Bendito Papa

Cresci dentro de uma igreja realmente Igreja. A formação cristã que meus pais nunca se omitiram em me dar, cuidando dos aspectos mais importantes, como os sacramentos, me fizeram descobrir a importância de Deus na minha vida. Conscientemente, fui escolhendo a Igreja como minha casa e o povo de Deus como minha família, o que depois me ajudou a me apaixonar pela humanidade.

Porém, quando estava na Suíça, num domingo, dentro da Catedral de Zurique, senti pela primeira vez os sintomas de um possível fim. Aquele lugar imenso e vazio, com algumas dezenas de velhinhos, me fez acreditar por um momento, que os católicos estavam com dias contados.

Um ano depois, descia as escadas da praça São Pedro em Roma. Era noite e estava indo rezar pelo restabelecimento do então papa João Paulo II. Naquele lugar vi algo que nunca mais saiu da minha cabeça. Uma praça inundada de pessoas, a grande maioria jovens, que se prostravam ali, para pedir à Deus um milagre, que algumas horas depois, mostrou-se contraditório ao desejo humano. Ao badalar dos sinos e através anúncio do Cardeal Ratzinger, Karol Wojtyla partia rumo ao Paraíso, mas naquele lugar, naquela noite, entendi que realmente o futuro da Igreja está sim garantido.

Pude participar do enterro de João Paulo II, visitar seu túmulo no dia em que foi aberto para os fiéis, mas, sobretudo, acompanhar de perto o conclave que elegeu o atual Papa Bento XVI, indo na sua primeira celebração como Santo Padre. Claro que a escolha de um papa alemão me deu a mesma sensação da maioria das pessoas, pois eu, particularmente, queria um Papa africano, mas para nós cristãos, é imprescindível acreditar que é Deus que delineia os rumos da sua Igreja e não simples escolhas humanas.

Hoje, dois anos depois, tenho novamente a oportunidade de encontrar o Papa. Novamente me vêm uma alegria particular, uma sensação de estar sim vivendo um momento histórico. Lendo as últimas palavras de Bento XVI sobre os jovens, no dia primeiro de abril, pude perceber que existe muita sintonia entre a minha vida e o desejo do Santo Padre a respeito do Amor: “Cada pessoa sente o desejo de amar e ser amada. Mas como é difícil amar, quantos erros e falências devem verificar-se no amor! Há até quem chegue a duvidar que o amor seja possível. Mas se carências afetivas ou desilusões sentimentais podem levar a pensar que amar é uma utopia, um sonho irrealizável, talvez seja necessário resignar-se? Não! O amor é possível… um amor que gera paz e alegria; um amor que une as pessoas, fazendo-as sentir-se livres no respeito recíproco.”

Para mim a Igreja, instituição, é um todo e não existe por si só. Todas as instituições geridas por homens encontram inúmeras falhas, pois somos imperfeitos. Mas até hoje, tenho encontrado a minha felicidade seguindo os ensinamentos que ela me proporcionou. Segundo o papa, “só a ajuda do Senhor nos permite, de fato, evitar a resignação diante da grandiosidade da tarefa a ser desenvolvida e infunde-nos a coragem de realizar quanto é humanamente impensável”.

Tenho cada vez mais certeza que é a minha Fé e o amor CRISTÃO que procuro ter com aqueles que convivo, que faz com que eu me sinta profundamente feliz e certo de estar ajudando a realizar o Seu plano na minha vida. Amo o Papa da mesma forma que amo a Igreja, da mesma forma que amo a humanidade.

Mensagem do Papa aos jovens na íntegra:

http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/messages/youth/documents/hf_ben-xvi_mes_20070127_youth_po.html