Diálogo silencioso
Caminhava tranqüilo pela cidade, de altos prédios e caminhos sinuosos, tortuosos.

Pessoas que olham e me vêem sorrindo, talvez se perguntando o porquê desse gesto ingênuo.

Comem tapioca, bolo de fubá e um cafezinho, nas barracas que parecem banquetes ao ar livre.

Paro no semáforo para esperar, como espero o tempo, amores, amigos. Saber esperar é uma grande virtude.

Impaciento-me olhando o mendigo, bêbado, esparramado no chão do metrô. Queria fazer alguma coisa, mas abstenho-me, covarde que sou.

E nesses segundos, não, minutos de caminho do céu para a terra, me perco em pensamentos, às vezes absurdos, a respeito da vida que tenho levado, das dificuldades, do mundo.

Continuo andando, olhando as pessoas e imaginando o que se passa dentro de cada alma, coração.

E… Chegando em casa, preparo o café, sento em frente ao computador, para externar àqueles minutos, quase segundos, de diálogo silencioso comigo mesmo.