Essa pergunta há tempos vem vagando no limite entre àquilo que chamo razão e o coração.

Sempre achei que o amor tinha uma área específica, um lugar ao sol, particular e claro, estático. Amar para mim era uma conquista com um fim, que seria coroada com uma perene e realizante paz.

Porém não… os desenlaces daquilo que parece ser a minha vida têm me mostrado novas facetas, configurações, de um amor dinâmico. Descoberto e “redescobrível” à medida em que não permaneço escravo de conceitos fixos, estáticos, e procuro um amor ainda mais completo, profundo, verdadeiro.

Nas redescobertas dessa nova “concepção” do amor, percebo-me sempre mais limitado, fraco. O egoísmo é evidenciado toda vez que tenho que sair de mim, morrer pelo outro(a), pensando e vivendo em prol de uma felicidade, que nem sempre transparece alegria.

É nesse amor que tenho me apoiado… nessa vontade inconstante, incessante, de morrer pela pessoa amada, às vezes perdendo sonhos, desejos, vontades, o futuro, para dedicar-me ao presente, à construir-me como pessoa, ser um, para depois, quem sabe (?) ser dois.

Em tantos momentos esse pensamento foge da racionalidade, sem se apoiar na humanidade, vai além, pois ama por ser etimologicamente amor e não por dependências. Através da busca de uma gratuidade imprescindível, edifica-se um novo ser, um novo amor, mais puro, paradoxalmente mais humano e também, mais divino.

É um descontruir-se para refazer conceitos, posturas… renascer. Quando esse amor – escolha, passa a permear nossas atitudes, a nos acompanhar em cada passo, servindo de pilar, condição, experimentamos um amor mais sereno, não tanto sentimentalismo, mas pleno.

Esse momento, essa experiência, dá sentido a dor e a dúvida, pois quando se ama, sem possuir, na liberdade, percebe-se um novo potencial, que não ama o status,o relacionamento, mas a pessoa.