, envolvidos na massa é que somos quem Ele nos fez!

Quando comemos um bolo gostoso – como aqueles que eu faço – elogiamos sua beleza, perguntamos quem o fez, nos deliciamos com tudo e vamos ao encontro de quem a fez para parabenizar!
Entretanto, nunca se viu alguém perguntar sobre qual fermento foi usado! Pois é! Fermento, ninguém vê! Portanto, se continuarmos querendo que nos vejam, é possível que ainda não tenhamos compreendido quem somos!
É hora de rever a história e entender o que esse Deus nos quis dizer. Caso contrário, vamos ficar querendo ser enfeite do bolo, quando, na verdade, Ele nos quer realizando o que é essencial – a parte do fermento – e nada mais.

Depois de contar essa história o Confeiteiro se despediu do menino e se foi.

Cristiano ficou alguns minutos procurando entender aquela história, tentando encontrar correspondência com os bolos, mas entendeu que aquilo era na verdade um segredo muito maior. Aquelas palavras o fizeram entender o porquê da felicidade e da plenitude do seu avô. Ele era o fermento do bolo e com seu sorriso, seu amor, gentileza, atraia as pessoas, que usavam como desculpa a necessidade de comprar seus bolos, para estar alguns momentos com Ele, conversando, tomando um chá.

Desde de então Cristiano entendeu que mais que conquistar as pessoas com seus talentos, é mais fácil, imerso na massa e através do amor às pessoas, ser fermento.

Pressa (para ler rapidamente)

Pressa

Tenho pressa pra ser feliz

corro que nem louco

atrás de uma felicidade misteriosa,

que quase sempre bato a testa.

 

Quero entrar na Faculdade

me formar,

completar 18 anos,

namorar,

casar,

sair de casa,

encontrar um estágio,

se eu mesmo e não plágio,

terminar o magistrado,

ser, no trabalho, realizado,

ser mãe,

ser pai,

ser feliz.

 

E essa pressa,

me coloca obstáculos imperceptíveis,

pois o tempo,

algoz da humanidade,

nos obriga a seguí-lo

por caminhos terríveis.

 

De tanto tropeçar na minha pressa,

resolvi parar de correr e caminhar.

Planejando,

me organizando,

mas fazendo aos poucos,

minutando.

 

Assim a minha

a nossa pressa pra ser feliz,

mostrou-me que a corrida iminente,

é ser mesmo Feliz,

porém em cada momento presente.

Visitante inatteso

inatteso

Oggi Lui è venuto a bussare nella mia porta.

Dai finestrini L´ho potuto riconoscere subito. Mi sono fermo a pensare nella possibilità di fare finta di non essere a casa, ma mi sembrava cattivo fare ciò ad un amico così speciale.

Mi ha salutato quando ho aperto la porta ed ha camminato verso il salotto per sedersi e aspettare la cena.

Seguendo i suoi passi ho cercato di capire con me stesso queste sue visite così constanti. Alle volte è difficile riceverLo con la stessa gioia di prima, soprattuto perché ora sono stanco.

Comunque, sto sempre crescendo col nostro rapporto. La sua presenza costante mi aiuta a capire lo scultore.

Fa male sapere che i pezzi di gesso che cadono per terra sono il preannuncio dell´Opera che finirà perfetta. Durante il processo di trasformazione siamo tante volte irriconoscibili, perché non abbiamo le lente “grandi angolare”.

Le lezioni del Visitante inatteso mi stano aiutando a vedere le cose di un modo più profondo, guardare il dolore come una grazia e imparare a viverlo insieme, festeggiarlo come le gioie.

Oggi Lui é venuto a bussare nella mia porta… e ha deciso restare.

Perché imparare ad abbracciare il dolore è un´altro passo a quelli che vogliono imparare ad amare.

Visitante inusitado

inusitado

Hoje Ele veio bater na minha porta.

Pelo olho mágico pude reconhecê-Lo imediatamente. Hesitei, pensando na possibilidade de fingir não estar em casa, mas achava injusto fazer algo do gênero com um amigo tão caro.

Saudou-me assim que me viu e dirigiu-se à sala de jantar, para sentar-se e esperar a janta.

Seguindo seus passos fui pensando no porquê de suas visitas tão constantes. Ás vezes é difícil recebê-Lo com a mesma alegria de outrora, sobretudo porque estou cansado.

Contudo, tenho crescido muito com o nosso relacionamento. Sua presença efetiva tem me ajudado a entender o Escultor.

É doloroso saber que as lascas que caem por terra são o pré-anuncio de um Obra que terminará perfeita. Durante o processo de transformação somos tantas vezes irreconhecíveis, porque não temos uma lente “grande angular”.

As lições do Visitante inusitado têm me ajudado a ver as coisas de modo mais profundo, enxergar a dor como graça e a aprender a vivê-la junto, comemorá-la tanto quanto as alegrias.

Hoje Ele veio bater na minha porta… e resolveu ficar.

Pois aprender a abraçar a dor é mais um passo pra quem quer aprender a Amar.

Rainhas do Futebol

Rainhas do Futebol

Tardei meu almoço para ver os últimos minutos da final do futebol feminino no Pan do Rio.

Desde que cheguei de viagem venho ouvindo minhas irmãs falando nomes desconhecidos… Marta, Cristiane, Pretinha. Mulher jogando futebol??? Deve ser um saco, pensei.

Porém, sentado no sofá de casa, me deslumbrei com as jogadas da melhor jogadora de futebol do mundo, do show das brasileiras diante da fortíssima seleção americana.

Sempre achei que a única coisa que as mulheres talvez nunca superariam os homens era no futebol. Estava acostumado em ver um esporte cada vez mais equilibrado e exigente fisicamente, destacando-se Ronaldinhos, Robinhos, Cristianos Ronaldos, os poucos atletas que ainda dão um certo toque de magia, contra a brutalidade tipicamente masculina.

Porém hoje vi o contrário… mulheres velozes, habilidosas, correndo em direção ao gol, jogando um futebol bonito e gostoso de assistir. Ainda despreocupadas com o sucesso e o dinheiro e procurando dar espetáculo para que valha a pena cada centavo pago no ingresso ou o tempo perdido na frente da tv.

Durante a premiação, quis ser o excelentíssimo senhor João Havelange… Entregar a medalha e dar dois beijinhos naqueles rostos bonitos das jogadoras canadenses e americanas. Certamente todas perfumadas, lindas.

E as brasileiras! Elas talvez percam em beleza, mas são as melhores no esporte. Aqueles rostos felizes… sorrisos e lágrimas, encheram meu coração de um sentimento de orgulho. Mulheres, cada uma com a sua história… Seres que são amor personificado, força, compreensão.

Depois da premiação a foto… todas as atletas juntas. Sem brigas, até nisso as mulheres são mais civilizadas, até nisso são melhores.

Desliguei a televisão certo de uma só coisa: Ver o meu esporte predileto, jogado por mulheres tão fantásticas é unir o agradável ao formidável.

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